Capítulo 7 - Apenas Confie em mim

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Desde que voltamos da Argentina já tinham se passado 2 semanas, naquele dia o jantar não rolou porque eu fingir passar mal para não ter que ir. Bruno me mandava mensagem quase todos os dias de bom dia, boa noite, perguntando se estava bem e às vezes me chamando para sair, eu não respondi nenhuma. Sobre querer distancia dele eu estava falando muito sério.

Finalmente as férias acabaram e podia voltar a estudar e encontrar meus amigos, estava com muita saudade da escola, eu sou o tipo de pessoa que ama estudar, sempre tirei notas altas, e sempre fui representante de classe. Meus amigos se resumiam em duas pessoas, o resto eu considerava colegas, tinha a Mariana que era conhecida por Mari, ela era da minha altura cabelos longos pretos, uma pele morena puxada pro índio, ela era uma das meninas mais cobiçadas do colégio, e também tinha o Matheus, mas nos o chamávamos de Teteu, ele era uns 5 cm mais alto que eu e Mari, Branco, cabelo preto, corpo de atleta e muito bonito por sinal, fazia sucesso com as meninas por ser bonito e simpático com todo mundo.

Cheguei na Escola, e logo no portão encontrei Teteu, ele estava só com a camisa do uniforme e de calça jeans, pela cara não estava muito animado com o inicio das aulas.

- Se anima Teteu, voltaram as aulas! - Disse eu tentando anima-lo.

- Você não pode ser normal Joca, como você pode estar Feliz com isso? Que tipo de ser humano é você? Juro que se eu encontrar mais alguém assim igual a você eu me mato. - Disse fazendo o sinal de arma com as mãos mirando em sua cabeça.

- MENINOOOSSS, AS AULAS VOLTARAM , ESTOU MUITO FELIZ! - Disse Mari correndo e gritando em nossa direção, e ela estava mais feliz do que eu.

- Promessa é divida! - Falei me virando para Teteu e gargalhando muito.

- Melhor, vou matar vocês assim poupamos a humanidade. - Disse Teteu sorrindo.

Fomos juntos para sala, conversamos sobre como foram as férias de cada um, Teteu ficou no Rio de Janeiro o mês inteiro na casa de seus parentes, Mari passou dez dias na Disney depois ficou em casa o restante das férias, a propósito ela me trousse um Mickey de Pelúcia, porque gosto muito do Mickey, já fui na Disney 3 vezes, e sempre tenho que trazer algo do Mickey. O Professor Leandro de Matemática chegou e todos nos ficamos calados, a aula começou e parecia durar uma vida para acabar. Depois de 6 longas aulas, hora da saída. Enquanto guardava o material, Mari e Teteu me esperavam.

- Vamos fazer alguma coisa agora? - Sugeriu Teteu

- Foi mal, mas eu não posso, tenho dentista daqui a pouco. - Disse Mari.

- Então, hoje é dia de folga da minha mãe e combinamos de sair hoje. - Disse me dirigindo a Teteu por ele ter dado a ideia. - Gente tanta coisa aconteceu nessa viagem, que precisava contar pra vocês com calma. Porque vocês não dormem lá em casa hoje, ai podemos vir juntos pra aula amanhã. - Disse convidando meus amigos.

- Por mim fechou! - Disse Teteu batendo em minha mão.

- Tenho que falar com minha mãe, mas certeza que vou também! - Disse Mari concordando.

- Então beleza, 7 horas na minha casa. - Disse caminhado pra saída da escola.

Despedi-me dos meus amigos e decidi ir andando até em casa, morava próximo à escola, e tinha dispensado meu motorista essa manhã, o clima estava perfeito pra quem gosta de andar e observar a natureza, como minha casa não ficava tão longe eu iria gastar uns 30 minutos andando a passos lentos. Coloquei meu fone de ouvindo e sai andando, quando estava virando a esquina da escola, sinto uma mão pegar meu braço, me virei assustado dando de cara com Bruno, fiquei muito bravo, mas me contive a não fazer um escândalo na rua, retirei meu fone de ouvindo e o encarei.

- Qual é o seu problema? - Disse ofegante e bravo pelo susto.

- Desculpa, eu não queria te assustar, eu só vim pra conversar com você - Disse ele ainda segurando meu Braço.

- Você pode soltar meu braço por favor? - Ele soltou meu braço, e fui educando sendo irônico. - Obrigado!

- Podemos conversar? - Disse ele olhando em meus olhos. Aqueles olhos faziam com que eu amolecesse e que tudo virasse pó e só existisse eu e ele. Mas me recompus.

- Bruno, nós não temos nada pra conversar. - Disse de forma ríspida.

- Joca, porque você está me tratando assim? Se eu te fiz alguma coisa por favor me fala, desde que saímos do avião a duas semanas atrás você tem me evitado, você não responde minhas ligações, minhas mensagens, quando marcamos de sair com a família você sempre inventa uma desculpa de que não pode. - Ele dizia aquilo e podia sentir uma certa tristeza em sua voz.

Minha vontade era de acabar de vez com todo meu sofrimento e falar pra ele que eu o amava, mas até então ninguém sabia sobre eu ser gay, ninguém mesmo, e nem desconfiavam por eu não ter nenhum jeito afeminado. Mas aquilo já estava me machucando profundamente, eu queria poder falar, mas tinha plena certeza de que Bruno era hetero, e que se eu me declarasse muitas coisas mudariam entre a gente. O que me restava era mentir.

- Bruno me desculpa por estar agindo assim, eu não tenho me sentido bem ultimamente, não é pessoal, juro. - Disse sem ter coragem de olhar em seus olhos.

- Vamos fazer assim então, vamos esquecer o passado e vamos dar uma volta, meu carro está do outro lado da rua, hoje você vai passar o dia comigo, hoje será um dia só nosso. - Disse ele todo animado.

- Bruno, eu tenho que ir pra casa, minha mãe ta de folga hoje, deveria ficar com ela, e... - Nem consegui terminar de argumentar.

- Meu pai ta de folga também, vamos deixar os dois aproveitarem, e nos vamos nos divertir hoje, quero recuperar o tempo perdido. - Disse Bruno com um sorriso de canto de boca.

Ta vendo, depois eu que sou o loco da história, ele flertava comigo, me deixava extremamente confusão, depois quem sofre por amor sou eu aqui, o idiota.

- Ta bom, mas não podemos demorar porque hoje meus amigos vão dormir comigo, quer dizer, lá em casa. - Disse corrigindo, até porque pega mau falar que vão dormir comigo, dá a entender que vai rolar suruba.

- Nossa, que inveja dos seus amigos. - Disse ele piscando.

Se eu já estava nervoso antes, agora nem se fale, como um menino consegue me deixar todo desconsertado, acho que minha expressão era de abobalhado, estava tentando colocar na minha cabeça que tudo o que ele falava era na mais pura inocência e brincadeira de amigos.

- Então aonde vamos? - Disse já entrando no carro.

- É surpresa! - Disse Bruno. - Apenas confie em mim!


AMOR OU IRMANDADE (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora