#CLYG16

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(Seu nome): é tão louco agora nós estarmos noivos - disse encarando a aliança no meu dedo - tanta coisa aconteceu nesses quase 7 anos - ele sorriu pra mim e me disse olhando nos olhos - (Gabriel): eu sempre soube que nós íamos ficar juntos

|Um pouco mais de 7 anos atrás|

(Dhara): de jeito nenhum, eu não vou morar no Brasil! - ela gritava na direção dos meus pais. Minha irmã estava estranha ultimamente, ela havia completado 15 anos... eu não entendia muito bem, mas ela já não gostava de ficar comigo, estava sempre de mau humor, reclamando de tudo. Minha mãe tinha dito que era uma fase e eu acreditei, afirmando pra mim mesma que nunca ficaria assim - Eu detesto aquele lugar! - ela continuou - Eu não tenho amigos, não quero ir pra aquela escola, não quero ficar naquele calor de Maresias. Me deixa ficar com meus avós por favor! (Mãe): Dhara! Abaixa sua bola. Você não decide nada aqui em casa, você vai conosco sim. (Dhara): e você? - me assustei quando ela se virou pra mim - não vai falar nada? vai aceitar ir embora assim? nós vamos ficar sozinhas lá, como sempre (Seu nome): Dhara, eu nunca fico sozinha com você - falei cabisbaixa, então ela bufou - (Pai): meus amores, escutem o papai... - se aproximou de nós duas e se agachou pra ficar na nossa altura - nós temos que ir pra cuidar da empresa, o avô de vocês quer aposentar e não aguenta mais tantas viagens dos Estados Unidos para o Brasil. Vocês vão pra lá sempre, se acostumarão rápido, e nós sempre vamos voltar aqui pra passear. Combinado?
(Dhara): tanto faz! ninguém se importa comigo, com minha opinião, com o que EU quero - falava brava entre o choro que ela tentava ao máximo evitar - eu não suporto vocês, por que vocês estão fazendo isso comigo? - soluçava entre o choro e as palavras - (Renata): já te disse pra disse que gritar não resolve nada! agora engole esse choro enquanto arruma suas malas pra ir embora - falou com a voz firme e indicou na direção do quarto dela, que sem falar mais nada saiu pisando duro. Depois que ela saiu continuei calada. (Pai): vai dar tudo certo, vocês vão ter tudo lá (Seu nome): como assim tudo? E quanto aos nossos amigos, nossa casa, nossa escola? A Dhara não tá errada em reclamar (Pai): olha, vocês podem fazer novos amigos então teriam os daqui e os de la, além disso nós compramos uma casa linda com tudo o que vocês mais gostam nessa, e quanto à escola vocês não vão perder o ano, por que deixaram vocês fazerem as finais para substituir as notas dos outros bimestres... Está tudo certo - ele se esforçou de todas maneiras para se justificar - (Mãe): e a mamãe vai poder ficar muito mais com vocês (Seu nome): quando nós vamos? (Mãe): no sábado... vocês vão ter tempo de despedir dos coleguinhas e ainda ir no colégio segunda - dei de ombros, entregando os pontos para a situação - (Seu nome): tudo bem, vou arrumar minhas malas. Tudo ocorreu como mandado por nossos pais. Tivemos o resto da semana para as despedidas, para arrumar as malas com nossos pertences favoritos, e para aproveitarmos os últimos momentos em solo americano. Já era sábado e havíamos acabado de embarcar no nosso avião com destino a São Paulo. Eu estava ansiosa pra tudo que estava por vir, falava muito ao contrário da Dhara que havia começado um voto de silêncio e não falava com os meus pais, nem comigo quando eles estavam perto, desde que recebeu a notícia da nossa mudança. (Mãe): quando a Dharinha vai voltar a falar conosco? - sussurrou - (Seu nome): não sei mãe, para de me fazer a mesma pergunta o tempo todo - bufei, e peguei meu celular no bolso - "Por que você não quer conversar com eles?" Mandei como mensagem pra ela - nosso melhor meio de comunicação nos últimos dias - que me respondeu "Porque sei que coisas ruins vão acontecer, e quero me guardar pra ser a primeira a jogar tudo na cara deles" depois de ler sua resposta me senti mal, nos entreolhamos e guardei o celular. Em breve ele também não funcionaria. Alguns segundos depois a aeromoça anunciou que o avião partiria e então me deixei adormecer esperando estar no Brasil quando acordasse. 4 (Mãe): acorda filha, o avião já vai pousar - abri um olho, depois o outro lentamente, a claridade que vinha do nascer do sol em SP incomodava meus olhos... demorei um pouco pra me situar e entender que estava dentro de um avião, então apertei o cinto para o pouso - (Seu nome): como eu consegui dormir tanto? (Mãe): acho que foi pela vontade de chegar logo - ela fez uma cara super animada e bateu palminhas - (Seu nome): para né - desviei o olhar dela pra Dhara que estava com o mesmo olhar de tédio de antes, preferi ignorar. O avião pousou e enfim desembarcamos em SP, lá um funcionário da empresa nos esperava pra nos levar até Maresias. A viagem foi entediante e demorada, foram mais de horas até chegarmos em nossa nova casa. (Mãe): olha que linda, filhotes! - realmente era linda, não tinha aquele modelo típico de casa de praia, até por que não ficava beira-mar. Por fora era uma casa imponente e dentro a decoração era predominantemente preto e branco, com muitos lustres, flores, bem a cara da minha mãe. (Seu nome): quanta ostentação - meu pai gargalhou e a Dhara não evitou uma risada abafada - (Mãe): aí que bobagem de vocês três - descarregamos nossas malas, escolhi o quarto que tinha uma varanda de frente pra rua, arrumei minhas coisas, depois tomei um banho e fui até o quarto dos meus pais. (Seu nome): mãe, to com fome (Mãe): vamos sair pra comer, você está pronta? (Seu nome): aham (Mãe): então chama sua irmã, nós vamos estar esperando no carro - concordei e fui ao quarto da Dhara. (Seu nome): Dhara - bati na porta e entrei - vamos sair pra comer (Dhara): você bate na porta e já vai entrando?! - rebateu com raiva - não quero comer, obrigada (Seu nome): você não pode ficar sem comer, vamos por favor (Dhara): por que você tem que ser criança e tão chata? - estreitou o olhar pra mim, que não consegui evitar encher os olhos de lágrimas - (Seu nome): me desculpa - abaixei a cabeça e sai do quarto o mais rápido que pude e fui pro carro, onde meus pais esperavam, entrei e bati a porta. (Pai): onde está sua irmã? (Seu nome): ela não vem - falei emburrada - ele respirou fundo e deu partida no carro. Fomos pra um restaurante na praia, havia uma movimentação enorme de pessoas naquela área, assim como a praia também estava lotada, nela havia uma estrutura montada, parecia estar acontecendo algum evento. (Seu nome): pra que isso tudo? - indaguei confusa olhando as pessoas - (Pai): parece ser um campeonato de surf, aqui sempre tem, pode se acostumar (Seu nome): hmmm - resmunguei e continuei a observar mesmo sem muito interesse. Chegamos ao restaurante após o horário de almoço, ainda assim nossos pedidos demoraram muito por causa do grande número de pessoas lá. Nosso almoço foi silencioso, só meus pais conversaram algumas coisas até terminarmos de comer. (Mãe): então filha... vamos assistir um pouco do campeonato na praia? Pelo horário já deve estar terminando.

Cant Let You GoWhere stories live. Discover now