Capitulo Quatro - Creeping

13.4K 1.7K 4.8K
                                    




Boa leitura, gasparzinhos .x

~o~

- Mãe.

Ela abaixou o livro, os óculos aumentam seus olhos. Está de camisola deitada na cama, a porta do quarto de frente para ela. Meu pai está lá embaixo onde eu assisti TV com ele, mas resolvi subir. Somos apenas nós três. Eu tenho uma irmã, mas ela mora no campus da universidade. É outra que sabe da minha sexualidade e não houve problemas. Eu não cheguei a dizer para ela, mas acho que minha mãe sim.

- Se lembra do meu piano? Ou melhor, o teclado?

- Sim. Uma obsessão sua desde pequeno, como posso esquecer? – ela cruzou os braços em cima da barriga, segurando o livro aberto em uma delas.

- Pode consertar ele? Ou comprar um novo? – pedi sem enrolação.

Ela fez cara de pensativa, entortando a boca num biquinho de um lado para o outro.

- Mãe? – suspendi as sobrancelhas.

- Hmmmmm.

- Mãe!

Ela riu e fez sinal para eu me aproximar. Soltei o ar pela boca, mas fui arrastando os pés até me lançar na cama, deitando do seu lado. Ela pegou meu rosto e me deu um beijo na testa, deixando o livro aberto na barriga.

- Claro, Harry – disse por fim e eu dei o maior sorrisão. – Eu ia fazer isso, mas esqueci e você também não me lembrou.

- É, eu sei – continuei sorrindo e coloquei meus braços ao redor dela. – Eu também não lembrava.

- Por que isso de repente, então? Se cansou de socializar?

- Encontrei uma sala de música na escola – contei a verdade depois de rir, mas não como encontrei e o que tem lá além dos instrumentos. – Tem um piano de cauda lindo.

- E você pode tocar nele?

- Digamos que sim – escondi o fato de que ainda vai ser inaugurada porque ela poder mandar que eu pare de ir, apesar de que não iria parar mesmo assim.

- Certo, agora me deixa terminar esse livro – deu um tapinha nas minhas costas.

Eu me arrastei para fora da cama e olhei para ela com um ultimo sorriso em agradecimento antes de sair do quarto.

Desde hoje de tarde ao falar um pouco mais com Louis sobre os valentões e depois de me despedir, fiquei pensando no piano de lá. Em como ainda precisava pedir para minha mãe que consertasse o meu.

Desci outra vez para pegar minha mochila que sempre deixo em cima do sofá. Meu pai olhou na minha direção rapidamente, dando um sorriso e voltando a atenção para um jogo de futebol de um time desconhecido. Ao menos para mim. Balancei a cabeça, rindo baixinho.

- Que foi, Harry? – escutou e eu ri mais, subindo as escadas sem responder.

Fui para a última porta a direita do corredor: meu quarto. O melhor lugar da casa, ganha até da cozinha. Como passo o dia na escola, a maior parte do tempo em casa eu fico no meu quarto. Vez ou outra me sento por uns 15 minutos com meu pai na sala, só para passar um tempo com ele. Hoje minha mãe está lendo, mas costuma estar na cozinha, ou se juntar conosco na sala.

Coloquei minha mochila em cima da escrivaninha branca embutida na parede. Eu tinha tomado banho e trocado de roupa já, agora só preciso fazer os deveres e estudar porque mesmo sendo o segundo dia de aula, começa atarefado. Igual no primeiro e segundo ano.

Fui ao banheiro do quarto ajeitar meu cabelo que está mais seco, olhando pelo espelho. Depois de sorrir para o meu reflexo e checar mais uma vez se a marca vermelha tinha desvanecido do pescoço, voltei para o quarto e me sentei de frente para a escrivaninha. Tirei o que preciso da mochila e comecei a fazer alguns deveres. Li algumas coisas, mas depois de uma hora me senti cansado. É exaustivo ficar numa escola de manhã e de tarde. Eu estava quase dormindo com o rosto apoiado na mão quando minha mãe deu um berro dizendo que o jantar está pronto. Pisquei, balancei a cabeça e franzi as sobrancelhas.

Soul Solid (l.s. au spirit!louis)Onde histórias criam vida. Descubra agora