5° Capítulo

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Capítulo dedicado a ela :3
luiiizasantos
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— Eu também! - disse.

— Mas.. É um lugar especial? -indaguei-o

— Para mim é! - falou e estacionou o carro na orla. —  Vamos sentar aqui!

— Nos sentamos na beirada do calçadão. Era alto e nossos pés ficavam pendurados. O sol fraco, fazendo apenas saber que ele estava ali. Middletown não é uma cidade muito quente. E eu gosto. Minha estação preferida é o inverno.

— Gosto de tudo na praia... Menos das pessoas. - disse a ultima parte rápido e rimos. O barulho da onda penetrava em nossos ouvidos e me fez arrepiar ao trazer um vento forte. — Esta com frio?

— Um pouco! Nada de mais! - disse e ele se levantou, segurei em sua mão. - Aonde vai? Não preciso de nada!

— Uhum.. - Ele foi até o carro e pegou um casaco dele. Estava escrito: Lions of Bordon. — Toma, veste. Juro que não está suado!

— Ou com cheiro de outra?! - o indaguei e ele sorriu e negou com a cabeça. Peguei o casaco e joguei por cima de meus ombros. Seu perfume logo invadiu minhas narinas. Um cheiro que agora conheço bem. Um cheiro que combinado com seus lábios faz arrepiar. — Também não gosto de muitas pessoas juntas. Multidões assustam. Me faz sentir que nunca mas conseguirei sair do meio dela. Me faz sentir que estou sozinha. Me faz lembrar o quanto minha mãe faz falta. - A cada frase pronunciada. A seguinte era com voz mais fraca, até chegar na qual falei de minha mãe. Soou quase que imperceptível.

— Sinto o mesmo, Lya! Quando eu era criança. Minha mãe vinha muito a praia. Foi aqui que ela conheceu meu pai. Ela morreu dizendo que o amava com todas as forças. Mas...que..o amor dela....por Deus. Era maior. - Disse em tom triste. Assenti com apenas um "Hum". — Está vendo? - Ele me mostrou um pingente em seu cordão. Nem sabia que ele usava cordão. Estava escrito: Tereza, de um lado e Deus, do outro. — Minha mãe me deu pouco antes de ir para a cirurgia.

— É muito bonito! Simples e bonito. - disse e sorri. — Sua mãe era uma pessoa incrível! Minha mãe não me deixou nada assim. Mas... Quando ela descobriu o câncer de mama. Ela pediu ao meu pai que a trouxesse aqui. Só ela e meu pai. Lysandro e Esperança.

— Chamo tanto seu pai de senhor Sanger, que tinha até me esquecido do nome dele. - rimos com seu comentário.

— Meu nome veio da junção dos nomes deles. - disse.

— Sério? Seu nome devia ser maiorzinho então. - Disse.

— Lysandro. Com L e Y. Esperança. Apenas o A. LY-A. - expliquei e ele fez um cara de bagunceiro que vish. Ai vem!

— Ahh.. Pensei em algo melhor! - ai vem. Fiz uma cara de riso.

— O que então Sr O'Jill? - Brinquei.

— Tipo... Espessandra! Lyrança! Espelyssandrança! Nomes legais! - Disse os nomes de forma poética, como se fosse um verdadeiro Shakespeare. Gargalhei! Gargalhei com nunca havia feito. E ele junto. Não conseguiu segurar a pose de poeta. Depois de um tempo, começamos a nos acalmar. Uma onda bate forte em um monte de pedras que ficam a nossa direita. Cortando todo o clima leve.

— Isso me faz lembrar de feridas que gostaria de apagar. - Soltei tão rápido. Não sou de dividir meus sentimentos, sofrimentos, com ninguém. Mas não sei... Eu confio nele. porque? Não sei! Mas Deus tomara caminho.

— Que feridas? - achei que ele não fosse perguntar.

— Feridas! - Digo e meus olhos já se enchem de lagrimas. Não vou chorar perto dele. Não vou! Limpo a garganta sutilmente e continuo. — Quando minha mãe descobriu a doença, já estava em estagio avançado. Ela veio para cá. Um lugar perto de onde estamos. Só ele e ela. Ela fez um pedido a ele. Fez ele prometer que ela não morreria em uma cama de hospital. Que não importassecomo, mas que ele fizesse algo por ela! "Lid! Pelo amor que Deus colocou em nós. Não quero que Lya me veja morrer em um hospital. Quero morre de outra coisa mas não para essa doença." Lid... É fofo como ela o chamava. - Ele assentiu e sorrio. — Eu estava escondida atras daquelas pedras. As mesmas que bateu uma onda forte a poucos minutos. Quando eles voltavam de uma consulta, semanas depois do ocorrido na praia. Meu pai deslizou na pista molhada pelas chuvas de outono. Capotou e ela, por já estar fraca, não resistiu. Fui visita-la no hospital. Sabe o que ela me disse?

Um Contrato com Deus - DegustaçãoWhere stories live. Discover now