As vezes

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Acabei de entrar no starbuck's louca por um copo cheio de cafeína coberta por uma leve camada branca que nos chamamos carinhosamente de chantilly, acabo de terminar um relacionamento e estou muito afim de ficar numa fossa tensa em casa,mas , já que a vida não é um mar de rosas, tive que ir trabalhar, trabalhar é uma desgraça, ainda mais se você estiver com uma enchaqueca daquelas que você diz vou morrer agora, depósito meus bens a minha cadela nica e ao meu mais nobre confidente, o travesseiro. Ainda por cima hoje levei uma baita bronca por 3 minutos de atraso do meu querido chefe. Três minutinhos não fazem diferença. Penso nisso enquanto coloco meu avental azul bebê.
Assim que saio do trabalho não vem nada melhor na minha mente do que o starbuck's. Só a cafeína me acalma. Um suspiro me escapa enquanto estou na fila enorme que encobre o pobre atendente do caixa. Vejo um casal aos beijos no fundo do local onde permaneço. Inveja. É isso que vem na minha pequena cabeça, fico lembrando dele. Argh. Por que tenho que ficar lembrando? Nós, mulheres, ficamos mais magoadas depois de um termino, é incrível como os homens partem para outra assim que saímos da vida deles. Por que não podemos ser assim? Por que tem que ser assim?
Quando volto a realidade, noto que já é a minha vez e, os fregueses atrás de mim xingam a "moça que vive na lua".
Pesço meu pedido e o atendente anota com uma rapidez inexplicável.
Sento em uma mesa vazia em volta de outra mesa que por conhecidencia continha 2 pessoas vulneráveis ao sol escaldante que fazia lá fora, se não fossem os ar-condicionados...
Reconheci uma pessoa logo de cara, também, como não reconhecer o ex?
Ah, mais que raiva! Não sou dessas pessoas que saem fazendo barraco mais hoje, hoje está difícil, aquele babaca já arrumou outra para "satisfazê-lo". Queria bater a cabeça daqueles dois até o cérebro deles virar mingau. Mais a única coisa que estava que nem um mingau era o meu coração.
- Ora, vamos Elizabeth. Não chore, não hoje, nem agora, nem nunca mais. - falei isso com a intensão de não deixar as lágrimas quentes escaparem. Enxuguei-as com a mesma rapidez que o atendente anotava os pedidos.
- Você nunca chorou por homem nenhum, Elizabeth! Não vai ser agora que você ira chorar. - falo com a voz embargada.
Termino o meu café que agora perdeu a graça, tudo perdeu a graça. Mais que coisa clichê de se pensar, Elizabeth! Se contenha mulher!
Enpino o rosto, jogo a embalagem fora, já passou Elizabeth, já passou.

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