6.

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Meu mundo parou. Tudo ao meu redor ficou em silêncio, nada mais existia. Eu estava esperando Minho começar a rir e dizer que era tudo uma brincadeira, mas não foi isso o que aconteceu.

As imagens de Newt sendo atacado e desfeito em pedaços rodavam em minha mente sem parar. Meus soluços de tanto chorar e gritos ecoaram por todo o lugar, eu socava qualquer coisa para descontar a minha frustração. Devia ter o protegido. Não devia ter saído de perto dele. Se nós tivéssemos corrido juntos ele poderia estar do meu lado agora.

–  Thomas.. eu.. sinto muito. – Minho disse, apertando meu ombro. Bati em sua mão e o encarei.

–  NÃO DIGA ISSO! -Gritei, as lágrimas rolavam sem parar pelo meu rosto – ELE ESTÁ VIVO!

Me levantei com dificuldade, alguns garotos me ajudaram, me segurando. Me desvencilhei de todos e fui em direção à porta.

–  Não, Thomas! – Minho gritou antes que eu chutasse a porta com tanta força que ela se abriu na mesma hora. Olhei ao redor e não vi nenhum maldito verdugo. Alguns lugares pegavam fogo, mas toda a Clareira estava praticamente destruída. Corri por todos os lugares, gritando por Newt o mais alto que conseguia. Tropecei em alguns corpos e toda vez eu tinha de conferir quem era. Eu não queria encontrar Newt morto ou em pedaços. Mas também não queria não encontrá-lo.

–  Thomas, cara. Melhor parar de fazer isso. – Escutei a voz de Minho logo atrás de mim. – Eu sei que é difícil, mas ele se foi.

Ouvir aquilo doeu mais do que tudo. E doeu mais ainda saber que era verdade. Eu havia perdido o meu Newt... para sempre. Me virei para Minho e o abracei com toda a força que tinha. Chorei em seu ombro e perdi a noção do tempo. Meu corpo todo doía. Eu simplesmente não conseguia imaginar um mundo sem Newt.


Todos os clareanos se reuniram do lado de fora, próximos ao grande portão. Ainda estavam com as mochilas nas costas e penduradas nos ombros. Alguns com facas nas mãos ou outras armas presas na cintura. Ninguém falava nada, era possível escutar o som da respiração de todos. Estávamos abalados e destruídos demais para pronunciar uma palavra. Até que Minho andou, parando à nossa frente. Ele inspirou fundo e abaixou a cabeça antes de se pronunciar.

– Precisamos continuar. – Ele levantou a mão para cessar a discussão que se formou logo depois do que falou. – Temos de ser fortes. Tenho certeza que fizeram isso para nos abalar. – E então ele olhou diretamente para mim- Temos que continuar. Ou então nunca sairemos daqui.

Um silêncio instalou-se novamente. Ninguém respondeu nada. Os garotos ajustaram as mochilas e sacaram as armas, mostrando que estavam de acordo sobre ir. As lágrimas insistiam em cair em meu rosto, e eu fiz o possível para contê-las. Eu precisava ser forte. Por Newt.

–  Está pronto? – Minho perguntou, me olhando. Olhei para trás, observando a Clareira, lembrando-me dos momentos que passei com Newt desde quando o conheci. Momentos que nunca mais seriam recuperados. Tornei a olhar para frente, espremendo com força os olhos para não chorar novamente. Então olhei para minho.

– Estou.

Na verdade, não estava. Mas de uma coisa eu sabia.

Vou continuar lutando.

Sempre.

Não importa o que aconteça.

Cruel. |NEWTMASUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum