30. A decisão certa. Será?

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Nota: 

É com dor no coração que entrego a vocês esse capitulo. Como alguns dizem, "Para se ver o arco-iris é preciso suportar a chuva". Eis que a chuva chegou e em breve poderemos ver o o arco-iris. 

Amo Vocês. 

Não se esqueçam de comentar. Até o próximo. 


Crescer dói. Crescer significa entender que a vida perfeita não depende só de você. Crescer dói quando entendemos a maldade, a injustiça, a insegurança e os desencontros que a vida nos impõe.

As dores de criança são tão mais simples de resolver. Para calar o menino que caiu do balanço, basta dar um abraço, um pirulito e toda a dor parece ser esquecida. A garotinha que chora pela boneca? Apenas á distraia com outra coisa. Crescer dói quando a dor dentro de você não pode ser sanada com apenas um doce ou uma distração. E isso dói, dói demais.

Tudo ao meu redor parece girar em câmera lenta. Não sinto minhas pernas e o ar parece deixar meus pulmões. Cris está gravida? Ela espera um filho do homem que acabei descobrir amar? Em qual outra dimensão isso pode parecer certo?

Em meu estado catatônico, a próxima coisa que sinto são os braços de meu pai me envolvendo. Não me lembro a ultima vez que me deixei ser abraçada por ele. Tinha me esquecido como é bom.

Envergo meu corpo para frente, escondo meu rosto como a menininha assustada que sou e choro. A dor em meu peito é tão grande que esmaga meus pulmões, deixando-me sem ar.

- Tudo bem, meu amor. O papai tá aqui. Nada mais vai machucar você. – Sei que ele fala dos machucados em minha pele. Devo estar parecendo que acabo de ser atropelada. Mas como posso dizer a ele que o que dói no momento é a constatação de que a fantasia criada nas ultimas horas, com apenas uma frase, desapareceu? Como posso dizer que a dor que estou sentindo é causada pelo homem que ele considera mais filho do que eu? Choro ainda mais em sua camisa que tem o mesmo cheiro que tinha quando eu era pequena e dores como essa ainda não existiam.

- Afinal, o que aconteceu? Onde vocês estavam? – Lorien parece ainda mais aflita. Não consigo responder. Viro minha cabeça de lado e olho para o casal á minha direita.

Cristina continua a afagar o rosto de Jake de um jeito familiar. Ele parece perdido, como se as palavras dela ainda não tivessem chegado ao seu cérebro.

Ele então captura meu olhar e aquele simples olhar me diz tanta coisa. Tanta coisa que eu gostaria de poder soltar ao vento e espalhar por multidões. Mas eu não posso. Não quando um bebê está para vir ao mundo. Sei bem como é não ter um pai por perto e não desejo isso para ninguém.

- Fomos assaltados na estrada. Levaram tudo e estavam armados e depois nós fugimos, mas o Jake levou um tiro e ficamos perdidos em uma floresta e foi horrível. – Falo tão rápido que não sei se sou compreendida. Tudo o que quero é sair dessa sala e sumir.

- Meu Deus! Como vocês chegaram aqui? Precisamos ir a policia. - Os braços ao meu redor me apertam ainda mais.

- Como assim grávida? – Vejo vida voltando ao corpo de Jake. Sua voz rouca parece apavorada. Todos na sala se voltam para ele. Sinto náuseas.

- É! Sei que não era esperado, mas é verdade. Descobri hoje e por isso vim pra cá mais cedo. Queria contar pra você e para os seus pais. É claro que a gente vai ter que adiantar o casamento, afinal eu não quero casar parecendo uma baleia. – Sua voz fina e irritante pousa em meus ouvidos no mesmo momento em que o chão a meus pés some. Minha cabeça gira, lágrimas escorrem por meu rosto. Então tudo escurece.

Ella&JakeWhere stories live. Discover now