Soberana luna (Completo)

34.

Uma semana e três dias depois...

Lauren

— AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!
— Morda o pano! — a parteira ordena.
Olho para Hansi que enruga todo o rosto de tanta dor, sua expressão de dor é extrema, seu rosto está vermelho e suas veias saltam para fora. Vejo-a cerrar e ranger os dentes com força, seu corpo se contorce e ouço estalos. Shira evita olhar a cena olhando para o outro lado. Parecia que nunca iria acabar.
— Força menina! — a parteira a encorajou.
À expressão de Hansi começa a piorar, o que me preocupa. Fecho os olhos para não ver mais daquilo quando ouço um choro... Abro os olhos lentamente e vejo o grande menino que está nos braços da parteira, ela corta o cordão umbilical e o dá para Hansi que o recebe de braços abertos, seu sorriso estampado em seu rosto não mostra nenhuma mágoa ou dor que aquela criança poderia lembrar, Hansi não era assim tão fraca, talvez na época que eu a conheci ela fosse um pouco, mas não agora. Agora vejo a mulher forte e com presença que ela se tornou, eu não a mereço do meu lado. Ela sacrificou tudo por mim.
— Segure-o — ela interrompe meus pensamentos erguendo a criança para mim, seus olhos castanhos me olham com ternura, me sinto especial por vê-la compartilhar aquele momento comigo. Agora posso dizer que tenho... Olho para shira e hansi, amigos. Olho para o menino que está a minha frente, é um bebê forte e lindo, seus olhos eram verdes, envolvo-o em meus braços, quando sinto sua pele encostar à minha tenho uma visão, um grande castelo branco. Eu estava na sacada sorrindo ao meu lado um menino lindo de olhos verdes encara-me sorrindo também, ele olha para baixo e vê a cidade que tinha em volta do nosso castelo, seu olhar sapeca vasculha rapidamente tudo que se passara, ele me abraça e sinto um imenso amor.
— Eu te amo mamãe.
Observo-o abraçar-me com todo amor do mundo.
— Também te amo filho.
A visão acaba e eu encaro os olhos verdes que encaravam-me na mesma intensidade, como se ele também tivesse visto a visão, sinto poder fluir daquela criança, ela era muito poderosa mas essa não era a questão, reconheço aqueles olhos e sei que era a criança da visão, mas por quê? A criança me chamava de mamãe? Eu sentia um carinho por aquele bebê em meus braços avassalador mas eu nem o conhecia, acabei de conhecer, mas uma espécie de amor maternal se apossou de mim, era certo ter uma visão assim do filho de Hansi? Era o filho dela...
— Lauren — Shira me tira do transe daqueles olhos verdes expressivos — Você está bem?
— E-Eu.. — entrego a criança para Hansi — Ele é lindo, muito lindo.
Saio daquele lugar e desabo, me sinto inconsolada e nem mesmo sei o porquê, busco e tendo entender mas não sei, seria porque eu nunca tive pai ou mãe? Mas não era hora de esquecer isso? Achei que tinha me acostumado com esse vazio, com essa dor, mas ao mesmo tempo sei que não é disso que se trata, não era esse o motivo real pelo qual eu estava chorando naquele momento. Mas então qual seria?

Fleur

Lauren conseguira juntar seu precioso exército, mas é claro, ela não conseguira convencer a alcatéia de Skirvok o que me fizera rir como nunca, muitas pessoas acreditaram mas muitas não, era realmente um empate. Mas é claro, a magia negra ajudava em muita coisa, treinei dezenas para a magia arcana, já posso sentir o cheiro de sangue da guerra entrar em minhas narinas, será o melhor cenário da minha vida, avistarei os corpos mortos no chão, o portal se abrindo e meus irmãos saindo da escuridão, dominaremos o mundo, andaremos livremente, apenas a nossa espécie irá governar, quando isso acontecer os anjos entrarão em combate contra nós, acontecerá o armagedom. Sorrio, está tão próximo, apenas peças de xadrez me impedem , terei que matar o filho de Hansi e em seguida Lauren. Mas Chaz não deixará assim tão fácil, portando precisarei da ajuda de... Beltar.

Lauren

Me recomponho, ando pelo palácio da alcatéia Déclin que significa lua minguante, é a maior alcatéia, conseguimos um grande número de pessoas nela, ela digamos que era a sede do nosso exército, ando pela sacada e vejo John treinar o exército junto com todos os generais que o olham impressionados, John já participou de outras guerras sabe se lá quais, ele conseguia impressionar a todos, e todos conseguiam aprender rápido, vejo o sol se por, e tocar pela última vez os ombros encorajados dos soldados. O exército estava formado, o bebê já tinha nascido. A questão é quando, quando que a guerra irá começar?