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(Carolina do sul)Natasha respirou fundo assim que cruzou os portões pesados da prisão. O lugar exalava um cheiro metálico de ferrugem e mofo, com as luzes piscando em intervalos irregulares. Cada passo ecoava nas paredes frias e sujas do corredor, intensificando a sensação de isolamento. Os guardas, com suas expressões tensas e movimentos rígidos, a conduziam em silêncio, embora não pudessem evitar o ocasional olhar furtivo em sua direção. Era óbvio que não gostavam de sua presença ali.
Ela não podia culpá-los. Não era comum que alguém como ela, uma ex-Vingadora, agora dona de um orfanato de renome, aparecesse naquele tipo de lugar. E ainda menos comum era estar ali para visitar um garoto sentenciado a morte. Desde o momento em que chegara ao portão principal, Natasha sentiu a resistência. Os guardas relutaram em permitir sua entrada, insistindo que ela não tinha autorização. Foi apenas depois de uma longa e desconfortável troca de palavras que, finalmente, abriram caminho, mas o desconforto persistia.
Agora, conforme desciam em direção ao subnível da prisão, ela sentia o ambiente mudar. O ar ficou mais pesado, quase sufocante. As paredes eram mais grossas, escuras, como se quisessem engolir qualquer luz que tentasse entrar. Natasha notou as grades enferrujadas, celas vazias em ambos os lados, e o som distante de gotas d'água ecoando no concreto frio. Era um lugar de desespero, um inferno destinado a criminosos que a sociedade preferia esquecer. Mas Jonah... ele não pertencia ali.
— Ele está logo à frente... — Disse o guarda da frente, quebrando o silêncio pela primeira vez. Sua voz era baixa, quase um sussurro. Havia tensão nela, como se estivesse avisando que o que vinha a seguir seria difícil de enfrentar.
Natasha estreitou os olhos, percebendo o leve tremor nas mãos do homem que possuía as chaves. Ele estava nervoso, o que apenas aumentava sua desconfiança. Ela já havia lidado com situações assim antes, momentos em que a verdade estava oculta, camuflada sob camadas de burocracia, poder e medo. Mas isso... isso parecia mais profundo, mais podre.
— Por que ele está aqui embaixo? — Natasha perguntou, sua voz sólida, mas com um tom cortante.
O guarda hesitou, trocando um olhar rápido com seu colega ao lado, antes de responder:
— Ordens. Ele é... perigoso.
A ruiva reprimiu um sorriso amargo. Um garoto de quinze anos, mantido no subnível mais sombrio e isolado da prisão, cercado por criminosos que cometeram atrocidades inimagináveis. A justificativa era ridícula.
Algo estava errado, e ela sabia disso desde o início. Mesmo com todo o sigilo em torno do caso, ela havia insistido em saber mais sobre Jonah. O garoto, acusado de um crime hediondo, não teve chance desde o início. E agora, prestes a ser executado, sua mãe implorou a Natasha, não pela salvação, mas por um último pedido. Jonah era sonhador, tinha a Viúva Negra como uma de suas figuras de admiração e sempre desejou um dia conhecê-la. A mãe de Jonah viajou entre estados, afoita para chegar até a heroína a tempo, implorando aos portões do orfanato para que Natasha visitasse o filho antes de seu último dia. Romanoff aceitou, sabendo que não era só isso que a trouxera até ali.
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Connected Universes | Lies
Mystery / ThrillerQuase dois anos haviam se passado após a queda de Sokovia, Wanda e Pietro formavam a mais nova dupla dos vingadores. O rapaz não precisou de mais do que duas semanas para enturmar-se com os outros, mas para Wanda, tudo ocorreu um tanto mais lento, o...