Um amor chamado Alice

Capitulo 6 - (Revisado)

Luísa

- Eu não posso ter esse filho - Fernando diz enquanto passava a mão no cabelo

- Como é que é? Minha filha não vai tirar o filho por capricho seu - Minha mãe diz

- Tenta me entender, tá ok? Eu tenho minha faculdade, minha vida, tenho namorada, não posso abandonar tudo por um erro da Luísa - Ele diz e dou risada

- Um erro meu? Quem transou comigo bebada foi você! O erro é seu - Digo

- Pelo o visto você só está pensando em você, minha filha tem dezesseis anos Fernando, ainda estuda, você acha que isso não vai atrasar a vida dela também? Você acha que ela não vai deixar os sonhos dela de lado também? Você é um belo de um egoista - Minha mãe diz pegando a bolsa dela - Olha, já vi que você não está disposto a assumir a sua responsabilidade, eu poderia meter um belo de um processo em você, mas eu vou deixar isso pra lá, fruta podre cai do pé sozinha. E outra, não precisa assumir responsabilidade nenhuma, minha filha e eu vamos nos virar quanto essa criança, por favor mantenha distância de ambas, vamos Luísa - Minha mãe diz me chamando e vou até a porta sem nem olhar pra cara do Fernando.

Entrei no elevador chorando, minha mãe estava nervosa, eu desesperada, mas por incrível que pareça, mesmo magoada comigo, ela me abraçou e começou a fazer cafuné em minha cabeça.

- Me perdoa mãe - Peço

- Agora não adianta chorar Luísa, não adianta chorar, agora é encarar a realidade - Ela diz fazendo carinho em meu cabelo.

Fui o caminho todo olhando para o nada perdida em meus pensamentos e tentando entender o que fiz da minha vida.
Quando chegamos em casa, meu pai ainda não havia chegado, o que eu agradeci muito, não estava com cabeça ainda de conversar com ele e sabia que minha mãe me forçaria a fazer isso.

Então fui para meu quarto, deitei na cama abraçando minhas pernas e desabei em um choro que o soluço saia alto da minha boca e eu só desejava não acordar mais.
Tentei segurar o choro e o soluço quando a porta do meu quarto foi aberta e minha mãe entrou com os olhos vermelhos e o rosto meio inchado.

- Está tudo bem? - Ela pergunta

- Mãe, me desculpa - Peço

- Eu tou me sentindo culpada Luísa, mais culpada que você, eu deveria ter sido mais cautelosa. Mas agora já é tarde, - Ela diz sentando em minha cama e deitando minha cabeça no colo dela - Eu não quero que você cometa o mesmo erro que eu, vou fazer de tudo pra você cuidar do seu futuro e dessa criança, tudo bem? - Ela diz bajando fazia cafuné

- Obrigada - Digo entre soluços e no mesmo instante vejo meu pai parar na porta do meu quarto e olhar preocupado para nós duas

- O que aconteceu? - Ele pergunta e olho para minha mãe que só balança a cabeça como se dissesse "Conte a ele".

- Eu estou grávida pai - Digo e vejo o olhar do meu pai se transformar em susto

- Você está brincando, não está? - Ele pergunta sério e ao vê eu negar, passa a mão na cabeça em sinal de estresse e sai do quarto, me fazendo ficar ainda mais desesperada

- Eu vou conversar com seu pai - Minha mãe diz me dando um beijo e levantando.

Minutos depois ela retornou com meu pai ao lado, que sentou na minha cama e me abraçou.

- Estou chateado, mas vai ficar tudo bem, estamos aqui - Meu pai diz dando um beijo na minha bochecha e choro mais forte ainda.

Ficamos por alguns minutos abraçados, quando meu pai decidiu falar que estava com fome arrancando risadas de nós duas, eu estava sem fome, mas minha mãe me fez levantar e descer pra comer um pouco.

- Amanhã vamos na casa dos seus tios, eles precisam saber disso - Meu pai diz ao terminarmos o jantar

- Precisa ser amanhã? - Pergunto

- Luísa, uma hora sua barriga já vai aparecer, a médica disse que você já está no quarto mês de gravidez indo para o quinto, então é melhor essa conversa acontecer logo - Minha mãe diz e concordo receosa.