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Passei o fim de semana todo chorando. Lucas não me procurou, e nem me ligou. Então desliguei o celular pra não ficar mais triste. Peguei uma mala e joguei todas suas coisas dentro dela. Ele era um imbecil! Coloquei suas camisetas, bermudas, cuecas, loção pós barba, perfume, e até algumas fotos nossas. Não queria mais nada dele. Não iria ficar morrendo por ele como fiz por Pedro. Só que o mais incrível é que eu estava aos triste do que imaginava. Sentei no chão com sua cueca vermelha em uma mão e uma foto nossa na outra, e percebi que aquele não era só um rolo. Eu amava Lucas! Mesmo tão pouco tempo juntos, eu o amei. Acho que ele me conquistou desde o começo com seu sorriso lindo e travesso. Seu jeito espevitada e alegre. Eu vou sentir muita falta dele.

Hoje já é domingo e amanhã eu teria que trabalhar e agir como se nada tivesse acontecido. Essa era a pior parte. Saber que eu não acordaria com ele ao meu lado e que ele não estaria me esperando ao chegar em casa.

Eu sei que agi de forma radical, mas a tendência é só piorar com o passar do tempo. Ele ia ficar ainda mais focado em seu trabalho e isso iria interferir no nosso namoro. Então achei melhor cortar o mal pela raiz antes que cresça e me machuque de uma forma irreversível.

Coloquei a mala com as coisas de Lucas no banco do passageiro e fui em direção à sua casa. Ele morava à trinta minutos da minha casa. Estacionei o carro na frente, peguei minha chave reserva e entrei. Tudo estava como eu deixei. Teve um dia que ele teve que trabalhar até tarde e eu fiz uma mega faxina e mudei os móveis de lugar. Lucas ficou muito feliz com aquilo e fizemos amor no sofá.

Coloquei a mala no chão e saí. Tranquei a porta e joguei a chave por baixo.

Infelizmente esse não era o final que eu queria, mas que eu já esperava!

A semana seguinte foi uma droga! Aline me atormentou a semana toda dizendo que eu fiz merda, mas que eu tinha razão! Não entendi essa parte e nem queria. Lucas não me procurou um dia sequer. Simplesmente desapareceu. Acho que ele ficou satisfeito com as minha decisão.

A semana se arrastou. Eu acordava, tomava café, ia trabalhar, voltava pra casa, tomava banho, jantava e dormia. No dia seguinte, tudo se repetia igual.

No domingo a tarde a campainha tocou. Meu coração palpitou de esperança, mas quando abri a porta, ela morreu.

-Entrega para Nataly Bonilha!

-Sou eu!

-Assine aqui por favor!

Assinei onde ele indicou esperando dei espaço para que ele entrasse. O homem colocou um rolo imenso de alguma coisa no chão da minha sala, assentiu e foi emora. Eu não lembrava de ter comprado nada. Peguei uma tesoura e fui cortando a embalagem e quando finalmente estava todo desembrulhar, comecei a chorar. Peguei o bilhetinho que estava dentro e meu coração doeu mais ainda.

"EU SINTO MUITO POR TUDO! ESPERO QUE ACEITE O TAPETE FOFINHO DE PRESENTE. ELE NÃO É MAIS O MESMO SEM VOCÊ!"

Empurrei todos os móveis para longe e ajeitei o tapete no centro da sala. Ele não tinha nada a ver com os moveis, mas ficou perfeito ali. Deitei de barriga para cima e encarei o teto. Eu chorava e sorria ao mesmo tempo. Eu era uma idiota.

Mais uma semana passou e Lucas não me procurou. Era como se eu não existisse pra ele. Fiquei com tanta raiva que tirei o tapete fofinho e enrolei ele deixando escondido atrás do sofá.

Aline tentava me levar pra sair, mas eu não tinha vontade. Ela fez um chantagem emocional tão brutal que concordei em sair com ela na sexta à noite. Aline disse que estariam alguns amigos e amigas e assim eu poderia socializar com as pessoas. Acho que isso nem é uma palavra. Ela escolheu minha roupa, arrumou meu cabelo e fez minha maquiagem. Não ficou nada exagerado e sim bonito. Meu vestido era preto com amigas as cintura demarcada. Coloquei um salto e ficou ótimo. As 23h00 eu já estava desesperada para ir pra casa. Aline estava com seu namorado e as outras pessoas conversavam entre si. Eu tinha tomado umas caipirinhas então já não estava tão normal assim. Fui ao banheiro e me olhei no espelho. A minha cara era de derrota. Eu nunca soube superar um coração partido. Eu ficava sempre na merda até outro amor aparecer. Saí do banheiro decidida a encontrar outro "amor" ou um casinho pra hoje. Pedi uma caipirinha no bar e fiquei olhando ao redor procurando algum rapaz sozinho e que me atraísse. Tomei um gole e avistei um homem de costas com um belo de um corpo. Ele conversava com um casal e parecia aparentemente sozinho. Ele usava uma camiseta preta deixando pra imaginação os músculos envolta dela. Fui andando devagar em sua direção deixando claro que quem estava me comandando era a bebida. Quando eu estava à alguns passos dele, uma mulher linda se aproximou dele e passou o braço ao redor de seus pescoço. Ele passou a mão em sua cintura e beijou sua bochecha. Quando virei de costas escutei a sua tão familiar risada. O único homem por quem me interessei naquele lugar era Lucas!

Tentei sair de perto, mas uma multidão de pessoas dançando fechou meu caminho. Eu ficava rodando igual uma barata tonta até que me empurraram e esbarrei em alguém atrás de mim. Tentei andar sem olhar pra trás e segurando as lágrimas pra dentro dos olhos. Escutei ele dizer -Na? mas corri dali o mais rapido que pude.

Mandei uma mensagem para Aline dizendo que já estava indo e que não estava me sentindo bem. Ela disse pra eu ligar caso precisasse de alguma coisa. Fui andando meio cambaleando para o meu carro, mas decidi ir embora a pé. Eu não estava em condições de dirigir agora. Tirei meus sapatos e os carreguei na mão. Deixei as lágrimas correrem em meu rosto. Caminhei por 40 minutos. Sozinha, chorando e bêbada.

Cheguei em casa e afastei todos os moveis da sala e coloquei o tapete fofinho mais uma vez no chão. Puxei uma almofada, deitei com a mesma roupa que eu estava e peguei no sono minutos depois.

NAMORADO ALUGADO (DEGUSTAÇÃO) Livro 1Donde viven las historias. Descúbrelo ahora