É claro que Annabelle se arrependeu imediatamente daquele contato assim que se separaram e Howl mantinha um sorriso suave no rosto. Tudo bem que ela estava se tocando que cada vez mais gostava de Howl – e ainda não sabia se isso era conveniente ou não –, só que não era necessário que parecesse uma desesperada, certo? Embora estivessem casados e enfrentando essa batalha juntos, se conheciam há menos de uma semana, então era difícil dizer o quanto de contato era permitido entre os dois. Apesar de que foi ele quem começou, com aquele beijo. E dizendo para ela trata-la como um namorado. Mesmo que aquilo fosse uma grande mentira.
- Vamos entrar e checar a casa por dentro? – ele convidou, tirando-a de seus devaneios confusos e pegando duas das malas. Ela concordou com a cabeça e pegou a mala restante, indo na frente.
A primeira coisa que a garota notou quando entrou na casa foi o gato malhado e gordo que estava sentado no meio do corredor, como se os aguardassem, o rabo parecendo o balançar de um pendão desafiando as leis da gravidade. Howl também notou imediatamente o animal e sorriu.
- Bartholomeu! – e assim que pronunciou o nome naquele sotaque magnífico (na opinião de Annabelle) o gato soltou um miado fino e saiu de sua posição, rebolando o traseiro e o rabo até seu dono e começando a ronronar como um motor de barco.
- Que gracinha! – Annabelle disse, hesitando um pouco antes de abaixar-se e acariciar o pelo macio. Bartholomeu não pareceu ter se importado e miou curioso para ela. – Ah, que bom que ele não é desconfortável com estranhos.
- Bartholomeu e Miles viviam na rua quando eu encontrei eles e trouxe para casa. Então eles são bastante acostumados com pessoas passando por eles o tempo todo. – Howl sorriu e pôs-se a continuar trazendo as malas para dentro. Annabelle começava a imaginar se haveria algum defeito em Howl e se, pra compensar tudo de bom que ele era, não seria uma coisa insuportável e terrível. Aquilo começava a preocupa-la. Não se lembrava de as regras da vida permitirem pessoas tão maravilhosas assim andando entre os meros mortais.
- Pelo que entendi, pra cá – ele apontou para a porta à esquerda deles, mais próxima. – é a cozinha e na porta do outro lado é a sala de estar. Ali no canto do fim do corredor é a escada que dá acesso aos quartos, e aquela porta do fundo dá pra um pequeno quintal. – ele foi explicando enquanto apontava, e ela seguia com o olhar suas indicações. – Do lado dela acho que tem um banheiro, mas deve ser meio suspeito. Lá em cima tem três quartos, duas suítes e um menor de hóspedes.
- É surpreendentemente grande por dentro, não? – Annabelle comentou. Depois soltou um suspiro. – Então vamos ter que levar isso tudo lá para cima. Agora me arrependo de ter trazido tanta coisa. – comentou, pesarosa, mas Howl não pareceu se importar.
- Vamos levar as malas juntos, mesmo que tenhamos que descer várias vezes, não fica muito ruim.
- Ok. – ela concordou e pegaram a primeira mala, mais pesada.
A escada era difícil de subir, ainda mais segurando uma mala e tentando não matar o outro esmagado caso derrubassem a sua parte do peso, mas de alguma forma conseguiram fazer isso com todas as três malas. O casal encontrou-se bufante ao terminar, decidindo por um intervalo para tomar ar antes de prosseguirem com a arrumação. Sentaram-se lado a lado no último degrau e Annabelle inclusive recostou-se numa das malas, sentindo os braços doerem.
- Aliás... – Howl chamou-lhe a atenção e ela o olhou com mais atenção. O rosto dele estava levemente avermelhado e suado, com alguns fios de cabelo colados a ele. Não parecia horroroso, ao contrário de Annabelle, que nem queria imaginar sua situação ao bufar em resposta para que ele prosseguisse. – Como temos dois quartos, você prefere dormir separadamente, certo?
![](https://img.wattpad.com/cover/47380773-288-k191186.jpg)
DU LIEST GERADE
Uma Noite em Vegas
RomantikAnnabelle Gardens tinha uma vida bastante normal e simples em sua pequena cidade no Colorado. Ajudava seus pais com uma loja de mantimentos, tinha boas amigas de infância, trabalhava na loja de joias mais famosa da cidade e, depois de muito tempo, f...