Misconceptions (Zayn Malik) - PT

Capítulo 38 - Mila

Eu estou despedaçada. Eu sinto tanta falta do Zayn que dói fisicamente. Duas semanas sem ver o Zayn, sem ouvir a sua voz e eu notei isso. Eu sinto a sua ausência. Mas ao mesmo tempo não o consigo ver porque ainda estou magoada pelo que aconteceu. Toda a vez que alguém me perguntava o que aconteceu com a minha contar eu tinha de explicar-lhes, o meu peito doía. O pensamento de que todos os meus sonhos e o trabalho árduo tinham simplesmente desaparecido no nada é mais doloroso do que eu consigo aguentar. Faz-me querer enrolar na minha cama e ficar lá, a chorar por aquilo que perdi.

Moni está comigo o tempo todo, a dizer-me que tudo vai ficar bem, que eu tenho simplesmente que me levantar e começar de novo. Mas eu não quero. Eu não quero voltar a correr o mesmo risco outra vez. Eu não quero dar-lhes a oportunidade de me magoarem outra vez. Eu simplesmente não posso.

"Mas sem voltares atrás estás a dar-lhes a satisfação que eles querem de ti," Moni costuma dizer-me mas sem efeito. Eu não quero voltar a postar as minhas histórias online. Eu não quero voltar a perder o meu trabalho outra vez. Claro que tenho as histórias por alto e posso publicá-las outra vez, mas isso não iria dar-me de volta o trabalho todo que pus para começar a postá-las em primeiro lugar. Postá-las outra vez não me vai dar de volta todo o trabalho árduo e o tempo que eu passei a fazê-lo. O sentimento daquela perda era demasiado para aguentar e também difícil de explicar.

Parte de mim queria voltar para o Zayn e deixá-lo reconfortar-me, dizer-lhe que eu sabia que ele não me queria magoar e que eu percebi isso; mas o meu orgulho foi magoado com as suas acções. Eu não posso simplesmente ignorar essa parte porque eu sou orgulhosa. Não consigo evitar. É uma parte de mim.

Eu ouço cada vez que ele bate à porta e a Moni lhe pede para ele ir embora porque eu não o quero ver. Mas é mais do que isso. Eu não estou preparada para o ver. Ainda não, eu preciso de tempo. E doí-me quando eu ouço a Moni a fechar a porta sabendo que ele tinha ido outra vez.

Desde o momento em que eu fechei a porta da minha vida para ele e me recusei a vê-lo e a falar disto, eu percebi o quanto eu preciso dele na minha vida. Eu só notei agora no quanto ele significa para mim. Eu sempre pensei que eu me preocupava muito com ele, que eu gostava de estar com ele e eu estava feliz; mas é muito mais do que isso e eu simplesmente falhei ao notar o quanto ele significa para mim. Eu amo-o mesmo e não o ter dói tanto quanto o ter por perto neste momento.

Eu preciso dele aqui, ao meu lado mas ao mesmo tempo eu não posso com o pensamento de o ver.

Eu não sei o que fazer e há momentos que eu me sinto tão dividida que mal me consigo mexer. Eu não sei o que fazer, eu estou simplesmente na cama sem saber como proceder ou pensar.

Eu não tenho a certeza que dia é, pois eu não fui à universidade nas últimas duas semanas. Moni trouxe-me todos os meus apontamentos e notas mas eu não me consigo importar mais. Eu sei que os exames estão a chegar e eu tenho de começar a estudar, mas eu não consigo encontrar motivação para fazer algo. Eu estou num dos meus buracos negros.

"Mila como é que te estás a sentir, amor?" perguntou Moni entrando no meu quarto e sentando-se ao meu lado na minha cama. Eu simplesmente gemi como resposta. "Mila, tu tens de deixar este sítio. Não podes ficar aqui. És mais forte do que isto." Ela disse-me e eu sei que ela está morta de preocupação, mas eu não consigo encontrar forças para me mexer.

"Eu quero ficar aqui para sempre. A minha cama não me vai hackear nem apagar a minha conta," murmurei com a minha pequena voz e eu ouvi a Moni suspirar.

"Não te podes esconder do mundo pelo que uma pessoa fez," ela disse e eu gemi outra vez. "Vá lá, Mila. Vamos sair e tomar um café. Vais sentir-te melhor."