8° Estou pior que um cigano - Revisado

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Mayza narrando...

Depois de um café da manhã tão tenso quanto o jantar de ontem, passei a manhã pensando em onde eu iria estudar, por que já estava perto do inicio das aulas, e eu ainda não tinha me matriculado em nenhuma escola ( não posso perder um ano não é? ), como ainda era cedo resolvi passear pelo jardim da mansão, só para conhecer o lugar ( pelo menos o caminho até o jardim, e o até a cozinha eu já sei ), na primeira impressão eu poderia dizer que é um jardim normal e pequeno, mas depois de olhar bem, percebi que nele caberia facilmente umas 15 casas do tamanho da minha e sobrava espaço para um caminhão ( não entendo porque minha tia mesmo sendo tão rica, nunca ajuda ninguém da família, ela as vezes parece uma total desconhecida a meus olhos, não consigo nem contar nos dedos as inúmeras vezes em que precisamos da ajuda dela, e ela fingiu que não existíamos ).

Flash Back início...

Mayza- Mamãe, a senhora vai morrer?

Pergunto chorando vendo a mamãe em cima da cama daquele hospital.

Ayla- Não querida, a mamãe está bem, fique tranquila tá bom?!

Mayza- Mas eu vi o médico falando com o papai e ele disse que se a senhora não receber o transplante logo, a senhora vai morrer...

Respondo chorando sentada na cadeira de plástico que sempre ficava do lado da cama ( naquela época eu só tinha 7 anos, e não entendia nada da vida, só sabia que minha mãe precisava muito de um transplante de rim, pois um dos rins dela não estava funcionando e isso estava exigindo muito do outro, e ele sozinho não estava dando conta do serviço...aparentemente ela estava com uma espécie de câncer que se alastrava pelo corpo muito rápido, e a minha mãe poderia morrer em breve ).

Ayla- Não se preocupe, estou bem!

Mayza- Papai disse que não tem o dinheiro para pagar a cirurgia, e mesmo que tivesse ainda não acharam um doador compatível com a senhora!

Ayla- Não se preocupe benzinho vem aqui e canta aquela música que a mamãe gosta, tá bom?

Sequei o rosto e me deitei do lado dela para cantar.

Mayza- " Tu és estrela que brilha no alto, me guia e ilumina por todo o céu, me visto de negro e danço no ar, tua luz é tão forte e não me deixa errar, faço passo a passo toda a dança, parecemos dançarinas de noite escura, não se engane por eu parecer só uma criança, pois minha alma é tão forte quanto o teu brilho..."

Fiquei cantando várias vezes até dormir, quando acordei eu estava na sala de espera com o papai, ele estava sorridente

Christian- Olá dorminhoca.

Me levantei da cadeira onde eu estava.

Mayza- Cadê a mamãe?

Christian- Esta na sala de cirurgia, acharam um doador compatível e com ajuda de seu tio Augusto, consegui pagar a operação.

Ele falou todo feliz, nem parecia o papai de cara fechada que sempre vejo.

Mayza- Pensei que o tio Augusto não tinha onde cair morto?!

É claro que eu estava feliz, mas aquilo me pareceu suspeito.

Christian- Eu também, mas ele me ligou a algumas horas falando que tinha conseguido o dinheiro que estava faltando, e que já estava tudo depositado em minha conta, e depois disso o hospital falou que tinha achando um doador compatível, que eles disseram ter morrido em um acidente de moto...isso é triste, mas mesmo assim estou feliz.

Eu o abracei e ficamos na sala de espera aguardando o fim da cirurgia ( só disso que consigo me lembrar ).

Flash Back fim...

Como pude me esquecer?Where stories live. Discover now