Nono Capítulo

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É claro que Annabelle se arrependeu imediatamente daquele contato assim que se separaram e Howl mantinha um sorriso suave no rosto. Tudo bem que ela estava se tocando que cada vez mais gostava de Howl – e ainda não sabia se isso era conveniente ou não –, só que não era necessário que parecesse uma desesperada, certo? Embora estivessem casados e enfrentando essa batalha juntos, se conheciam há menos de uma semana, então era difícil dizer o quanto de contato era permitido entre os dois. Apesar de que foi ele quem começou, com aquele beijo. E dizendo para ela trata-la como um namorado. Mesmo que aquilo fosse uma grande mentira.

- Vamos entrar e checar a casa por dentro? – ele convidou, tirando-a de seus devaneios confusos e pegando duas das malas. Ela concordou com a cabeça e pegou a mala restante, indo na frente.

A primeira coisa que a garota notou quando entrou na casa foi o gato malhado e gordo que estava sentado no meio do corredor, como se os aguardassem, o rabo parecendo o balançar de um pendão desafiando as leis da gravidade. Howl também notou imediatamente o animal e sorriu.

- Bartholomeu! – e assim que pronunciou o nome naquele sotaque magnífico (na opinião de Annabelle) o gato soltou um miado fino e saiu de sua posição, rebolando o traseiro e o rabo até seu dono e começando a ronronar como um motor de barco.

- Que gracinha! – Annabelle disse, hesitando um pouco antes de abaixar-se e acariciar o pelo macio. Bartholomeu não pareceu ter se importado e miou curioso para ela. – Ah, que bom que ele não é desconfortável com estranhos.

- Bartholomeu e Miles viviam na rua quando eu encontrei eles e trouxe para casa. Então eles são bastante acostumados com pessoas passando por eles o tempo todo. – Howl sorriu e pôs-se a continuar trazendo as malas para dentro. Annabelle começava a imaginar se haveria algum defeito em Howl e se, pra compensar tudo de bom que ele era, não seria uma coisa insuportável e terrível. Aquilo começava a preocupa-la. Não se lembrava de as regras da vida permitirem pessoas tão maravilhosas assim andando entre os meros mortais.

- Pelo que entendi, pra cá – ele apontou para a porta à esquerda deles, mais próxima. – é a cozinha e na porta do outro lado é a sala de estar. Ali no canto do fim do corredor é a escada que dá acesso aos quartos, e aquela porta do fundo dá pra um pequeno quintal. – ele foi explicando enquanto apontava, e ela seguia com o olhar suas indicações. – Do lado dela acho que tem um banheiro, mas deve ser meio suspeito. Lá em cima tem três quartos, duas suítes e um menor de hóspedes.

- É surpreendentemente grande por dentro, não? – Annabelle comentou. Depois soltou um suspiro. – Então vamos ter que levar isso tudo lá para cima. Agora me arrependo de ter trazido tanta coisa. – comentou, pesarosa, mas Howl não pareceu se importar.

- Vamos levar as malas juntos, mesmo que tenhamos que descer várias vezes, não fica muito ruim.

- Ok. – ela concordou e pegaram a primeira mala, mais pesada.

A escada era difícil de subir, ainda mais segurando uma mala e tentando não matar o outro esmagado caso derrubassem a sua parte do peso, mas de alguma forma conseguiram fazer isso com todas as três malas. O casal encontrou-se bufante ao terminar, decidindo por um intervalo para tomar ar antes de prosseguirem com a arrumação. Sentaram-se lado a lado no último degrau e Annabelle inclusive recostou-se numa das malas, sentindo os braços doerem.

- Aliás... – Howl chamou-lhe a atenção e ela o olhou com mais atenção. O rosto dele estava levemente avermelhado e suado, com alguns fios de cabelo colados a ele. Não parecia horroroso, ao contrário de Annabelle, que nem queria imaginar sua situação ao bufar em resposta para que ele prosseguisse. – Como temos dois quartos, você prefere dormir separadamente, certo?

Uma Noite em VegasWo Geschichten leben. Entdecke jetzt