Capítulo 1 - O Clube Reich

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ATENÇÃO! As imagens deste capítulo foram editadas para o livro Reich - entre vampiros e deuses e estão protegidas por copyright. Não devem ser copiadas para outros fins que não estejam relacionadas a Reich.


— Você tem certeza? — Takao, meu colega de trabalho, me perguntou pela milésima vez.

— Sim, e você também — respondi, impaciente.

Seus olhos negros, que já eram pequenos devido à descendência asiática, se estreitaram ainda mais. Ele adorava fazer aquilo, o instinto de repreensão estava intrínseco. Tinha quase certeza de que na maior parte do tempo o meu melhor amigo me achava uma completa maluca. Não que eu discordasse.

— Já te disse que tem alguma coisa estranha acontecendo naquele clube! Os boatos dizem...

— Fala baixo, caramba! — Dei um esporro, checando os arredores. — Você deve ser o homem mais medroso que existe nesta cidade.

Takao nunca foi medroso. Era até injusto dizer isso, não poderia pedir por um parceiro melhor. O problema era que naquele momento, alguém poderia nos ouvir. Eu tinha uma audição apurada, fazia parte do meu charme especial, mas não sabia se existiam outros com a mesma habilidade no entorno. Era isso que pretendíamos descobrir naquela noite.

— Eu sempre te apoio, mas essa sua busca está se tornando uma obsessão. — Segurou meu braço em uma tentativa desesperada de me manter ali, a boca formou uma linha fina. A expressão de temor não combinava com seu usual porte austero e controlado. — A mulher que você procura não existe mais, Izzy, ela morreu há quase trinta anos.

Desvencilhei-me de seu aperto. Muita coisa sobre mim soava como loucura e, provavelmente, era, entretanto, a busca de décadas não era infundada. Takao estava errado, nunca tive tanta certeza em minha vida.

— Então fique aqui, irei sozinha!

Saí do carro e bati a porta com raiva. Sabia que Luna não havia morrido, a última vez em que a vi, eu tinha seis anos. Nunca a esqueci de verdade, apenas fiz o que me ensinou: menti. Não era mais uma menina assustada e fingir que aquela mulher nunca existiu, deixou de ser uma possibilidade. A conhecia de alguma forma que a minha memória não me permitia lembrar, exceto que era alguém importante. Caramba, talvez Takao tivesse razão e tudo isso fosse apenas uma louca obsessão.

A cidade em que nasci não era grande o suficiente para ser considerada uma metrópole, mas possuía uma área "ruim". E ali, aquele lugar, era uma das mais pesadas ruas da cidade. Tudo por causa do clube que se agigantava à minha frente, o Reich, com sua entrada chamativa em vermelho e preto, um convite aos prazeres da carne e ao perigo.

Andei a passos firmes até a entrada com meus saltos clicando no chão. O restante da rua podia ser sujo, mas a calçada do Reich tinha um brilho impecável com o piso de mármore preto. Esperava que todos os frequentadores possuíssem um ótimo equilíbrio, porque bastava uma gota de chuva e o piso se tornaria um verdadeiro desafio para os saltos altos.

O segurança, com expressão de poucos amigos e uma careca que brilhava em bordô por causa do letreiro luminoso do clube, me perguntou a senha. A entrada era exclusiva; apenas sócios e seletos convidados poderiam passar pela montanha de músculos em forma de gente.

— Sangue do meu sangue. — A firmeza em minha voz não me traiu.

Eu era detetive particular há quase oito anos e descobrir segredos fazia parte do meu trabalho. Já vira muita coisa estranha e, mesmo assim, aquele código me dava arrepios, como uma memória latente de um passado perdido.

O homem me encarou dos pés à cabeça, meio em dúvida se permitiria ou não a minha entrada. Nunca tinha me visto antes, mas eu sabia a senha requerida. Por fim, com expressão de que me caçaria no inferno se fizesse algo errado, abriu passagem. Agradeci com meu melhor sorriso inocente, afinal, eu era uma doce garota que jamais poderia causar algum problema, até onde ele sabia.

Reich - AMOSTRA DA 2ª EDIÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora