Capítulo 6 - Decepção

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Depois de passar uma semana maravilhosa na Argentina, estávamos prontos para voltar pro Brasil. Ainda bem que minha mãe me convenceu a ir pra esse Congresso, porque lá pude conhecer o Bruno. E por falar nele, nossa amizade estava ficando muito forte, e meu amor por ele nem se fala, ao mesmo tempo em que estava feliz dele virar "meu irmão" também estava triste por ter que ver ele e não poder ser nada mais ou além que irmão.

Estávamos no aeroporto esperando anunciar o nosso voo, Bruno aparentava estar inquieto mesmo estando ouvindo música e jogando no celular, eu estava lendo meu livro, Carlos depois que soube da gravidez da Dona Marisa, a todo momento que podia ficava passando a mão na barriga dela, isso porque ela só estava grávida de quase 2 meses.

Finalmente nosso voo foi anunciado e fomos caminhando em direção ao portão de embarque, minha mãe trocou de poltrona com o Bruno para poder sentar com o Carlos, a numeração da poltrona era logo na frente da aeronave e a minha era mais pro fundo. Eu sentei ao lado da janela por só viajar nessa numeração, Bruno sentou ao meu lado na poltrona do meio, quando o piloto anuncio que a decolagem estava autorizada, Bruno ficou sem cor.


- Bruno está tudo bem? - Perguntei preocupado.


- Nenhum um pouco, eu tenho medo de andar de avião. - Disse ele segurando firme o braço da poltrona.


- Você está brincando NE? - Disse sem conseguir controlar o riso.


- Para Joca, eu to falando sério! - Disse me olhando com vergonha e medo porque já íamos decolar.


- Desculpa, mas você tem que relaxar. Ouve uma música, lê um livro ou dorme para distrair.


- Posso te pedir um favor? - Disse Bruno levantando o olhar na minha direção.


- Pode, se eu puder realizar. - Disse já sentindo meu coração acelerar.


- Posso segurar sua mão? - Disse Bruno fica vermelho. Se meu coração já estava acelerado antes da pergunta, agora então nem se fale, parecia que tinha acabado de correr uma maratona.


- C-c-claro. - Respondi gaguejando e me sentindo nervoso


Bruno pegou minha mão e segurou entrelaçando nossos dedos, nesse momento senti que tinha chances com ele, apesar de pequenas mas tinha, senti que era Bruno que me despertou o sentimento de amor, senti que podia cuidar e amar aquele homem que estava ao meu lado.Foi então que vi uma coisa que não queria ver e ainda não estava preparado, com a outra mão Bruno trocava mensagens eróticas com uma menina, quer dizer, ele estava conversando com três meninas ao mesmo tempo. E as meninas mandavam fotos nuas para ele, que respondia as mensagens com elogios ao corpo delas e falando o que estava com vontade de fazer com aqueles corpos. Automaticamente tirei minha mão da de Bruno.


- Aconteceu alguma coisa Joca, eu estava de incomodando? - Perguntou ele


- Não, eu só estava com a mão dormente. - Respondi olhando para meu celular.


Coloquei meu fone de ouvido, coloquei minhas músicas mais depressivas que eu tinha e fui a viagem toda como o olho fechado e tentando esquecer de que Bruno estava ao meu lado. Entendam que não é drama da minha parte, mas olhem meu lado, você gosta de uma pessoa, ele sempre estará do seu lado, mas você nunca poderá ter ele como seu namorado ou coisa do gênero, e o pior, o sentimento não é correspondido, e ele faz algumas coisas que parece dizer que está afim de você, mas depois prova ser apenas um carinho de irmão e que realmente gosta de pegar geral, e você não é nada pra ele a não ser um irmão adotivo.


- Joca, está tudo bem? Você está chorando? - Disse Bruno tirando o meu fone de ouvido.


- Estou bem Bruno, foi só um enjoo e já vai passar. - Disse sem abrir os olhos.


- Se você quiser pode deitar a cabeça no meu ombro.


- Não Bruno, como eu disse já vai passar. Obrigado! - Disse ainda com os olhos fechados.


Depois de 3 horas de voo, chegamos ao aeroporto Internacional de Guarulhos em São Paulo, saímos do avião e fiquei o tempo todo ao lado da minha mãe, evitava olhar para Bruno, fingia sempre estar fazendo algo de importante no meu celular.


- Acho que podíamos almoçar todos juntos! - Sugeriu Carlos.


- Desculpa Carlos, mas estou muito cansado, mãe poderíamos ir pra casa agora? - Disse me dirigindo a Carlos e depois perguntando a minha Mãe.


- Joca, você tem certeza que está bem? Você ficou calado o voo todo e agora já quer ir embora. - Disse Bruno.


- Estou bem gente, apenas cansado. - Disse sem o olhar. - Mãe, podemos ir agora?


- Claro meu filho. - Disse minha mãe pegando sua mala. - Amor, depois conversamos, se o Joca melhorar nos poderíamos jantar hoje. - Disse minha mãe dando um beijo em Carlos. Tchau Bruno. - Disse minha mãe dando um abraço em Bruno.


Eu já estava com todas as minhas coisas em mãos, não pretendia ter que me despedir de ninguém, então fui andando enquanto minha mãe se despia deles, só que minha mãe fez questão de me chamar para falar com eles.


- Joaquim, você está com pressa, mas acho que da tempo de ser educado e se despedir do Carlos e do Bruno. - Disse minha mãe chamando minha atenção.


- Tchau Carlos, Tchau Bruno. - Disse de onde estava.


- Tchau Joca, melhoras pra você - Disse Carlos me lançando um sorriso.


Entrei no carro e seguimos em direção a nossa casa, minha mãe respeito meu silêncio e não me perguntou nada, uma coisa que eu gostava na minha mãe era ela saber me deixar quieto quando eu não estava a fim de conversar. Fui o caminho todo tentando colocar na minha cabeça que não existiam motivos deu estar bravo com Bruno, afinal nos não tínhamos nada, e nunca teríamos pelo visto. O melhor era seguir em frente.


AMOR OU IRMANDADE (Romance Gay)Where stories live. Discover now