Capítulo 8 - O fim do comunismo

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O GOVERNO
Os poloneses sofreram com um regime comunista governado em Varsóvia pelo Partido Unificado dos Trabalhadores da Polônia (PZPR), logo depois da 2ª Guerra Mundial desde 1944 e que acabou em 1989. O governo se dividiu e se tornou mais liberal, mas como desculpa para tentar se fortalecer depois da morte do ditador Stalin na década de 50 — o governo começa a ser impopular. Os trabalhadores se manifestaram para pedir uma melhora na condição de vida e ter eleições livres em 1956 — em outubro do mesmo ano o governo troca de líder e assume o político Wojciech Jaruzelski. A educação não tem mais o ensino religioso, na cultura, os intelectuais foram perseguidos. E como sabemos, o comunismo é contra a liberdade das pessoas, a cultura e a religião. A pressão contra a igreja católica se mostra ao recusar a visita do Papa Paulo VI em 1967.

Na década de 70, os poloneses sofrem ainda mais nas mãos do regime... A economia é destruída com uma inflação altíssima, e isso leva ao colapso com greves e a rebelião da população. Com isso houve a troca de líderes de novo e Edward Gierek enfrenta o começo do fim e a oposição ganha enorme força. E o eletricista Lech Walesa, um operário cria o partido chamado "Solidariedade", e se opõe fortemente contra o governo realizando greves logo depois da primeira visita de João Paulo.


A PARTICIPAÇÃO DO PAPA

Com a eleição do cardeal Karol Wojtyla como papa, o governo se vê muito ameaçado e o povo polonês começa a ter esperança. João Paulo II faz sua primeira viagem à Polônia e atrai pelo menos 3 milhões de pessoas, em um discurso em 02 de junho de 1979 em uma praça de Varsóvia, ali começa o re-avivamento da esperança do povo — e ele discursa a seguinte frase: "Cristo, não pode ser excluído da história da raça humana em nenhuma época ou lugar" e a multidão agradeceu com aplausos e clamou: "Queremos Deus em nossos livros poloneses. Queremos Deus em nossos livros poloneses".   

Depois daquele dia, algo incrível acontecera no país: o começo do fim do comunismo. O papa na época de cardeal sofreu duramente com o regime, e teve de pregar a religião clandestinamente, então a oposição pessoal ao comunismo já era antiga. Assim que eleito papa, mandou um recado aos poloneses de que a santidade gostaria de visitá-los no ani­versário de 900 anos da morte de São Estanislau, o padroeiro da Polônia. Mas, a União Soviética através de um telefonema mandou que o país não deixasse entrar no país — por que seria a tragé­dia anunciada. Só que o governo polonês deixou que ele viesse.   

A Igreja apoiou o movimento e João Paulo II recebe a visita de Lech Walesa que foi agradecê-lo. Infelizmente, nesse tempo, o governo comunista comandado na época por Wojciech Jaruzelski baixou a Lei Marcial nos anos 80 como uma resposta contra a oposição que vem recebendo, Walesa foi preso, as greves e protestos a polícia acabou com elas na base da violência — os sindicatos são fechados, mas o Solidariedade continuou existindo clandestinamente, e receberam apoio de outros países. Depois, o movimento enfraqueceu o que obrigou o papa a viajar pela segunda vez á Polônia em 1983 — numa ótima época, o povo voltou a ter motivação e recomeçou a luta pela liberdade. Em 1987 aconteceu a terceira e última viagem para tentar com a ajuda dos poloneses a se livrarem da ditadura, mas o governo tentou de todas as formas, recusar a viagem na cidade de Gdansk (cidade em que nasceu as primeiras greves contra o governo) — o altar era a proa de um barco. Era uma referência aos trabalhadores grevistas dos estaleiros, e o papa conseguiu dar mais força.   

Esta longa e dolorosa luta contra o comunismo teve o apoio do governo americano e do presidente direitista Ronald Reagan. João Paulo II ajudou os Estados Unidos com informações valiosas em visitas da CIA ao Vaticano — passava as coisas que sabia de vários bispos e padres da Igreja Católica além de receber informações de espionagens, além de tentar acabar com a Teoria da Li­bertação(1). E em 04 de junho de 1989, houve eleições livres em quase 50 anos de ditadura — o Solida­riedade e o povo polaco ganham a liberdade após do resultado esmagador da eleição. Em 1990, houve a renúncia do governo. E isso fez um efeito-dominó, os outros povos europeus que também sofriam tiveram coragem, e derrubaram as ditaduras em seus países — e caiu-se o Muro de Berlim! 

 Mas João Paulo II não desistiu. Também quis acabar com o comunismo na América — ele viajou para Cuba em 1998 e foi bem recebido pelo governo ateu de Fidel Castro, que criticou o embargo econômico(2) dos Estados Unidos. Infelizmente, neste país o regime comunista não caiu até os dias de hoje... não houve mobilização como na Polônia. 

Além de ser um forte anticomunista, o papa não deixou de criticar os defeitos do capitalismo — pediu que as nações ricas perdoassem as dívidas dos países que estavam se desenvol­vendo naquela época.


(1)Teologia da Libertação: é a mistura da Igreja Católica com a esquerda (Marxismo), com a desculpa de acabar com a pobreza, mas doutrinar os cristãos.

(2)Embargo econômico americano: desde 1962 os EUA proibiram Cuba de ter relações econômicas.

A história de São João Paulo IIOù les histoires vivent. Découvrez maintenant