-Clarissa?
Ian pergunta enquanto me encarava surpreso.
-Ah.Oi Ian. -falo enquanto dou uma leve risada.
-Você vem sempre aqui? -ele questiona.
-Sim, aqui é o santuário das gordices, não dispenso por nada. -falo com entusiasmo. Sério, não era fanatismo nem nada, mas ir para aquela lanchonete era mágico, o cheiro de batatas nunca abandonava o lugar, só de entrar aqui, já imagino aquelas lindinhas douradas com sal e ketchup.Delicioso.
-Não vou duvidar,-Ian diz enquanto sorria-pelo jeito é sério mesmo, seus olhos estão até brilhando.
Tô dizendo comida.Gordice é gordice, né gente.
Antes que eu pudesse imaginar qualquer prato outro de comida e babar um oceano, um arranhar de garganta- que mais parecia um gato engasgado- acaba tirando minha atenção, e virando o meu corpo para trás, não é que por uma bizarra coincidência a mesma velhinha do Starbucks que estava atrás de mim na fila, agora me encarava raivosamente.
-Como se não bastasse empacar a fila do café, agora também esta tentando me atrapalhar pra sair de um lugar?Tem como parar de namorico e dar licença minha jovem?-Os seus pequenos olhos, estavam semi cerrados dando um pequeno vislumbre de duas esferas que podiam me queimar viva.Essa vovó estava dando arrepios.
Como parte de uma boa plateia, a lanchonete silenciou-se, para observar a briga que poderia acontecer a qualquer momento,e como uma boa cidadã querendo evitar que um constrangimento maior ocorresse, ou levar uma bengalada bem no meio da testa, eu dei passagem para a vovó, enquanto a ouço resmungando algo sobre a geração sem vergonha de hoje em dia, como se não bastasse, um ser oxigenado começa a rachar o bico ao meu lado.
A sociedade me perdoe, mas se me der a louca, eu vou tacar um kamehaha nesse loirinho sem noção.Ninguém da minha cara e sai impune. Haverá justiça, e usarei minhas próprias mãos.
Parei.
-Você realmente arruma inimigos onde quer que passa. -Ian diz, enquanto tenta reprimir uma crise de risada.
-Ha-ha-ha!Se não quer ser o próximo, é melhor engolir o riso.
-Okay,okay.Se for te tranquilizar, não é minha inimga.
Sentindo um calor em minhas costas, acabo lembrando que deixei Agatha e Leandro para trás por causa da teimosia de Lele, e eu tenho certeza que estão me encarando nesse momento.
Como dito, lá estão dois pares de olhos me encarando, pedindo explicações.
Solto o ar pesadamente enquanto olho para Ian, tenho certeza que se eu não apresenta-lo para os fuxiqueiros, eles vão encher minha paciência pelo resto da vida.
-Ian, quer lanchar comigo?Eu vim acompanhada e já que você veio para lanchar...
Deixei a pergunta no ar para que ele respondesse, mas ele só procurou a direção em que eu olhava.
-Namorado?
Eu devo ter arregalado os olhos, como se ele acabasse de ter dito a frase mais sem sentido do mundo.
-Não, só meus amigos.
Digo gargalhando, enquanto ando rumo a mesa.
-Pessoal esse é o Ian, Ian essa é a Agatha, minha prima, - falo apontando para a morena a minha frente- e este é o Leandro. -aponto para o Lele enquanto sento na cadeira que há minutos atrás havia abandonado.
-Leandro, amigo de trabalho e da zona dessa negra maravilhosa.Prazer te conhecer conselheiro do Starbucks.-Lele pisca enquanto direciona um olhar malicioso na minha direção.
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O Filho Do Meu Chefe.[HIATUS]
ChickLitRio de Janeiro: drogas, violência, traficantes, mortes. Eu não vejo esta cidade desta forma, pelo contrário, quando busco em minhas memórias, encontro lembranças maravilhosas de lá, tia Joana fazendo brigadeiros deliciosos, os fins de semana no qui...