Cabaret

Capítulo Vinte e Oito

Lauren POV

Estou nervosa, nervosa pela mensagem de Camila dizendo que chega em 3 minutos, nervosa por sair com meus pais e ela junto, e nervosa pelo nosso destino ser a Paradise.

— Estou ansiosa, cadê essa menina? - Meu pai perguntou enquanto olhava para o relógio.

A cara de repreensão da minha para Michael, me fez rir.

— Se continuar com suas gracinhas iremos ficar. 

Meu pai sorriu, desde cedo a missão dele é tirar a paciência de dona Clara.

O carro de Camila parando em frente ao prédio impediu que mais alguma piadinha fosse proferida.

O vidro escuro ficou fechado por poucos segundos, mas foi o suficiente para uma última checagem em minha roupa, o sorriso no rosto de Camila me fez sorrir também, na verdade eu já estava sorrindo, talvez ela só tenha me retribuído. Antes que entrássemos no carro, ela desceu para cumprimentar meus pais, sua simpatia nada rotineira me deixou de certa forma feliz, eu sei que ela tenta ser o mais agradável possível com os meus pais. Quando ela parou em minha frente, foi um tanto embaraçoso, não sabíamos como nos comprimentar, eu desejei selar seus lábios, inclusive ela quase fez isso, mas em um lapso de lucidez beijou meu rosto e se afastou, não pude deixar de reparar suas roupas, ela usa uma calça social em um tom escuro de azul, e uma camisa branca de botões.

— Skin empresária? - Deixei escapar enquanto ela abria a porta do carro.

Camila esboçou um sorriso de lado, e me olhou dos pés à cabeça, eu tenho certeza que ela teria falado algo se meu pai não tivesse passado entre nós duas, entrando na porta que ela abriu e eu indiquei que ele entrasse.

Com meus pais já no carro, dei alguns passos na intenção de entrar pelo lado contrário, infelizmente ou felizmente quando ainda estava atrás do carro senti a mão de Camila em meu braço, me fazendo parar e virar em sua direção. 

— Skink de quem vai me dar a noite inteira mais tarde? 

O tom de voz, o sorriso, o olhar, não sei qual desses me deixou sem resposta. Camila percebeu e soltou uma risadinha nasal, com a mão livre ela desceu um pouco mais da minha saia propositalmente curta. 

— Meus pais. - Foi a única coisa que consegui verbalizar antes de me afastar.

Camila abriu a porta e eu me sentei ao lado da minha mãe, não fiz contato visual, porque eu posso enganar qualquer um, menos ela. A intenção de sentar atrás do banco de Camila, foi evitar seu olhar, mas a primeira coisa que ela fez ao sentar foi ajustar o retrovisor, me deixei rir em puro nervosismo. Não fui capaz de manter uma conversa no carro, mas meus pais fizeram isso muito bem, então me dei ao luxo de ficar em silêncio e apenas ouvir. Vale mencionar que a versão guia turística de Camila também é encantadora. 

Acabei me distraindo com algumas mensagens de Normani em meu celular, ela chegou hoje a Miami e até onde eu sei passou o dia com a amiga. Ela me fez algumas perguntas sobre Camila, na verdade sobre eu e Camila, não entendi ao certo as intenções por trás das perguntas, ela sempre se manteve distante desse assunto, era como se nem soubesse de nada, embora eu tenha plena certeza que ela sabe de tudo, e agora vem com perguntas diretas sobre nossa “relação”, me reservei ao direito de não responder tudo, afinal não posso esquecer que antes de ser minha amiga, ela é melhor amiga de Camila, e de muitos anos. 

Chegando na Paradise, não pude deixar de rir das expressões dos meus pais, tudo aqui na presença de Camila é exagerado demais, bajulado demais, a começar pelas 4 portas do carro sendo abertas ao mesmo tempo pelos seguranças que estavam ali, eles abriram um caminho entre as pessoas na fila, essa parte agradeci mentalmente, as filas sempre são grandes, mesmo que nem todos consigam entrar. A entrada por um caminho diferente me fez agradecer, eu nao iria saber reagir a cabine que tem a voz de Camila com aquela sonora e sensual boas vindas na presença dos meus pais.