O AGORA E O FUTURO

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Nunca haverá na história alguém que viverá o ontem e nunca haverá na história, alguém que viverá o amanhã. O ontem foi hoje, o amanhã será hoje e o hoje é hoje; nós sempre vivemos o agora. 

Criar planos para o amanhã é inútil, é como criar planos pra algo que nunca vamos viver. Todo plano deve ser sustentado pelo agora, até terminar o projecto. É como viajar à pé até ou país longínquo; só conseguiremos fazê-lo com o agora. O agora de hoje é a partida, e o agora do último dia é a chegada, é indiferente porque começou e terminou com o agora.
Dias, meses, anos, horas, minutos, segundos, tempos, idades, se tornam coisas irrelevantes quando vivemos permanentemente o agora.
Planos futuros têm uma desvantagem muito grande, que é aquilo que eu trato por conformismo intrínseco, caracterizado por acostumo de caminhos que levam ao esquecimento do objectivo gerando assim uma sequência estática da vida. Uma vez eu vi um filme em que a personagem principal citou a frase: «Se lutares tanto pra sobreviver, podes esquecer por que o fazes», neste caso, a frase também se aplica, só que, com o termo planear em vez de sobreviver.
Nigga MC, na música ''Campo Mimado'' disse o seguinte: «Repetições constantes deixam sempre o ser humano habituado/ Hábitos fazem costumes, logo, se o hábito for elevado/ Começa a partir de agora, costumes são difíceis de ser derrotados/»... Quando nos habituamos tanto com a rotina daquilo que é a trajectória de um plano, acabamos por nos acostumar a ela, e quando nos acostumamos, esquecemos o plano e nos prendemos só na rotina, basta isso pra nos tornarmos vulneráveis, pois basta acontecer uma vez pra acontecerem várias vezes a seguir.



Por Trás Da MonotoniaWhere stories live. Discover now