Epílogo

6.1K 305 107
                                    

-- Eu realmente não acredito que minha bebêzinha se formou!-- Oscar me pega no colo e gira-me no ar.

-- Não me chama de bebêzinha, seu bastardo, e me ponha no chão-- gritei enquanto ria. -- Chato.

-- Nah, resmungona-- ajudou-me a ficar de pé e beijou minha bochecha. -- Como quer comemorar a formatura do 3° ano?

-- Na nossa casa. Com uma boa pizza de frango e um refrigerante nem gelado!-- ri e beijei sua boca.

-- Que gorda! Ew, porque eu aceitei namorar e morar com você, hein?

-- Porque você também é um gordo, seu gordo. Pensa que eu não vi aquelas embalagens de chocolate no quarto, não? Gordo!-- beijo sua bochecha.

-- Ah, nem vem me dizer que você também não comeu!

-- 'Tá, eu comi e quero mais! Vamos para casa!-- puxo sua mão em direção ao carro.

-- Vamos, recém-formada!-- pegou-me novamente no colo e deixou-me sentada no banco da frente do carro, logo indo para o outro banco.

-- Nah! Vamos para casa, casa, casa!-- falei animada enquanto tirava a beca.

-- Quer assistir Bob Esponja também?

-- Tamb... Espera... Está sendo sarcástico? Idiota!-- bato levemente em seu braço e ele começa a dirigir até nosso apartamento.

Nosso apartamento. Como é bom dizer isso!

Desde que completei dezoito anos, passei a morar com Oscar. Ele insistiu por duas semanas para que eu me mudasse, o que eu aceitei, mas tive uma última briga com meus pais e desde esse dia não tenho falado com eles. O bom é que, além de sempre estarmos juntos, sempre vejo Gabi, Emica, a outra irmã de Oscar e o diretor da escola, as vezes jogamos futebol juntos e saímos para algum lugar. É legal termos essa convivência, mas as vezes sinto saudades dos meus pais... Bem, quem não sentiria?

-- Meus dedos doem!-- resmunguei enquanto tirava os saltos e encolhia as pernas no bando para massagear meus pés.

-- Eu falei para você usar tênis.

-- Claro, vou usar um vestido cagado de lindo e um all star preto!-- falei sarcástica e ri nasalado. -- Ou roubaria uma das suas botas cafonas!

-- Tão cafonas que você vive pedindo para mim usar!

-- Nah. Nah. Nah. Não importa-- resmunguei e me recostei no banco. -- Cozinha para mim?

-- Porque eu faría isso?

-- Porque... é minha formatura e você pelo menos poderia fazer esse favorzinho!

-- Você só terminou o colégio, baixa a bola-- bufou e eu ri nasalado outra vez. -- Mas eu vou cozinhar para essa princesa dos dedos machucados!

-- Obrigada! É por isso que eu te amo!

-- Então está comigo apenas pela comida?-- arqueou uma das sobrancelhas, virando o volante do carro para dobrar na rua do nosso apartamento.

-- Merda, você descobriu!-- fingi tristeza.

-- Boba-- riu e desligou o motor do carro, já dentro do estacionamento do condomínio.

Desci do automóvel ao mesmo tempo que Oscar e logo rodei para encontra-lo. Com os saltos em uma das mãos e o celular na outra, abracei-o desajeitadamente de lado e assim caminhamos para o elevador. Não havia muita gente por ali, talvez por ser bem no meio da tarde e as pessoas estarem trabalhando, mas tive a pequena infelicidade de encontrar uma das moradoras do 10° andar: a atirada Ivnit Cabrett, uma francesa que sempre dava um jeito de se jogar em cima do meu namorado.

Senhor EmboabaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang