Feels like this could be forever tonight, break these clocks, forget about time

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– Deu positivo? – Lohanne perguntou, ansiosa.

A olhei, sem acreditar no que meus olhos leram.

– Não. – sussurrei. – Não estou grávida.

Foi estranhamente um prazer pensar que havia uma vida dentro de mim. Que eu teria de cuidar, comprar roupas, em nove meses dar banho e trocar as fraldas fedidas, mas que eu estaria feliz com isso. E tudo isso se foi. Na verdade, eu estava tão convicta de não carregar o filho, que nem sabia porque estava sentindo esse vazio dentro de mim.

O caminho de volta para casa foi barulhento, mas minha mente estava tão silenciosa quanto a madrugada. Não prestava atenção das gargalhadas e conversas ao meu redor. Aliás, não sei ao menos no que eu pensava. Talvez em tudo, e em nada ao mesmo tempo. Senti várias vezes que elas me perguntaram algo, e eu apenas balancei a cabeça como se não houvesse nada. Talvez tenham desistido ao ver que eu estava distante.

Chegamos a casa de Harry e de Louis e fui direto ao meu quarto, me jogando na cama. Encarei o papel.

– Por que estou assim? – sussurrei comigo mesma. – Eu deveria estar feliz com esse resultado. Por que estou assim?

Eu me repeti essa pergunta pelo menos umas dez vezes naquela noite. Não fazia sentido. Deveria estar aliviada de não ter a imprensa no meu pé, receber ameaças de fãs histéricas ou a cada semana uma notícia falsa sobre mim. Mas estava decepcionada, pois seria um dos melhores jeitos de voltar com Ed – ou pelo menos, tê-lo perto de mim – e ter uma nova vida sendo mãe.

Acordei com o dia lindo, e decidi sair para caminhar pela maravilhosa cidade que é Londres. Quando meus pés fincaram no chão ao passar em frente a uma vitrine de loja de bebês. Havia toalhas, brinquedos, fraldas, carrinhos... Tudo o que uma mãe vibraria para comprar.

– Maggie!

Saí dos meus pensamentos ao ouvir a tão conhecida voz.

– Example! Quanto tempo! – retribuí seu abraço. – O que faz por aqui?

– Divulgando um novo trabalho. – sorriu. – E você? Escolhendo as roupinhas? – fiquei surpresa de ficar surpresa, pois deveriam ter publicado em tudo o que é tabloide. – Ouvi falar que está grávida, é verdade?

Neguei com um sorriso de conformação no rosto, porém vindo de um aperto no peito.

– Alarme falso.

– Ahhh. E como anda o seu trabalho?

– Bem, bem. As crianças adoram as minhas crônicas.

– Bom, bom. Bem, eu tenho que ir. Mande um abraço para Ed.

Hesitei.

– O que? Vai dizer que terminaram?

– Eer...

Sua expressão vacilou.

– Aconteceram algumas coisas, e eu terminei tudo. – dei de ombros.

– Que coisa. – pela sua cara, não estava acreditando que tudo acontecera tão rápido. – Eu realmente sinto muito.

– Tudo bem. – sorri. – Eu não vou te segurar mais. Vai lá fazer o seu trabalho.

– Foi bom te reencontrar, baixinha.

Me abraçou e se foi.

Pois é, Example. Foram tantas coisas que aconteceram...

...

Peguei um táxi e me dirigi ao meu lugar desejado. Estava decidida a fazê-lo. O papel de repente pareceu pensar dez quilos em minhas mãos. Eu sentia essa estranha necessidade de noticiá-lo com o resultado desse teste. Parecia uma obrigação... e não era para menos, com a dramatização que as meninas fizeram no shopping.

Reviravoltas do destino (Ed Sheeran)Where stories live. Discover now