Capítulo 13

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Eu era viciada em criar listas. Não listas de coisas para me sentir grata, estas eram muito complexas e me fariam pensar demais, prefiro deixá-las sob responsabilidade do Luke. Eu gostava de ser prática, das mais bobas possíveis. Desde uma lista de coisas que eu precisava comprar no supermercado, até as coisas que eu considerava mais loucas no mundo. E no meio desta última estava a copa do mundo de 2014 - um mito.

Eu podia citar, dentro dela, os torcedores suíços usando chapéus de queijo suíço para apoiar o seu time - geniais -, o goleiro do México que agarrou quase todas as bolas que jogavam na direção do gol - e que é a cara de Ted Mosby -, Kyle Beckerman: o meio de campo que fez o futebol ficar interessante para as meninas e eu - e resolvemos acompanhar a temporada inteira de futebol, tornando-nos torcedoras fiéis do Real Salt Lake até o fim do campeonato -, o momento em que o jogador uruguaio mordeu o ombro do jogador italiano e, eu jamais poderia deixar de citar: a goleada da Alemanha em cima do Brasil.

Mas isso não poderia ser mais louco do que o Luke indo em direção ao Mason e dando-lhe as boas-vindas com um aperto amigável de mãos. Amigável! A minha boca deu uma pausa para fazer um check-in no chão. O que eu havia perdido, afinal?

Sua reação diante do Drew não foi tão amigável, porém. Luke o ignorou enquanto convidava o seu novo amigo para juntar-se a ele e aos caras. Pelo menos nisso a terra estava equilibrada.

Kaila, porém, já havia sumido quando virei para questionar se ela tinha achado a situação tão estranha quanto eu. E nem disse nada, tornando todo o mistério de horas atrás ainda mais intrigante. Ou disse e eu não prestei atenção - esta opção poderia ser considerada, visto que há minutos não escuto nada do que ela diz. Olhei ao redor de toda a área, mas a garota havia realmente sumido. E Kaila não estar ao meu lado para falar sobre isso era frustrante. Seu lugar seria substituído, porém.

- Eles fizeram as pazes, hum? - Drew perguntou ao meu lado. Sua voz era dividida entre o descontraído e o contraído.

- Eu sei tanto quanto você - respondi e olhei para o espaço ao meu lado, dando-lhe a liberdade de sentar lá, caso quisesse.

- Estranho demais - observou com o olhar distante dali. - Ei, Ana?

- Oi? - ergui uma das sobrancelhas ao encará-lo.

- Me desculpe - pediu fazendo uma longa pausa enquanto sentava ao meu lado. - Pelo beijo, eu quero dizer. Eu não tinha o direito.

- Que bom que sabe - murmurei com a voz extremamente baixa. - Relaxa, McCurty.

- Valeu, Hoag - imitou-me no ato de chamar pelo sobrenome e empurrou meu ombro com o seu. - Soube que conseguiram terminar as casas, bom trabalho, Hoag, bom trabalho.

- O mérito é todo da nossa equipe - um sorrisinho no canto dos lábios e um peito cheio de orgulho.

- Bom trabalho - repetiu.

E continuou tentando puxar assunto, ao que estava me deixando incomodada. Era coisa do tipo:

- Caramba, esse verão passou rápido, não é?

Claro, principalmente se você passou ele inteiro construindo casas - não estou reclamando, apenas frisando que ele não sabe o que é um verão passar rápido.

- Tá um solzão!

Drew já foi melhor do que isso. Sério? Falar do clima? Eu me recuso a prestar atenção no que veio depois disso, por isso eu pedi licença para me retirar.

Os meninos estavam se divertindo na beira da piscina - e assando hambúrgueres na churrasqueira - com - adivinha só? - uma garrafa cheia daquela bebida alcoólica que era terrivelmente proibida para Luke - e não por conta da idade. Eles pareciam estar fazendo um desafio com uns copinhos de dose, e, sinceramente? Eu não queria ver o que iria acontecer. Ainda assim, me arrastei para o lado da Vanessa que me ofereceu um copo com uma batida que acabara de preparar. Nós duas conversávamos amenidades ao som eletrônico da playlist montada por Luke horas antes.

Mais Que O VerãoWhere stories live. Discover now