Capítulo VIII : Choro

4 1 0
                                    

Brandon.

Depois disso, não tenho certeza de mais nada. Se até o professor que provavelmente deveria estar tentando acabar com essa rebelião está incentivando a gente, o que pode nos parar agora. Não que eu esteja dizendo que eu quero que isso aconteça por que eu nem sei o quê pode vir com isso. Pode acontecer tantas coisas, boas e ruins. Mas não deixo de ficar animado com a ideia.

Sophia e eu estamos voltando para casa agora, quer dizer, eu estou voltando pra cãs e ela está indo me visitar.

_O que você acha disso? _ pergunta ela claramente falando sobre o acontecido na sala de aula.

_ Não sei, acho que não tive tempo para pensar muito sobre isso. É complicado.

_ Quer dizer que você não acha essa rebelião boa?

_ Não é isso! É que tudo que isso nos causou até agora foram coisas ruins. E se isso estourar de vez, quem sabe o que vai acontecer? Não tem como saber, né?

_ Bom, nesse ponto você tem razão. Não tem como saber o que vai acontecer. Mesmo assim, eu acho que isso pode ser muito bom para nós.

_ Você sempre tão positiva, não é?_ digo esboçando um sorriso_ É tão estranho como eu e você temos visões tão diferentes.

_ Como assim? Está querendo dizer que temos idéias contrárias?

_ Não, não é nada disso. Mas veja bem: eu e você estamos passando por situações muito parecidas e ainda assim você acha que isso pode ser bom e eu nem sei o quê pensar.

_ Bem, Brandon, você não pode esperar que as pessoas pensem da mesma forma sempre. Todos somos diferentes. Vimos coisas diferentes e vivemos coisas diferentes. Isso afeta nossa forma de pensar, mesmo indiretamente. Por exemplo, você nunca entenderia como a Mya deve pensar agora, por que você não passou pelo o quê ela passou.

_ Sim, eu entendo isso, Sô. Mas você e eu perdemos nossa melhor amiga há pouco tempo e você consegue agir como se isso não a afetasse. Eu nunca conseguiria fazer tal coisa.

Sophia para de andar quando falo isso. Me viro para trás para olha-la nos olhos e vejo seus olhos lacrimejando.

_ Você acha que eu não estou sofrendo com isso também, Brandon? Acha que isso não me atinge?

_ Sophia, não foi o quê eu quis dizer_ digo tentando acalma-la.

_ É por que você não viu as lágrimas derramadas sobre meu travesseiro a noite. É por que você não viu os sonhos que eu tenho com ela toda noite que me fazem acordar de madrugada para lavar o rosto. É por que você não me viu pensando nela toda noite antes de dormir_ disse ela entre soluços._ Você diz que isso não me afeta, mas me afeta sim. Eu sofro muito com tudo isso! Eu choro, fico triste, às vezes, não consigo nem dormir. Mas se você soubesse por tudo o quê eu passo não estaria falando que isso não me afeta.

_ Me desculpe, Sophia, não foi o que eu quis dizer. Eu sei que você está sofrendo tanto quanto eu, mas você sempre parece tão forte e segura. Nunca dá nenhuma pista de nada.

_ É por que eu não quero estragar tudo o que já fizemos. Não quero jogar fora todo nosso trabalho. Não quero que a perda da Mya seja em vão. Por isso eu sempre pareço tão forte e segura, entende? Eu faço isso por segurança. Pois sei que se alguém desconfiar tudo pode ir por água abaixo.

_ Eu sei! Eu sei. Calma, não foi o que eu quis dizer.

_ Tudo bem, mas não diga nunca mais que eu não me importo.

_ Tudo bem, tudo bem! Você quer entrar?_ pergunto, pois chegamos na frente da minha casa.

_ Sim. Pode pegar um copo d'agua para mim, por favor?

DESTROYOnde histórias criam vida. Descubra agora