Bloodstream

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"I've been sitting here for ages 

Ripping out the pages

How'd I get so faded? 

How'd I get so faded? No, no 

Don't leave me lonely now." 

Bloodstream – Ed Sheeran



— Posso te perguntar por que você quer tanto que eu vá nessa festa? — Camille bufou, se jogando na cama, propositalmente em cima dos quase dez vestidos que Eleanor havia separado para ela.

— Por que é o aniversário do meu namorado e você o ama Camille, pare de birra — ela cruzou os braços, fuzilando a amiga com o olhar. — Deitar nos vestidos não vai fazer você não ir à festa, e sim ter que passá-los mais tarde.

— Como eu imaginei — rolou os olhos, levantando-se e fitando os vestidos escolhidos em cima da cama.

Eram todos bonitos, e tinham 100% de chance de não passarem despercebidos na festa de 26 anos, com mentalidade da metade, de Neuer.

Segundo Eleanor, a elite do futebol estaria lá e ela teria que estar impecável para conquistar um jogador do Bayern, para que finalmente acompanhasse a amiga nos jogos de Manuel. Camille nem por um segundo considerava aquela ideia possível, sua vida já era corrida por demais sem aquela programação.

Quase dois meses haviam passado desde o final da copa do mundo. E Eleanor já havia quebrado seu recorde de relacionamento, alguns dias atrás, com Neuer. Camille ficava quase boba no quanto os dois se domavam, se completavam e se provocavam. Era simplesmente hilário estar na presença dos dois e era ainda melhor graças ao emprego na área esportiva que Eleanor tinha conquistado por definitivo. Sua tarefa era assistir, cobrir e comentar jogos de vários times, inclusive do Bayern München, time que Neuer jogava e esporte que ela havia adquirido alguma admiração. Adorava ir aos jogos, gritar e ficar completamente descabelada pelo namorado e pelo time. Defendia o Bayern como se fosse do próprio sangue, falava que sua meta era levar Camille até um jogo na Allianz Arena, e segundo ela 'entrar para o mundo mágico do futebol'. Entrada essa, que era sempre adiada graças a faculdade cada vez mais puxada de Camille.

Para esta, os dois meses foram totalmente dentro do cotidiano. Estudava até tarde, costumava sair com os amigos da faculdade em fins de semana e principalmente, com Eleanor e Manuel quando os dois não estavam em Munique. Havia conhecido o namorado da amiga poucos dias depois da volta da copa, e já podia listar em uma folha as milhões de razões de ele ter finalmente amolecido o coração de gelo de Eleanor. Era a cópia dela sem tirar nem pôr. Os dois possuam gênios malignos, gosto irreverente para festas e um DNA voltado para a vida maluca. Camille mal podia imaginar como os filhos dos dois iriam ser. Não fazia diferença se puxasse ao pai, ou a mãe, seriam exatamente a xérox dos dois.

Passou os olhos pelos vestidos mais uma vez, demorando um pouco mais ao notar o branco completamente rendado. Apesar de ser extremamente curto, tinha as mangas longas e isso deixava pelo menos uma parte do seu corpo coberta. Ela olhou para Eleanor, suspendendo o vestido a frente do seu corpo.

— Esse?

— Eu o acho magnífico — a amiga sorria, batendo palmas com animação. — Decidido, é esse.

O telefone de Eleanor tocou, fazendo a mesma se assustar enquanto o procurava por baixo da pilha de vestidos em cima da cama. Quando achou, sorriu, ignorando a ligação em seguida.

RunawayWhere stories live. Discover now