Capitulo IV- Hereditary.

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A família Tomlinson era bastante tradicional e possivelmente a mais antiga em Holmes Chapel. O vilarejo, que abrigava pouco mais de cinco mil habitantes, era pacato, quieto, ideal para quem prefere a tranquilidade de uma vida no campo. Estava rodeada por uma floresta densa que escondia cabanas de caça, trilhas para ciclistas e lendas inacreditáveis. Era quase como se a vida ali tivesse parado no tempo.

Os membros mais velhos da família e, consequentemente os habitantes mais antigos do vilarejo, ainda vivos, eram os avós de Louis: William e Ava Tomlinson. Os dois compartilhavam mais de cinquenta anos de casados, diversas empresas ao redor do mundo, um patrimônio financeiro incalculável e dois filhos: Johannah e Caleb, este último havia desaparecido ainda adolescente, um drama que maculou a imagem perfeita da família e, diziam as más línguas, estragou o casamento.

William era um alfa de linhagem pura, isso significava que em sua família eram terminantemente proibidas as relações com betas. Entretanto, tal requisito foi ignorado por sua filha mais jovem quando esta se apaixonou pelo beta Mark Conrad. Por isso, Johannah fez uma escolha difícil aos vinte anos: deixou a casa dos pais e foi viver com Mark.

Infelizmente, em se tratando de uma alfa fêmea, Johannah teria problemas para se ajustar à biologia de seu corpo se quisesse continuar com o homem que amava. Por diversas vezes, durante seus ruts, a alfa trancou-se no quarto, mas isso nem sempre dava certo, e ocasionalmente, Jay conseguia dar uma escapada. Em uma dessas vezes ela acabou por engravidar a ômega com quem estava e isso quase acabou com seu casamento.

Decidida a reconquistar o marido, iniciou um tratamento com supressores e inibidores que pouco a pouco reduziram seu desejo sexual praticamente à zero e seus ruts à alguns dias de mau humor. Pouco tempo depois, a família foi mais uma vez testada quando a ômega do passado de Johannah surgiu à porta dos dois com um pequeno filhote nos braços. Após entregá-lo nas mãos da alfa, ela se foi sem dizer uma palavra.

Mark e Johannah criaram aquele filhote, a quem chamaram de Louis William Tomlinson, juntos, mas sem a ajuda de seu pai, já que o patriarca da família a havia deserdado. Ainda assim, Jay nutria extremo respeito por William e por isso o homenageou ao nomear seu filho. Já Mark, impossibilitado de adotá-lo legalmente por ser um beta, deu-lhe a única coisa que podia: amor. A ligação entre os dois não deixava a desejar a nenhuma outra entre alfa e filhote. A família seguia bem, até que um acontecimento que mudaria para sempre a vida de todos começou a tomar forma quando o menino tinha treze anos.

— Isso-Isso não pode estar acontecendo! – Exclamou Johannah do lado de fora do quarto do filho.

— MÃE! – A voz trêmula do filhote ultrapassou a madeira da porta e afetou a alfa que rosnou em resposta, com os olhos marejados.

— O nosso filho não pode ser um ômega... – Disse ela encarando intensamente o marido.

— Querida, eu receio que você esteja enganada... – Disse Mark tentando consolá-la. – Mas, por favor, não fique assim, não é pra tanto.

Para Johannah, a maturidade sexual de Louis ocorreu cedo demais e o colocava em uma posição de vulnerabilidade que não a agradava de jeito nenhum. Não poderia protegê-lo de todos os alfas que tentariam se aproveitar de sua ingenuidade infantil.

— Ele é um Tomlinson. Um macho!! Não deveria ser um ômega.

Aquela era uma ingrata surpresa. A personalidade forte e autoritária do garoto indicavam que ele seria um alfa. Porém, em uma semana qualquer de 2006, Louis passou por seu primeiro heat.

Decidida a mantê-lo protegido dos predadores sexuais que já passavam pelas redondezas ao sentir o gostoso cheiro de canela do menino, Johannah pregou madeiras do lado de fora da janela do quarto, o amarrou à cama e o trancou ali. Apenas visitando-o regularmente para alimentá-lo e hidratá-lo.

Six days of heat ~ l.s (ABO)Where stories live. Discover now