Capítulo 11

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DANTE

Encarei Theo com os olhos cerrados e foi impossível não notar a tensão que se espalhou pelo ambiente. A ruiva olhou para mim e, depois, olhou para o amigo, com uma expressão confusa, Amberthy não se pronunciou sobre a troca de olhares agressivos entre nós dois, ela agia como se nada estivesse acontecendo e só parou de falar quando a conversa se tornou insustentável.

— Algum problema, meninos? — a ruiva perguntou, olhando para mim com certo nervosismo. — Vocês se conhecem?

A pergunta dela foi ignorada por mim e por ele, nenhum dos dois desviou o olhar ou se moveu ficamos ali por vários segundos e quando percebi que ele não iria sair sem que fosse posto para fora, inspirei e movi os olhos, unindo as sobrancelhas e tentando manter a voz contida.

— Você tem cinco minutos para sair da minha casa — falei, olhando para Theo com ódio, cerrando minhas mãos com força para controlar meu impulso de acertar um soco na cara dele.

Theo não fez nada sequer se moveu, vi suas sobrancelhas se erguerem, aparentemente surpreso com minha fala, mas antes que ele respondesse ou fizesse algo mais, a voz da minha prima soou pela sala.

— O que você pensa que tá fazendo? — Amberthy perguntou, claramente indignada. — Essa casa não é sua, garoto! Theo, não liga pra...

— Ótimo, Tabatha vai adorar saber que você é amiga de um puto que bate em mulher — soltei, dando as costas e saindo de lá antes de ver o efeito que minha fala havia causado.

Estava possesso, sentia meu rosto quente e minha cabeça chegava a doer tamanho nervosismo. Saber da índole dele já me deixava extremamente puto, e saber que ele havia tratado Aurora daquele jeito enchia meu peito ainda mais de raiva. Ela é tão doce, mesmo quando fica brava ou irritada, que imaginar que alguém a tratou com tamanho desrespeito me deixa fora de mim.

Não ouvi mais nada vindo da sala, mas poucos minutos depois que entrei em meu quarto, vi o carro sendo ligado e deixando a casa sem muito estardalhaço. Amberthy não apareceu no meu quarto e, com isso, eu concluí que a fala tinha surtido exatamente o efeito que eu queria.

Deitei na minha cama e passei o resto da tarde ali, saindo só durante a noite para pedir uma pizza e voltando para o quarto, afinal, minha tia estava de plantão e a última coisa que eu queria era ver a cara da minha prima hoje. Eu tenho certeza que ela sabe o que ele fez se não por que ficaria tão nervosa?

Mas não queria acreditar que ela mantinha uma amizade com um cara que, claramente, não se arrependeu ou sente remorso algum do que fez.

Comi minha pizza e tentei me distrair, assisti alguns episódios de uma série qualquer e, depois, quando a noite já ia alto decidi que precisava dormir um pouco ou ia acordar acabado no dia seguinte. Tomei um banho rápido e me joguei na cama logo depois, não demorando muito para dormir, mas ainda remoendo o que havia acontecido naquela tarde.

Quando acordei no dia seguinte, a raiva de fato já não era tão grande, mas ainda não estava de todo satisfeito com aquela visita. Me levantei e, depois de um banho e por minhas roupas, saí do quarto, encontrando Amberthy sentada à mesa. Minha tia ainda não havia chegado, então seríamos só nós dois naquela manhã.

Amberthy sequer me olhou e eu fiz a gentileza de fazer o mesmo, não lhe dirigi palavra alguma e, enquanto pegava uma maçã para comer antes de sair, a ouvi pigarrear para chamar minha atenção. Me virei para minha prima e ergui as sobrancelhas, esperando para ouvir o que ela queria falar.

— Você não deveria tomar partido de ninguém antes de ouvir a história toda — ela falou, mantendo o tom de voz neutro e contido tentando amenizar o que estava fazendo naquele momento.

A conselheira Amorosa Onde histórias criam vida. Descubra agora