Encontro as cegas

Capítulo 7 - Expulso de casa

Pedro se espantou e não fez nada ate seu pai sair e depois sair atrás David. Então Pedro começou a chorar desesperado sem parar e sem saber oque fazer. Me aproximei dele com cuidado, e me sentei ao seu lado, ele ainda sangrava muito, seu rosto quase ficou irreconhecível, os lábios estavam inchados, seu olho estava roxo, e o outro tinha um corte no final da sobrancelha que sangrava muito, seu nariz estava sangrando, e ele mal conseguia falar, ele chorava e me perguntava:

-Porque você fez isso? Não precisava me defender sabia disso? Eu já estou acostumado a isso, sempre que faço algo que não agrada meu pai ele me bate, e normal já.

Olhei pra ele e enxuguei suas lagrimas e falei:

-Calma vai dar tudo certo Pedro você vai ficar bem.

-Como Kauan? Agora eu não tenho mais casa nem onde ir, oque vou fazer?

Fiquei com pena de Pedro, Ele estava assim por minha causa, se eu não tivesse saído do guarda roupas ele ainda estaria morando com o pai dele. Tomei coragem (muita coragem) e falei:

-Bem primeiro vou te levar pra um hospital, vc precisa tomar alguns pontos.

-E depois?

-Vamos pra minha casa, você pode ficar lá e dormi no quarto de hospedes ate que as coisas se resolvam.

Pedro ficou receoso e topou, afinal ele não tinha mais onde ir, era a única chance dele.

-Tudo bem, mas não vou ficar muito tempo, no máximo 4 meses.

-Pode ficar o tempo que quiser não ligo.

Nisso ele se levantou e voltou a cair na cama dessa vez, me vesti rapidamente colocando toda minha roupa que tinha usado na festa, com exceção do meu colar que foi arrebentado. Ajudei Pedro a se vesti, colocando uma calça de moletom nele e uma camisa mais froixa, e fiz sua mala colocando o maximo de roupas possíveis dele nela. Depois liguei pra Shara, mas a ligação caiu, estranhei e me preocupei com Shara ela sempre atendia minhas ligações, mas ignorei e liguei pro meu pai, dei um endereço da casa de Pedro pra ele e pedi pra que ele viesse o mais rápido possível, ele estranhou e perguntou oque estava acontecendo mas simplesmente falei:

-Depois te explico.

Nisso ajudei Pedro a se levantar e dei apoio pra ele, passando uma mão dele por traz da minha cabeça e apoiando ela no meu ombro, e passei minhas mãos atrás de suas costas e segurei em sua cintura o ajudando a ficar de pé, nisso, segurei sua mala e fui a arrastando pelos corredores da casa dele, ate me cruzar com David que estava de pé na porta principal segurando uma cueca branca, e olhando pra mim e Pedro, não nos deixando passar, ate que ele falou:

-Você e uma bixinha mesmo ne Pedro, sempre desconfiei.

e nisso ele segurou a cueca quase a esfregando na cara de Pedro enquanto falava " vai cheira e mostra que você e gay mesmo." Não aguentava ver a cena, então soltei Pedro rapidamente, e dei um chute no saco de David com todas as forças que me restavam, oque fez ele cambalear e cair no chão, peguei Pedro novamente, e fui andando com ele ate a rua onde meu pai já estava me esperando com o carro e se assustou ao ver a cena. Ate que expliquei ele oque aconteceu e ele pegou a mala de minha mão e levou pro porta malas do carro, e depois me ajudou a por o Pedro no banco trazeiro e levar ele pro hospital. Não contei a meu pai oque o pai de Pedro era e nem que fui estuprado, não era o momento adequado pra isso. Ele dirigiu preocupado ate o hospital e parou na porta e me perguntou:

-Quer que eu espere.

Pensei bem no que ia falar e falei pro meu pai:

-Não e melhor você ir eu me viro daqui pra frente. Só deixe as malas em minha casa.