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- Evelyn. – A sua rouca voz chamou-me fazendo-me parar. – Dorme bem.

Assenti com a minha cabeça e comecei a caminhar de forma apressada, pelo corredor a fora, até sair do campo de visão dele.

Pela primeira vez em alguns anos, eu conheci um rapaz dentro deste hospital. Ele era bonito. A sua pele era pálida e os seus olhos quase cinzentos. Era alto, magro e as suas tatuagens sobressaíam-se através da t-shirt branca do hospital.

Segui o meu caminho para o meu quarto, acabando por entrar no mesmo. Fechei a porta e sentei-me na minha cama e olhei para a parede branca. A imagem do rapaz pairava pela minha mente e eu não sabia porquê.

- Evelyn. – Uma voz feminina tirou-me dos meus pensamentos, fazendo-me abanar a cabeça como se acabasse de sair de um transe.

- Sim? – Perguntei docemente, olhando para a figura feminina à minha frente.

- Aqui está o teu jantar. – Ela estendeu-me um tabuleiro branco, de plástico. Continha um prato com um bife e um pouco de arroz, acompanhados de um pouco de salada.

- Obrigada. – Dei um pequeno sorriso doce, olhando a mulher à minha frente. Ela deu um sorriso e saiu do quarto, deixando-me sozinha.

Os meus pensamentos voltaram rapidamente ao rapaz que eu conhecera ainda há pouco, o William. O que raio se está a passar comigo? Pousei o tabuleiro ao meu lado e a porta do quarto abriu-se de rompante, assustando-me. Dei um ligeiro salto, olhando para o homem ao pé da porta.

- Desculpa. – Ele murmurou agora mais calmo e eu suspirei. – Não era para te assustar, apenas estava um pouco enervado. – Ele explicou e fechou a porta com mais cuidado. – Sabes, às vezes acabamos paranoicos com tanto paciente. – Ele soltou uma gargalhada e eu soltei uma logo a seguir também.

- Não faz mal. – Murmurei num tom baixo e coloquei o tabuleiro nas minhas pernas e comecei a comer. – Tiveste algum paciente novo? – Olhei para ele, vendo os seus olhos verdes fitarem-me de forma atenta.

- Tive. – Ele assentiu e retirou a sua bata, indicando-me assim que não teria mais nada agendado para hoje. – Ele chegou hoje. É um rapaz complicado. – Explicou e retirou a sua camisa azul, estando agora de costas para mim.

- Como se chama? – Repeti a mesma pergunta de sempre, quando ele tinha um novo paciente. Desviei o olhar da comida, olhando agora para ele, sabendo que ele não iria olhar para mim.

- William. – Ele murmurou e o meu coração palpitou por meros segundos, a minha respiração acelerou e eu engasguei-me. Darren veio até mim, dando-me leves palmadas nas costas, para me ajudar. – Estás bem? – Perguntou preocupado e deu-me um copo de água. Eu assenti e bebi um pouco da água no interior do objeto de vidro. – Como eu estava a dizer, ele é complicado.

- Complicado? – Perguntei, interessada.

- Sim. Eu quero-te longe dele, Evelyn. – Ele ordenou. – Eu já percebi que já o conheceste, não preciso de dizer mais nada.

Parei de comer e olhei para ele. Levantei-me, incrédula com as suas ordens. Agora que eu tinha feito um amigo, ele diz-me para não me dar com ele? – Quer dizer, eu fiz um amigo novo como não faço há muito tempo e tu dizes-me para não me dar com ele? – Perguntei, num tom enervado.

- Evelyn, ele matou 12 mulheres. – Murmurou ele. – Ele violou-as, torturou-as e matou-as. Queres mais? – Ele disse num tom mais autoritário e o meu coração acelerou com o que ele dizia.

Não acreditava que ele tinha feito tal coisa. Não entrava na minha cabeça.

- Podes ser a próxima, sem saberes. – Ele murmurou e eu congelei. Ele tinha razão. – Vai ver o velho Amilton, ele está à tua espera na sala de convívio. Diz que quer fazer um último jogo antes de ir dormir. – Gargalhou ele e eu assenti.

Vesti o meu robe cor-de-rosa e saí do quarto, dirigindo-me à sala de convívio.

**

Um novo dia havia surgido. Tinha passado a noite acordada com o que o meu pai me contara. Seria possível? Será que ele me poderia magoar? Eu estava assustada. Saí da cama e, envolvida no meu robe cor-de-rosa, saí do quarto, para poder espairecer. Infelizmente, ele estava no corredor com um outro rapaz.

- Evelyn! – A sua voz chamou-me no corredor e eu encolhi-me. Acelerei o meu passo e assustei-me ao sentir a sua mão agarrar o meu braço. – O que se passa? – Ele perguntou de forma doce mas rouco.

- E-Eu não posso... - Sussurrei assustada e soltei-me.

- Oh, não sejas assim para mim, Eve. – Ele revirou os olhos e tentou agarrar-me de novo.

- Não te aproximes de mim, por favor. – Sussurrei. – A menos que tenhas uma boa explicação, não te aproximes.

**

Oi, oi people!!

Espero que tenham gostado deste capítulo ^^

Peço imensa desculpa pela demora, mas estou com um problema e então coise

Mas pronto, aqui está ele ^^

Com amor,

LT17_4ever e saadict4ever.


EvelynHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin