Feliz Páscoa

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DANIELLA

Sabe quando tem tudo para um feriadão ser perfeito? Bem, eu não sei, mas também não tenho nenhuma curiosidade de saber. Afinal se estou em casa não posso salvar a vida das pessoas que dão entrada no São Lourenço. Esse sim é meu lar, tanto que meu apartamento fica na mesma quadra do hospital, para caso haja uma emergência e precisem de mim.

Eu sei, todos tem razão dizendo que eu devo viver mais minha vida fora do hospital, mas eu não vejo como. Eu dou um plantão atrás do outro, nas minhas folgas sou médica voluntaria em num posto de saúde, e quando eu estou em casa, ou é para comer ou para dormir.

Amigos? Bom, eu tenho amigos no hospital como a Fátima Borges que é cirurgiã, Viviane Albuquerque que é pediatra, Eduardo Costa que é ortopedista e o Matheus Lopes que é o enfermeiro chefe. Romance? Bom, ai complica. O ultimo cara com quem eu transei foi Diogo, ele era cardiologista também do São Lourenço, mas sua mãe ficou doente e ele pediu transferência para o local onde ela mora. Se eu me sinto atraída por alguém? Bom...

– Doutora Daniella Pacheco compareça a sala de reuniões. – Escuto a voz da Leticia no alto falante, uma das recepcionistas. Adoro quando ela trabalha no meu plantão.

Ando até a sala de reuniões, parando para falar com alguns pacientes, que me pararam no meio do caminho. Abro a porta e rio. Tinha umas vinte pessoas no lugar, todas conversando. Porque eu não tinha previsto algo assim? Afinal está vindo um feriadão, temos que resolver a escala.

– Até que fim Daniella – Fátima vem em minha direção.

– O que está havendo?

– Saiu à lista do plantão de pascoa, e bem nós todos estamos nela – Diz sorrindo amplamente, não sei por que.

A maioria das pessoas queria esse feriadão, não estava entendendo porque eles estavam feliz com essa listagem.

– É pra que essa reuniãozinha? – Pergunto cruzando os braços, sabia que tinha alguma coisa.

– Já que estamos todos aqui podemos começar – Barbara fala, ela é responsável pela distribuição dos plantões. Às vezes eu quero mata-la quando ela me manda ir embora para casa. – Como vocês sabem, Rodrigo pediu para que tivéssemos um numero maior de médicos aqui no hospital nesse feriadão, já que a cidade está recebendo um grande evento, e vocês foram os escolhidos.

– Eu preferia ir pro show – Eduardo disse sentando em cima da mesa de reunião.

– A maioria meu querido irmão, e pode tirando esse rabo de cima da mesa – Barbara disse apontando para ele e fazendo cara feia, ele apenas riu e se levantou. – Mas infelizmente não podemos.

– E para que essa reunião? – Pergunto cruzando os braços. Não estava entendo, nunca houve uma reunião depois que saía a nossa escala.

– Não é porque vamos trabalhar que não podemos nos divertir um pouco. – Diz e sorri, e sei que foi uma indireta pra mim. Reviro os olhos. – Eu pensei em fazermos uma celebração entre nós. Um amigo secreto.

Um burburinho começa.

– Isso é muito cafona – Sorrio ao escutar sua voz, eu nem o tinha visto na multidão.

Saulo Viena, ele é o médico mais gato – vamos ser sincera, mais gostoso – desse hospital. E bom, é por ele que eu ando suspirando. Mas infelizmente eu não tenho coragem para falar com ele, a não ser quando estamos na mesma sala de cirurgia ou com mesmo paciente. Mas sempre são assuntos de trabalho. Outro motivo para que eu não falasse com ele era que todas as enfermeiras caem de quatro por ele – acho que literalmente. E como ele nunca puxou assunto comigo sem ser de trabalho, eu prefiro ficar na minha.

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