Chegando em Ottawa

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Ottawa - Canadá

Alice pov

Acordei com meu pai parado ao lado da cama.

- Aconteceu alguma coisa ? - perguntei ainda sonolenta.

- Eu vou ter que viajar a negócios, não sei quando voltarei ao certo, sua mãe quer ir também pois no caminho passaremos pela cidade de sua avó e ela quer vê-la. Você terá de ir para a escola hoje.

- Mas as aulas só voltam depois de amanhã.

- Eu sei, mas será necessário. Liguei para suas amigas, elas também estão indo para lá hoje, você terá companhia.

- Eu tinha dito ao Luis que iria com ele ao aeroporto buscar Stella.

- Falo com ele no trabalho, vou explicar a situação, tenho certeza de que ele irá entender. Além do mais, você e Stella vão estudar juntas, não faltará oportunidade para se conhecerem. Arrume suas coisas, não devo demorar.

Luis pov

Cheguei ao aeroporto um pouco atrasado, estava esperando Alice que no fim das contas não pode vim. Avistei de longe meu irmão, ele estava apenas de passagem por Ottawa, percebi ao seu lado uma garota que claramente era Stella. Deus, ela havia crescido, e estava cheia de tatuagens, apesar de não gostar nem um pouco disso tinha que reconhecer que ela estava maravilhosa, não consegui conter o riso.

Stella pov

Que viagem longa. Estava um pouco nervosa, já se passaram quatro anos desde a última vez que vi meu pai. Estava imaginando o quanto isso seria estranho quando o vi caminhar em nossa direção, ele abraçou meu tio, e depois me observou, sabia que ele achava aquilo estranho tanto quanto eu, foi realmente um alívio ele não ter me abraçado como se a gente se conhecesse, porque aquele homem que se dizia meu pai, não sabia nada sobre mim (...)

Por algum motivo meu pai havia estacionado do lado de fora do aeroporto. Meu tio se sentou no banco da frente, enquanto meu pai arrumava as malas. Fiquei observando um taxista fazer exatamente o contrario logo a nossa frente. Ele tirava a bagagem de sua passageira do porta-malas, enquanto um garoto continuava sentado no banco da frente, ele não iria sair ? Me aproximei e pude notar semelhanças evidentes entre ele e o taxista, logo conclui que aquele garoto poderia ser seu filho. O taxista acompanhou a mulher até a entrada do Ottawa Macdonald-Cartier, aproveitei este momento, entrei no carro, dei partida e sai daquele lugar.

- O que você está fazendo ? - Disse o garoto ao meu lado.

- Dirigindo.

- Este carro não é seu.

- Nem seu.

- Exatamente. Meu pai pode perder o emprego. Vamos voltar - disse e puxou o freio de mão, fazendo com que o carro parasse com um solavanco.

- Seu pai não vai perder o emprego. Vamos fazer assim, ligue para ele - disse enquanto voltava a dirigir - e diga que quando acabarmos nosso tour eu devolvo o carro para ele, e pago o valor que estiver marcado no taxímetro, todos saem ganhando.

Ele me olhou desconfiado.

- Qual é o seu nome ? - perguntou - você não parece ser daqui.

- Não sou. Acabei de chegar do Brasil. Meu nome é Stella. E o seu ?

- Kevin.

- Então Kevin, suponho que seu pai esteja preocupado com o carro.

Ele ligou para o pai dele e disse exatamente o que eu tinha pedido para dizer.

- O que faz no táxi com o seu pai ? Não tem nada mais interessante para fazer em casa ? - perguntei.

- Ele ia me levar para a escola. Estudo em um internato.

- Parece que atrasei seus planos.

- Parece que sim. Você tem carteira de habilitação ? - ele perguntou parecendo apreensivo.

- Nem aqui, e nem em lugar nenhum.

- Não deveria estar dirigindo então. Quem te ensinou ?

- Um babaca que se diz meu pai.

Ficamos alguns minutos em silêncio até que por fim ele disse:

- E o que veio fazer aqui ?

- Vim morar com esse babaca.

A maloqueira do quarto ao lado (Lesbian)Onde histórias criam vida. Descubra agora