Epílogo

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"O futuro tem muitos nomes. Para os fracos é o inalcançável. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes é a oportunidade."

Victor Hugo

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NATAL DE 2001 – UM ANO DEPOIS

- Muito bem. Já chega, cambada de paranoicos – batei palmas, ouvindo os risos que vinham da divisão de encaixotamento – acabou a patacoada. Larguem tudo e podem ir para casa. É, inclusive você, Wendell – estreitei os olhos para o auxiliar de limpeza, que largou a vassoura na parede e saiu correndo, o que só fez os risos aumentarem.

Os funcionários começaram a se encaminhar para a saída, arrumando tudo e finalmente terminando seus expedientes. Assisti, satisfeita, Murray fazer alguma brincadeira sobre chefes que mudam de humor em menos de um ano, enquanto acompanhava os últimos trabalhadores que saíam da fábrica.

Finalmente, o último funcionário surgiu, acenando para mim animadamente e se pondo ao meu lado.

- Conseguiu fechar tudo. Weasley? – sorri.

- Até a última folha de orçamento – ele esfregou as mãos uma na outra, arquejando com o ar frio que entrou pela porta de saída.

- Ótimo – murmurei, fazendo uma careta – tem certeza que sua mãe vai me querer na ceia de Natal? Acho que ela ainda não vai coma a minha cara desde a palhaçada que fiz no ano passado – dei uma risadinha nervosa.

- Pare com isso, Helena – Ronald revirou os olhos, rindo – ela não vai se importar. Graças á você, nunca mais teremos que nos preocupar com quantidade de qualquer coisa que seja.

Senti uma quentura curiosa aquecer meu peito quando ele disse isso. Era como uma alegria bizarra e agradável, que resplandecia por todo o meu corpo.

- Já falei que não foi anda demais – dei de ombros, acompanhando-o para o lado de fora aceite que dói menos.

Ronald riu colocando as mãos de volta nos bolsos do casaco que vestia.

- E depois, Hermione está doida para te encontrar. Não consegue calar a boca sobre você desde a semana passada – ele fingiu estremecer – está me deixando doido.

Uma pontada de alívio e arrepio me atingiu, quando relembrei do que poderia estar acontecendo naquele exato momento, se eu não tivesse resolvido mudar as coisas. E aquilo me deu uma satisfação impossível de descrever em palavras.

A esposa de Ronald ficaria viva. Assim como o pequeno e indefeso ser que provavelmente já estava crescendo dentro dela.

Via os sintomas da animação em Ronald, e deduzi que a noticia já não seria exatamente uma novidade.

- Ela está bem? – arrisquei, tentando ver se estava certa.

- Sim – ele me lançou um largo sorriso – Barlow, o cara que estava desenvolvendo a cura, conseguiu concluir uma dosagem há cinco meses. Hermione acabou servindo como teste, o que deixou todo mundo apavorado – ele vacilou um pouco, antes de voltar a sorrir – mas deu certo. A paralisia regrediu. Ela mal manca agora. E ele já está desenvolvendo novas dosagens, e aguardando a aprovação da Associação dos Preparadores de Poções. E a Associação acredita que... sim, em algumas semanas... ela possa estar...

-... completamente curada! – arfei – que ótimo, Weasley!

- Sim – o pobre rapaz irradiava alegria – mas isso nem é o melhor de tudo...

Um Conto de NatalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora