Prólogo

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O Éden estava devastado. O chão banhado em sangue não lembrava em mais nada quilo que um dia foi à menina dos olhos do Criador.
Os animais mortos cobriam todos os lugares. Criaturas a muito extintas pelo homem, outras que ainda conhecerão a extinção. Algumas que nem ao menos existiram fora do Éden.
As arvores já estavam marcadas pelo símbolo dos deuses. Esse simples ato era necessário. Mesmo com a mata fechada por arvores corpulentas ele não se importava em caminhar. O sangue era absorvido pelo solo como se esse acreditava ser agua. E talvez fosse essa a verdadeira agua da vida.
Em seu rosto havia um sorriso. Talvez bobo ou talvez insano. Difícil saber, impossível determinar. Cada passo levava a apenas um lugar.
Cada arvore por qual passava, cada animal que via, todos recebiam aquela marca, pois havia ali um proposito único. Ao menos para ele.
Sua caminhada o levava a lembranças de coisas que não existiam, de vidas que não viveu. Eram lembranças que vinham do sangue de seu irmão. Nesse instante a raiva voltou. Não era agressivo, nunca fora, mas e agora?
Como seria?
Parou então frente a Arvore da Vida. O lugar ainda guardava parte do pó que se transformara o corpo de seu irmão. Ele fez uma promessa a ele não foi?
Mas poderia fazer algo sozinho?
As lagrimas vieram fartas a seu rosto cansado. Com sua espada cortou vários frutos. Era engraçado que além da Chave da Morte, apenas a Arvore da Vida tinham o segredo para a morte de um amaldiçoado ou um deus.
Seu fruto era venenoso, seus galhos eram coberto por serpentes peçonhentas que derramavam seu veneno sobre a casca do fruto. Era engraçado sim, que o segredo para a vida eterna estava na morte.
Após pegar os frutos que queria também a marcou. Chegou a ser mordido por uma serpente que caiu morta, envenenada. Então abusando das palavras arcanas chamou por fogo.
A Arvore da vida se incendiou, o bosque do Éden também se inflamou. As arvores eram consumidas pelo fogo do ódio, da vingança e da destruição. Mas também o fogo de algo mais. O sangue evaporou-se do chão, enchendo o lugar com um cheio de ferrugem e sal, misturado ao cheiro dos pinheiros em chamas, sakuras e madressilvas.
Ele então olhou para o céu enquanto caminhava pelas chamas. Sua pele não se queimava e as chamas pareciam arder ainda mais. Juntando todo o folego que carregava em seus pulmões ele gritou:
- Vai me ajudar agora Deus? Esse é um sacrifício perfeito para você?
Ele então foi tomado por uma risadinha nervosa que aos poucos se tornava uma gargalhada insana. Mas quando percebeu bem estava chorando. Como uma criança sentia-se só e despreparado. Não era selvagem como seu irmão. Mas haveria vingança. Porém seu deus não o respondia.
Será que precisaria de um sacrifício maior para chamar a atenção do Deus dos deuses?
Então ele pensou e apenas caminhou. O conhecimento guardado no sangue de seu irmão e no sangue de tantos deuses seria o bastante. Ele sabia para onde ir e exatamente o que fazer.

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Doutor Laurence Oliveira sentia-se ótimo. Sua vida era deveras perfeita. Casou-se com uma linda mulher. Não tinha filhos, mas os teria em breve. Ele havia nascido no Rio de Janeiro, Brasil. Mas filho de uma família rica teve uma boa educação nos EUA e Europa. Quando completou 28 anos foi cogitado pelo governo brasileiro a ajudar nas pesquisas sobre algumas doenças. Isso mesmo ele era o gênio que havia criado a cura definitiva para HIV e Câncer. Mas isso era só para ricos e poderosos que podiam pagar uma pequena fortuna pela formula. Ele mesmo não era egoísta a tal ponto, mas o governo o obrigara. Com 32 anos casou-se com Alice. Ela era uma mulher linda de sorriso encantador e tornou-se um homem feliz. Agora aos 35 havia recebido uma oferta para trabalhar para uma empresa de pesquisas mundial chamada Fundação SCP.
No grosso modo, a fundação SCP era basicamente uma organização baseada em Segurança, Contenção e Proteção de Civis. Eles pesquisavam distúrbios paranormais de todo o tipo e que pudessem causar algum tipo de desordem mundial. Quando eles encontravam algo assim eles iam até o lugar, fazia a Segurança da área, a contenção da anomalia e mantinha o povo e o mundo leigo a tudo.
E ele havia sido chamado para fazer parte disso. Fazia agora um ano que estava ali. Sua esposa engravidara e tudo parecia perfeito. Principalmente agora que recebeu uma anomalia para pesquisar.
Todas as anomalias recebiam uma identificação que sempre começava com SCP e terminava como uma numeração. Todas eram classificadas em três categorias:
Seguro Eram anomalias que não apresentavam mais nenhum risco ao mundo de forma alguma.
Euclideo Eram anomalias que ainda representavam alguma espécie de risco ou que tinha propriedades desconhecidas precisando assim ser constantemente vigiadas.
Keter Eram anomalias que representavam risco de níveis agravantes a humanidades. Todas as anomalias que chegavam a esse nível demandavam mais pessoal para entender como funcionavam e pesquisas para sua destruição.
No caso dele ele não tinha ainda status o bastante para pesquisar nenhuma anomalia de nível Keter, mas olhando em sua prancheta ele viu que confiavam nele o bastante para entregar-lhe um SCP de nível Elclideo. Seu nome era SCP 073.
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O Assassino de Deuses: A Vingança De CainWhere stories live. Discover now