A Voz no Forro.

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"Um lugar antigo e abandonado poderia guardar a história e fatos que ocorreram ali?
Que segredos habitam os locais mais remotos e esquecidos? Será que as energias armazenadas pelas memórias existententes em um determinado local poderiam atrair seres do além ou de outras dimensões?"


O Relato retrata um desses estranhos e assustadores fatos!

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Havia uma enorme casa de fazenda, até que foi demolida há alguns anos atrás, no meio de um terreno de três acres em uma cidade do interior de Minas Gerais. Na época, esse terreno pertencia aos avós da minha esposa, que o compraram na primavera de 1982 com a intenção de construir uma casa em uma das pontas norte do terreno, onde tinha a estrada.
A casa foi construída, o terreno foi cercado e o resto do terreno ficou para os cavalos que eles tinham.
Depois de pensarem na idéia de reformar a velha casa de mais de sessenta anos, e transformarem ela em uma casa de hóspedes, eles simplesmente decidiram usá-la como depósito.

No verão de 1997, a minha esposa e eu recebemos um convite dos seus avós para passar alguns dias na sua casa no sítio, então fizemos as nossas malas e partimos de Juiz de Fora para uma viagem de três horas, ansiosos por passar um fim de semana em um lugar calmo, rústico e relaxante.

Só para deixar claro, eu sempre tive uma fascinação pelo paranormal, mas o meu interesse é focado nos aspectos mais mundanos do paranormal: livros e filmes de terror e suspense e os ocasionais documentários de TV.
A minha esposa Larissa, por outro lado, sempre teve um interesse mais sério e ativo no assunto, e como resultado do seu passado de "caça fantasmas", ela tem uma coleção de fotos que ela mesma tirou de espíritos para complementar a sua audioteca de FVE (Fenômeno das Vozes Eletrônicas, ou EVP em inglês).

O fenômeno de fotos de fantasmas --uma coisa que esta por ai desde a invenção da própria câmera fotográfica-- é algo que, para a minha mente prática e racional, pode ser facilmente confundido com a dupla exposição acidental (ou não) do filme, o reflexo da luz, pingos de água nas lentes da câmera, enfim, um monte de coincidências.
Mas o que realmente me chama a atenção, são as gravações que ela (Larissa) tem.
Algumas das anomalias que eu ouvi nas fitas podem facilmente ser algo terreno confundido com algo paranormal, mas ainda há algumas que mesmo uma mente racional tem que admitir que está além da compreensão e de uma explicação plausível.
Enfim, apesar de ter lido e ouvido sobre essas ocorrências, eu nunca tive nenhuma experiência pessoal com o paranormal.
Não até aquele fim de semana que eu e a minha esposa passamos na casa dos avós dela, em 1997.

Nós chegamos na cidadezinha na sexta-feira à noite, e após conversar um pouco e depois de algumas xícaras de café com os avós dela, decidimos ir para o quarto.
Eu estava deitado na cama falando com Larissa, ainda não conseguindo dormir, e é claro que o nosso papo acabou se voltando para a velha casa a apenas uns 50 metros de onde estávamos.
Era a primeira vez que eu ia lá, e estava completamente seduzido tanto quanto pela aparência antiga e a beleza decrépita da velha casa, quanto pelo seu ar de tristeza e melancolia.
Eu falei para a Larissa como ela parecera assustadora sob a luz da lua cheia quando nós chegamos, e como seria o cenário perfeito para uma das histórias de assombração que eu gostava tanto de ler nas noites escuras de inverno.

Eu perguntei como era por dentro, mas ela me falou que não sabia, ela nunca tinha entrado.
Eu achei isso estranho, a minha esposa tinha um apetite voraz por tudo o que parecia assustador.
Era normal ela desbravar cemitérios e outros locais com potencial de assombração à noite armada apenas de uma lanterna, um gravador e uma câmera fotográfica.
A resposta dela foi simples: "O meu avô nunca me deixou entrar. Ele tem medo que o teto desabe em cima de mim".
Com isso, a minha curiosidade foi saciada. Mas no café da manhã, na manhã seguinte, a pequena sementinha de curiosidade que eu tinha plantado na cabeça da Larissa, estava agora viva e crescida, com vontade de ser saciada e ela comentou o assunto com o avô dela.

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