4- Última Tática

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No outro dia, acordei com um som de batidas na porta, como se a maldita porta tivesse culpa da pessoa ser um mal comido e ter acordado mal humorado.

Eu estava prestes a dizer isso para o espancador de portas inocentes, mas a minha voz permaneceu na garganta ao encarar aquele ser que o satanás mandou de presente para mim, o Henrique.

Fiquei pálido, tenho certeza!

- Desculpa bater assim, você demorou a atender e eu não estava em um bom dia. - Ele explicou.

- Tudo bem, eu estava tomando banho e por isso demorei - menti fracassando terrivelmente porque a minha cara de sono não enganou ninguém, muito menos aquele loirinho que estava com um cheiro muito bom.

- Ah, no banho? - ironizou - olha, eu trouxe umas coisas para você...

- Ah, o que é...? - Eu esperava tudo, menos receber um presente daquele cara, era uns dvd's de alguns dos nossos animes favoritos... incluindo Naruto. - Olha obrigado, mas eu acho melhor eu nem aceitar...

- Mas eu comprei alguns filmes que talvez possam te agradar bastante, Viny - seu tom era estranho - de verdade, aceita! - Ele não sabia o que fazer com as mãos e eu não sabia o que fazer com a minha vida.

- Olha, eu não posso aceitar, porque eu não sei se quero ficar muito perto de você, eu não quero te iludir, e não sei se você sabe, mas eu não sou gay. - Falei direto.

Ele suspirou.

- Eu só vim aqui porque vi nas minhas chamadas que você me ligou ontem e provavelmente o meu amigo atendeu. Pensei em... sei lá o que eu pensei... - Ele parecia irritado com ele mesmo. - Olha, você pode ficar com isso, eu comprei para você de qualquer forma, e não se preocupe, eu não vou ficar te procurando e nem vindo na sua casa. E eu gostaria de dizer que eu pesquisei metade do trabalho e coloquei a formatação de acordo com as normas da ABNT, está neste pendrive e você pode complementar com a sua parte...

Ele pescou lá de dentro da bolsa os dvd's e o pen drive, colocou tudo no meu braço, saiu em disparado pela escada do meu apartamento sumindo de vista.

Olhei os dvd's e vi que tinha coleções raras de animes ali mas também tinha uma coisa muito intrigante que mecheu com todas as minhas células nervosas...

Ali, meio escondido, tinha um dvd de filme porno, mas era pornô gay, pois havia somente homens nus na capa.

Encarei desacreditado aquele presente.

***

De pau duro, corri para tomar uma ducha gelada.

Cheiroso e limpinho, tentei assistir os animes, tentei mesmo, mas aquele dvd parecia me chamar, me hipnotizar, me excitar...

O menino Henrique fez isso de propósito, me atraiu para uma armadilha e eu, de trouxa, estou caindo direitinho.

Decidi ver só um pedacinho do filme para ver se a curiosidade morria e eu seguia a minha vida sem maiores problemas.

Tranquei todas as portas do meu apartamento, eu sentia que a qualquer momento alguém iria aparecer e me ver naquela situação, desliguei as luzes porque no escuro eu me sentia mais corajoso para fazer algo tão proibido, peguei meu cobertor, fui rumo à sala, diminui o volume e coloquei o filme.

Tudo ali me pareceu tão proibido e excitante, abaixei minha calça folgada de moletom junto com a cueca bem devagar olhando em volta, meu pau saltou como uma catapulta, peguei um hidratante que tem em todos os cantos da minha casa.

No filme, aqueles machos pareciam ter um tesão tão grande por levar rola no cu que eu me vi querendo enfiar a minha no rabo deles, era só por isso que eu estava tão excitado.

Foi ficando mais e mais gostoso...

Peguei o celular e me vi mais uma vez tentado a ligar para o Henrique.

Se aquele cara que se chamava de "namorado do Henrique" mas o mesmo o chamava "só de amigo" atendesse, eu desligaria, e ai o Henrique voltaria aqui em casa e ia me trazer outro filme e eu ia convidar ele para ver comigo e ai...

Eu não parava de bolar os planos mais absurdos possíveis enquanto batia cada vez mais rápido.

Gozei ele atendeu:

- Alô? - Era o Henrique... Suspirei.

- Eu me rendo... - Declarei derrotado.

- O que isso quer dizer? - Ele parecia confuso.

- Que... que talvez eu seja gay... - Confessei baixinho, era estranha a situação de falar com alguém todo sujo de porra.

- Legal, parabéns e adeus!

Só agora eu havia percebido, desde que ele atendeu, ele me parecia mais distante.

- O que mais você quer de mim? - Questionei.

- Eu? - Ele riu na ligação - de você eu quero só tudo, afinal "o segredo com essas putas é deixar claro que é você que está no comando, não deixa elas decidirem, mulher faz muito cu doce e pensa que homem gosta disso, você tem que beijar, viu que ela gostou então deixa ela querendo mais, faz ciúme e só depois que elas tiverem na sua rede você come!" - sussurrou a última parte de seu discurso, me assustei com as exatas palavras que um dia eu disse para ele. - No dia que você assumir que é a minha puta domada, nesse dia você me terá...

- Você é um escroto - Eu não sabia o que estava sentindo.

- Aprendi com o melhor. Escuta, você já sabe como isso termina, afinal a tática é sua, é questão de tempo, então, vai descer pro play ou não? - Perguntou. Eu precisava decidir rápido a situação inusitada me impediu de pensar e tudo estava confundindo os meus sentidos, principalmente a porra da porra que estava secando...

Como posso decidir se nem lembro como respirar? Suspirei.

- Acho que está na hora de você passar o controle, fominha! Nunca diga a sua tática ao seu oponente - decidi - ele pode te vencer - sussurrei - eu posso ter caído no seu jogo agora, mas isso não significa que eu vou me render.

- Eu só disse, porque eu não quero mais jogar - ele pareceu sério - o que vai ser, Vinícius?

- Você trapaceou e isso prova que eu não sou gay, eu ganhei! - Respondi.

- Sim, ganhou e bom prêmio para você!

Desligou o telefone na minha cara, decidi lavar aquela porra seca, quando retornei para a sala, fiquei encarando o filme que estava pausado em uma cena que mostrava uma penetração anal, o ator passivo do filme estava olhando para a câmera com a maior cara de prazer só para dar um maior contraste com a minha vida naquele momento.

Loirinho filho da puta.

Um Hétero Quase ConvictoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang