Capítulo 5

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Noite das garotas....e dos garotos.

Após Ruby e Lilian tomarem um banho e vestirem uma roupa minha, vamos para o quarto e tentamos decidir um filme para assistir.

-Que tal comédia?-Lilian pergunta.

Eu até gosto, mas amo filme de terror. Assistia desde pequena com meus pais e adorava ver minha mãe e tia Clary gritando e fazendo caras e bocas. Eu nao tenho medo, mas Noah morre de medo. Eu zoava muito ele até perceber que o seu medo é realmente sério.

-E que tal terror?-Pergunto.

Lilian faz careta, mas Ruby sorri.

-Boa.-Ruby diz.

Enquanto elas escolhem o filme eu vou fazer pipoca. Desço as escadas e vou até até cozinha. Coloco pipoca no micro-ondas e lembro do doce brasileiro que minha mae fazia quando eramos pequenos. Acho que eu ainda lembro. Pego leite condensado e achocolatado e coloco na panela.

Enquanto mexo, ouço passos e minhas mãos tremem. É hoje que vou morrer. Tiro a panela do fogo e me viro.

Axel me encara com sua carranca e olhos brilhantes. Ele percebe meu susto ao ver ele e deixa escapar um sorriso caloroso.

-Foi mal, não quis te assustar, eu só vim pegar água.-Ele diz.

Que voz maravilhosa! Ele está usando um short do meu irmão que ficou apertado nele e uma camisa que está colada no seu corpo. Ele me examina de cima em baixo e então percebo meus trajes. Eu dei meus minhas melhore roupas de dormir para as garotas e vesti um shortinho velho e uma blusa curta colada. Não sei se alguém aumentou o aquecedor, mas está me dando calor.

Axel pega um copo, se serve de água e encosta no balcão olhando pra mim.

-Sobre hoje mais cedo, desculpa por isso.-Ele diz apontando pra minha testa.

Passo a mão na cabeça e percebo que ainda estou com o curativo. Por isso ele não parava e olhar pra mim o jantar inteiro. Tiro o curativo rapidamente e jogo no lixo.

-Não foi sua culpa, eu que me joguei no volante.-Digo.

Ele da uma risada rouca.

-A gente não se apresentou direito, eu sou Axel.-Ele diz estendendo a mão.

Eu coloco minha mão sobre a sua mão e é como se o mundo parasse e só existisse nós dois. Ele olha dentro dos meus olhos, me fazendo ficar vermelha. Mal de ruiva.

-Vale...Valentina, mas todo mundo me chama de Tina.-Eu digo após alguns segundos.

Ele sorri. Suas mãos ainda estão nas minhas mãos e meu coração bate mais forte.

-O que é isso?-Ele diz olhando pra panela.

Eu tiro minha mão da dele e me arrependo instantaneamente. Me volto para o fogão e coloco a panela no fogo novamente.

brigadeiro, um doce brasileiro.-Eu digo.

-Briga...deiro. Minha mãe ja me falou disso. É bom?-Ele pergunta.

-Por que não senta, espera e descobre?-Pergunto.

Ouço ele se sentar em um dos bancos e cozinha e continuo mexendo o brigadeiro.

-Então..quantos anos você tem?-Ele pergunta.

-Dezessete. E você?-Eu pergunto mesmo sabendo que ele tem dezoito.

-Dezoito.

Agora me lembro da tia Clary falando dele. Ele não faz faculdade. Mil dúvidas passam na minha cabeça. Tem algum jeito educado de pergunta a uma pessoa o porquê de ela não fazer faculdade?

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