Capítulo 34

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Estávamos abraçados, e assim que nos soltamos, ficamos nos encarando.

Minha cabeça estava levemente inclinada para baixo, por ela ser menor que eu. Percebi um movimento estranho vindo dela. Ela estava chegando mais perto.

— Elizabeth? — sussurrei, com medo do que eu estava pensando ser verdade.

— Hm? — ela continuava aproximando-se, alternando seu olhar de meus olhos a meus lábios.

Pisquei os olhos e nossos lábios já estavam unidos. Eu poderia parar, poderia afastá-la, mas ela queria isso e, para ser sincero, eu também.

O beijo era calmo, sereno. Como se tivéssemos medo de fazer algo errado. Os lábios dela eram doces, mesmo sem estar com brilho labial ou algo do tipo. Era uma mistura do sabor da bebida com seu próprio sabor. Ambos casaram muito bem, devo admitir.

Ela agarrou minha nuca e eu sua cintura, puxando-a para mais perto. O beijo foi intensificando-se e foi aí que percebi que havia algo errado. Por mais que eu não quisesse partir aquele beijo, aquilo não estava certo.

— Lize... não... — separei nossos lábios e nossos corpos.

— O que foi? — ela corou violentamente.

— Isso não está certo.

— Por que não? — afastou-se ainda mais.

— Eu não quero que você se envolva comigo só porque acabou de terminar. Isso não é certo. Por mais que você fique comigo, ainda vai pensar nele.

Minhas palavras pareceram atingi-la em cheio.

— Por mais que eu queira dizer que não sinto mais nada por ele, sabemos que eu ainda não superei tudo isso. Mas eu também não posso negar que eu sinto algo por você. Você salvou minha vida, Brad.

— Eu também não quero que você fique comigo por causa disso. Eu sei que salvar uma vida é algo heroico, mas você estaria forçando sentimentos em cima disso.

Ficamos em silêncio. Não aquele silêncio tenso ou constrangedor, era apenas um silêncio reflexivo.

— Eu... Acho melhor eu ir agora. Você precisa dormir. Qualquer coisa me liga. — sorri, aproximando-me mais dela, deixando um beijo em sua testa.

Caminhei até a porta, pegando meu casaco. Assim que toquei na maçaneta, para sair, ouvi passos atrás de mim e virei-me.

— Brad... — ela vinha em minha direção.

Apenas encarei a garota de cabelos castanhos à minha frente.

— Dorme aqui essa noite? — ela corou.

— Lize...

— Por favor. Juro que não faço nada. — ergueu uma de suas mãos.

Não pude evitar uma risada abafada após ver aquela cena.

— Por favor. — pediu, juntando as palmas das mãos, o que me fez rir mais ainda.

— Onde fica o quarto de hóspedes?

Ela pulou de alegria e me abraçou.

Fomos para o segundo andar, onde ficavam os quartos. Entrei em um quarto, completamente branco. As únicas coisas coloridas eram os móveis, que assim mesmo, eram neutros. Havia uma grande janela, que dava vista para a enorme Manhattan. Com certeza a melhor parte do quarto era aquela janela.

— Quer assistir um filme? — ela perguntou, pegando o controle da enorme TV à frente da minha cama.

— Pode ser. — sorri, voltando a encarar as luzes da cidade.

Tirei os sapatos, sentando na cama macia. Nossa, como aquela cama era boa.

— Eu vou fazer alguma coisa para você comer. — ameaçou sair.

— Não precisa.

Achei um filme interessante e Elizabeth ficou lá comigo. Estávamos embaixo dos cobertores, vendo um filme, enquanto chovia. Parecia algo super romântico, mas para nós, era apenas um filme casual entre amigos. Ou, pelo menos, quase amigos. Futuros amigos, talvez?

Assim que o filme acabou, olhei para meu ombro, onde a garota de cabelos castanhos brilhosos, havia pego no sono. Sorri ao ver aquilo, já não lembrava mais como era vê-la dormir, mesmo que não fizesse tanto tempo que elas saíram da minha casa. Deitei-a no travesseiro do lado, cobrindo seu corpo até os ombros. A noite estava muito fria. Apaguei as luzes, deitei ao lado dela e adormeci. 

A Garota dos meus SonhosWhere stories live. Discover now