Something new

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- Ei, o que faz aqui? - franzi o cenho.

- Estava vindo te encontrar. - sorriu. Como ele pode ter o sorriso tão perfeito?

- Vamos para casa juntos, então. Ah, Holly, esse é o Ed, meu melhor amigo. Ed, essa é a pequena Holly.

- Olá, gracinha.

Ela sorriu envergonhada, e se escondeu em minha perna.

- Ela é muito fofa. - soltei um riso fanhoso.

Inesperadamente seu braço se pôs em torno dos meus ombros. Engoli em seco quando seus lábios bateram e minha orelha.

- Temos que conversar, não acha?

Eu juro que usei todas as minhas forças de lucidez para não tropeçar em meus próprios pés e me lembrar que estava segurando a mão de uma criança de sete anos. Mas foi meio difícil com o sopro de sua voz sussurrante contra a minha pele.

O olhei de canto e concordei com a cabeça.

- E quando eu crescer, eu quero construir um hospital beeem grande para ajudar todo mundo!

Quando chegamos em nosso apartamento, Holly estava bem mais solta. Conversamos o caminho todo, e ela e Ed se deram super bem.

- Isso é um gesto muito admirável da sua parte. - esclareci.

- Obrigada. - seu rosto ruborizou. - É que eu tenho um amigo que não pode andar.

- Ele ficaria muito feliz em saber disso, sabia? - me ajoelhei a sua frente e acariciei seu cabelo cacheado. - Está com fome?

- Não, eu comi na escola antes de sair. - sorriu acanhada. - Eu estou com sono.

- Ok. Eu já venho.

Me dirigi a cozinha, onde ele estava. Parei ao seu lado, apenas para pegar um copo de água.

- Eu só vou colocá-la em meu quarto para dormir, depois a gente pode conversar sobre o que você quiser.

- Eu te espero.

Derramei o resto de água. O olhei e sorri, que foi retribuído.

- Vamos lá. - peguei sua pequena mão. - Não sei que horas a sua irmã vai chegar, mas enquanto, você pode dormir na minha cama.

Fiquei ali por uns cinco minutos, até ela pegar completamente no sono. Depois abri a minha mala e peguei uma roupa. Fui para o quarto dele.

- Eu fiz uma nova música, e... Bem, eu quero que a ouça.

Respirei fundo e assenti. Pegou seu violão e seus dedos dedilharam alguns acordes.

- We're not, no we're no friends, nor have we ever been...

Depois de algum tempo, deixou o violão de lado, mas não parou de cantar. Pegou minha mão e me levantou, me puxando para perto.

- And that's why friends should sleep in other beds,

and friends shouldn't kiss me like you do.

And i know that there's a limit to everything,

but my friends won't love like you.

No, my friends won't love like you.

Oh, my friends will never love like you.

Engoli em seco. Seu corpo e seu rosto perto de mim estava me fazendo perder a cabeça.

- Não somos amigos, e nunca fomos. - sussurrou, e eu não conseguia desviar o olhar daqueles azuis hipnotizantes. - Acho que você pensa a mesma coisa.

Reviravoltas do destino (Ed Sheeran)Where stories live. Discover now