Luisa
- Eu concordo que é uma ideia boa deixar eles aprenderem a ser pais, principalmente o seu Fernando, mas eu não quero cometer o mesmo erro duas vezes - Minha mãe diz enquanto meu pai fazia carinho no ombro dela
- Eu tenho só dezesseis anos mas quem carrega a criança aqui sou eu, quem decide por ela sou eu e no momento eu decido que o melhor pra nós duas é ficar com meus pais, se os mesmos concordarem - Digo
- A sua casa é aquí Luísa, nem tem discussão - Meu pai diz
- Pronto, ficarei na minha casa, com o meu filho - Digo
- Mas ainda assim o Fernando vai arcar com às responsabilidades e ser um pai presente - Meu tio diz
- Veremos - Minha mãe diz segurando em minha mão
- Bom, eu vou indo, tia Ana caso sua filha precise de algo e esteja ao meu alcance, me ligue - Fernando diz
- Aonde você vai? - Minha tia pergunta
- Mãe, não enche, beijo - Ele diz dando um beijo em minha tia e saindo.
Babaca!
Quando ele saiu pedi licença a todos e fui para meu quarto, vomitei quase toda comida do almoço, não só por enjoo da gravidez, mas também por crises.
- Luísa? - Escuto a voz de meu pai seguida de uma batida na porta
- Entra - Digo saindo do banheiro
- Tá tudo bem? - Ele pergunta
- Sim, eu só tou enjoada - Digo sentando na minha cama
- E sobre o que aconteceu lá embaixo? Você está bem? - Ele pergunta sentando ao meu lado
- Não sei, eu não sei como me sinto sobre tudo o que anda acontecendo, tou me sentindo culpada, só isso - Digo
- Eu sei, também me sinto culpado, eu deveria ter sido mais rígido, mas eu queria sua felicidade, sempre quis vê minha Luísa feliz, não imaginava que tudo isso aconteceria - Ele diz me dando um sorriso fraco - Sabe, quando eu conheci sua mãe eu senti que ela seria a mulher da minha vida, quando ela engravidou, lembro que ficamos com o mesmo sentimento de culpa, eu estava na faculdade, ele terminando o ensino médio, tínhamos planos de viajar o mundo e de repente você veio adiou todos os nossos planos, mas a gente conseguiu te criar, conseguimos realizar nossos sonhos. E eu tenho certeza minha filha, você também vai conseguir criar seu filho, tenho certeza que será a melhor mãe para essa criança, e eu e sua mãe sempre estaremos aqui para cuidar de vocês - Ele diz dando um beijo no topo da minha cabeça enquanto eu chorava - Não se sinta culpada, eu me sinto culpado, mas também não devia porque uma criança é uma benção na vida do ser humano, fomos abençoados com uma nova vida crescendo dentro de você, se Deus quis assim só temos que aceitar e agradecer, certo? - Ele pergunta e concordo balançando a cabeça
- Pai, eu tou com medo - Digo olhando pra ele - Eu tenho medo de não conseguir mais estudar, medo de não conseguir ser uma mãe, eu tou com tanto medo pai - Digo chorando e ele me abraça novamente
- Eu tenho certeza que você vai ser uma excelente mãe, e eu vou estar lá pra te ajudar, eu e sua mãe - Ele diz e dou um sorriso fraco pra ele.
Meu pai desceu e eu fiquei no quarto, não estava afim de conversar mais, meus tios com certeza estavam pensando só filho em algumas questões e esquecendo de mim e do meu futuro, o que me deixava mais brava e com raiva.
A noite todos foram embora e finalmente desci pra comer, meus pais já haviam ido dormir e a casa estava silenciosa, peguei a salada de fruta na geladeira coloquei em um browl e voltei para meu quarto.
- Você está sendo uma confusão danada, sabia? - Digo enquanto comia e olhava minha barriga que já estava com um pequeno volume - Eu não sei nem trocar uma fralda, você vai ter que me ajudar, como vou ficar sozinha com você? Te dar banho? Acho que vou ser uma péssima mãe - Digo rindo enquanto fazia carinho na barriga.
Fiquei olhando meu quarto e imaginando que provavelmente ele iria mudar, perder o ar de patricinha para o ar mais infantil, minhas prateleiras com fotos de amigos com certeza viraria prateleira de brinquedos, minha penteadeira passaria para o closet para caber o berço, as cores do meu quarto vão ter que mudar.
- O que você acha do nosso quarto cinza? Ou melhor, um desenho de arco íris na parede aonde seu berço vai ficar? - Pergunto como se o bebê fosse responder, o que me faz rir.
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Um amor chamado Alice
RandomAos 16 anos Luísa já tinha um plano em sua vida, queria cursar medicina assim que se formasse na escola. Por escolhas erradas ou até mesmo certas na vida, Luísa acaba vendo seu sonho ir por água abaixo ao se envolver com a pessoa que ela não deveria...