REPOST - Capítulo Um.

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Quando eu era jovem sempre ri quando me diziam que temos duas vidas, a que as pessoas conhecem e o verdadeiro eu. Agora, mais do que nunca, tenho certeza de que é verdade.

Continua engraçado mas agora entendo o que as pessoas queriam dizer com isso. Mas o meu caso é um pouco diferente.

Começou nessa manhã quando acordei e John estava se arrumando completamente tenso, por algo que eu ainda não sabia.

Olhei para ele com curiosidade.

- John? Você está bem?

Ele continuou se arrumando de costas para mim, seu cabelo estava todo desalinhado. John é o tipo de homem que é bonito e sexy de qualquer angulo em que se pode ver. Seus cabelos castanhos meio grisalhos eram perfeitamente compatíveis com seu rosto que não demonstrava ter 42 anos, era até mais bonito do que alguém da minha idade, 17 anos mais jovem e quando seu cabelo ficava desarrumado era tão sexy que me deixava sem ar por mais acostumada que já estava com aquela cena. Seu rosto era a mais perfeita combinação, e seu corpo nem tão magro, nem tão musculoso. O que só quem o visse sem camisa saberia. Mas quando ficava preocupado com algo, automaticamente me deixava assim também.

- Sim... Na verdade... - Ele hesitou e então se sentou na cama ao meu lado, me apoiei em meu cotovelo - Preciso te contar uma coisa.

Pisquei.

- Julie e eu vamos nos casar... - Sua mão foi até a minha e nos tocamos - Eu sei que é inesperado e muito cedo, mas a escolha não foi minha. Ela estava me infernizando sobre nos casar, você sabe, e ai eu estava nervoso por causa dos negócios em Dubai e para ela calar a boca eu concordei.

- Acho justo, vocês estão juntos há 5 anos. - falei fitando seus olhos negros - Cedo ou tarde isso aconteceria. Você sabe a minha opinião sobre isso...

- E você sabe a minha, eu não queria isso Lydia. Não queria me casar, não com ela.

- Não precisa se desesperar, eu estarei lá para te apoiar.

John passou seus dedos pelos meus e se deitou ao meu lado. Sem dizer nada ele beijou minha testa até chegar em meus lábios e então nos beijamos, um beijo terno e intenso. O melhor dos nossos beijos, o beijo do desespero.

...

Engraçado como quando eu ficava com John, não sentia o cansaço de muito trabalho, só percebia mesmo quando ja estava em casa. E então o que sempre me descansava era ir para o Anvil, um bar perto de onde eu trabalhava que sempre quando podia, passava um tempo ali e hoje não seria diferente. Peguei meu carro e parti para o barzinho, como é temporada de férias as ruas estavam uma loucura, mas me arrisquei mesmo assim.

Pedi para Sam me trazer um mezcalarita e me sentei num dos bancos que ficava em frente a bancada dos bartenders. Sam era um deles, o que eu mais gostava na verdade. O único que não teve medo de conversar comigo, sem segundas intenções e também porque nossos pais eram amigos a muito tempo.

O cansaço me fazia ter atitudes ridiculas, como por exemplo, tirar os sapatos em um bar. Mas como o lugar era escuro e só dava para enxergar com clareza as bebidas fluorescente, não me preocupei com isso. Terminei meu coquetel e Sam já me trouxe outro, levantei o copo em sua direção como se brindasse com ele. Ele riu e aumentou o volume da música que tocava ao fundo e agora estava muito mais alta do que apenas o zumbido de quando cheguei.

Estava em meu terceiro coquetel quando ouço uma voz por baixo da musica, me viro em sua direção e apertando os olhos vejo um homem me olhando como se esperasse uma resposta. Ele repitiu, dessa vez mais perto do meu ouvido.

LYDIAOnde histórias criam vida. Descubra agora