Capítulo 1 - Exercício mental

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°•°• Exercício mental•°•°

Olá!

Esta é minha segunda fanfiction THG. Um projeto que resolvi desenvolver depois de ler muitos e belos trabalhos inspiradores.

A intenção é ser fiel aos fatos dos livros e contar um pouco do que imagino que se passou entre o fim da guerra e o epílogo.

Agradeço por vir conferir e espero que aprecie a leitura!

;)

OBS1: Estou editando a fic aos poucos. Então, se está começando a ler agora, até que este longo trabalho esteja terminado, você vai encontrar muitas diferenças na edição dos capítulos antes da "repaginada".

OBS2: Peço que tenham atenção à numeração dos capítulos, pois o Wattpad está dando erro e fica mudando a posição dos capítulos 61 e 62.
Sempre estou atenta para reordenar, mas nem todos os dias eu consigo acessar a fic pra fazer isso.

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Por Peeta

Depois de um dia chuvoso, os raios de sol voltam a adornar o horizonte da Capital. A vista está bastante alterada após a rebelião, porém ainda é capaz de levar minha memória conturbada até um dos poucos momentos após a Colheita que não foram profanados pelo telessequestro.

O pôr do sol na véspera do Massacre Quaternário. O refúgio no terraço do Centro de Treinamento.

A recordação desperta em mim o desejo de pintar o rosto dela.

Sou plenamente capaz de fazê-lo. Cada traço do rosto de Katniss permanece talhado em minha mente. Cada variação dos tons cinzentos de suas íris baila em meus pensamentos.

Inicio a pintura, delineando seus olhos, mas minhas lembranças embotadas me boicotam. A cintilância dos olhos da menina que eu admirava na época da escola se embaralham à sombra do olhar de uma bestante mortal. Os olhos que se acenderam quando nossa primeira professora pediu para que ela entoasse a Canção do Vale são os mesmos que tentei apagar, após ser resgatado pelos rebeldes, com a força das minhas mãos.

Estas mesmas mãos traem minha vontade de eternizá-la numa folha de papel. Afinal, quando tento esboçar os olhos de Katniss na pequena tela improvisada, tudo o que meus dedos conseguem reproduzir são rabiscos desconexos. Sem sentido. Como a minha própria vida neste instante.

Talvez seja um bloqueio pontual, uma espécie de autopreservação inconsciente, porém a impossibilidade de desenhá-la não impede que a imagem dela se descortine nitidamente em meus devaneios. Basta fechar minhas pálpebras e lá está ela.

Abandono o lápis e o papel, mas não a minha irresignação. Escondo a folha debaixo da pilha de desenhos já concluídos, esquecidos na cômoda ao lado do meu leito hospitalar. Não a amasso ou rasgo. Ela será mantida aqui, como um lembrete de que, apesar dos avanços em meu tratamento, ainda existe um longo caminho a trilhar. No entanto, a meu sentir, não é internado nesse hospital que farei esse percurso. Há certos obstáculos que preciso transpor com meus próprios passos.

No entanto, tudo o que me resta no momento são essas quatro paredes excessivamente brancas e, felizmente, a minúscula fresta em volta do duto de ventilação, através da qual espio a grande avenida da Capital. Ou o que resta dela.

Torno a me deitar. Depois de uma leve batida na porta do meu quarto de hospital, vejo a Dra. Ceres entrar com seu sorriso tímido e seus cabelos negros presos num coque, o que faz com que seus olhos amendoados se destaquem. Seu belo rosto e seu tom de pele me fazem lembrar da pequena Rue. Ela faz parte da equipe médica da Capital que assumiu o meu caso desde que voltei a ficar internado, depois do terrível flashback que tive logo após a prisão de Katniss, no dia da morte da Presidente Coin.

Jogos Vorazes: A Redenção do Tordo (Após a Rebelião)Where stories live. Discover now