Otimos amigos...

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Só quando fechou o portao atras de si que Diego respirou, ele estava muito tenso.
- ei, por que voce está assim?
- assim como?
- estranho, tenso. Desde que saiu para chamar sua avó você está assim.
- não é nada.
Ele tentou forçar um sorriso, mas eu sabia que algo estava errado. Então simplesmente parei.
- o que? Desistiu do sorvete?
- pra falar verdade estou com muita vontade de tomar sorvete. Mas só saio daqui quando você me disser o que está a vendo.
- não tem nada. Já disse.
- mas eu não acredito. Ou me conta, ou vai ter que ser mais convincente para me esconder.
Ele me encarou, queria me intimidar, mas se ele era teimoso, eu era duas vezes mais. Sustentei seu olhar até que ele levantou as maos em sinal de desistência.
- sera que podemos conversar enquanto tomamos o sorvete?
- você não vai me enrolar não né?
- tem a minha palavra.
- ok! Vamos conversar enquanto tomamos sorvete.
Disse e comecei a andar de novo.
A sorveteria não estava muito cheia, o que era estranho porque o calor estava escaldante.
Peguei os meus sabores preferidos, menta e chocolate e me sentei em uma mesa de dois lugares enquanto Diego escolia o dele.
Analisando-o de longe era impossível não notar o quanto ele é lindo, olhei em volta e percebi que um grupinho feminino sentado a algumas mesas de distancia concordavam comigo, senti um pequeno aperto do lado esquerdo do peito e não gostei disso .
- demorei? - Diego perguntou enquanto se sentava, me tirando dos meus pensamentos.
- é, podia ter me dito que precisava de ajuda.
Disfarçadamente olhei para o grupinho que se antes olhava pra Diego e era só sorriso e charme, agora o olhar era mortal pra mim. "Ra" pensei. Sorri com esse pensamento, "que feio Bianca" me auto repreendi, mas todo mundo sabe que existe essa rincha natural no universo feminino.
- de que você ta rindo? É tão ruim assim eu ter demorado escolher o sorvete? Isso é algo que se deve escolher com cautela ta.
Levantei as maos em sinal de paz.
- desculpa !!! é que você ainda conseguiu escolher os dois que menos gosto.
Ele olhou para sua casquinha de sorvete de milho com morango e em seguida olhou pra mim.
- como você pode não gostar de sorvete de milho?
- o gosto é horrível .
- agora você maguo meus sentimentos.
Nos encaramos por dois segundos e depois começamos a rir.
Ficamos conversando durante horas, mesmo depois de terminar o sorvete. Era incrível como o assunto simplesmente fluía, conversamos de nada e de tudo,parecíamos dois loucos com tantas gargalhadas. Foi quando me lembrei que ele me devia algo.
- hey.
- HM?
- acho que você esta me devendo algumas explicações.
- pensei que tinha esquecido.
- e você fez questão de esquecer de me lembrar não é?
Ele deu um sorriso amarelo.
Eu olhei pra ele como quem diz "continua" e ele respirou fundo.
- é que... Desde que minha mae se foi, minha vó nunca mais quis falar com ninguém,ela não saia do necessário quando se tratava de um diálogo. Quando eu disse que era você quem tinha me convencido de ficar, ela pediu pra te conhecer e, eu fiquei com medo e ao mesmo tempo esperançoso. Quando vi a flor na sua mao e que voce a abraçou... Foi muito alem das minhas expectativas. Obrigado!
Eu não sabia o que dizer, então apenas coloquei minha mao sobre a dele e lhe dei um sorriso.
- acho que seremos ótimos amigos. - ele disse olhando nos meus olhos.
- os melhores. - disse rindo enquanto o olhava, ele respondeu com um largo sorriso também.

De repente era amorWhere stories live. Discover now