Capítulo 2: Ian Salvatore

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Capítulo II: Regra de 3

"Amo as mulheres
Mas não as admiro"
Charlie Chaplin

Ian Salvatore (Florença / Itália)

A regra do três a primeira vista pode te fazer lembrar dos problemas matemáticos da escola, mas nada tem haver com matemática e sim com mulheres, três é o número de dias suficientes ao qual eu cheguei a conclusão em que posso desfrutar de todos os prazeres sexuais possíveis sem que isso me traga maiores problemas.

Sei que isso pode soar um pouco sacana, ou melhor dizendo muito cafajeste, mas acredite, eu sei do que falo. É sério, acorrentar-se a um relacionamento não é para mim, e quando as mulheres me veem, a atração é evidente. Já deu para perceber que não sou um cara modesto, e como eu poderia? Falsa modéstia pra mim é sinônimo de hipocrisia... bom continuando, tenho classe, dinheiro e belos olhos azuis, além de um corpo esguio e musculoso que me garantem belas trepadas.

Outra coisa importante que você deva saber sobre mim é que eu não misturo sexo com trabalho, há boas razões para isso, uma mulher não tem a capacidade para  me acompanhar nas estratagemas elaboradas que necessito desenvolver, para manter meu alto padrão de vida. Sou acostumado com tudo que há de melhor, carros, casas, viagens, mulheres, muitas mulheres. Além de inteligência, necessito de velocidade para que nada saio errado, porque onde eu trabalho, ou melhor, no que eu trabalho, um erro apenas e tudo vai por água abaixo.

Além do mais sentimentalismo e um cabresto são duas palavras que não existem em meu dicionário. Meu estilo de vida e minhas regras desmoronaram quando a senhorita Catarina Vallenti cruzou meu caminho naquela festa, a partir daquela noite aquela brasileira gostosa, fodeu com tudo...

Alguns meses antes do fim...

O residencial Viale Michelangiolo fazia parte dos frutos de um de meus investimentos, não todo o residencial, mas pelo menos um bom apartamento com vista para o bosque. Não podia ser visto por ali, pelo menos, não a luz do dia, e nem entrando pelo modo tradicional, passando pela portaria... me identificando, mas os detalhes sobre isso fica para uma outra hora. Como de costume chegava no meio da noite, escalando e desviando dos pontos bem iluminados.

Desde de moleque eu fazia parkour então chegar ao terceiro andar, e pendurar na janela da sala não era lá um grande desafio. Cronometrei no meu relógio o tempo que levaria. Vesti uma calça jeans escura mais larga, uma camiseta preta e os tênis quix poucos já me viram vestido nesses trajes, apenas Robyn e Robert. Qualquer um que me visse ali talvez não me reconhecesse sem os ternos Armani, sob medida ou os sapatos de três mil dólares.

Escalei o muro verde escuro com quase três metros de altura, e me esgueirei pelas duas fileiras de árvores que conferiam ao condomínio um ar campestre. Agarrei-me no tronco da de uma árvore e pelos galhos da copa que invadiam a cobertura do salão de festas, consegui acesso ao telhado, cuidadosamente caminhei sobre o vidro, até chegar a encosta dos apartamentos. Como de costume a janela estava aberta. Dei mais uma olhada no relógio "sete minutos, nada mal para quem iria fazer trinta e oito em alguns dias..."

Robert dormia no sofá e não percebeu quando entrei sem fazer barulho. Desliguei a televisão e tirei alguns livros caídos no chão ao seu lado. "Pegou no sono estudando." Bob havia completado dezoito no início da semana, ele e Robyn eram gêmeos, mas com personalidades tão distintas ninguém jamais diria que possuíam qualquer parentesco. Pelo visto a mudança para o novo apartamento havia sido tranquila, não haviam móveis fora do lugar, nem caixas. O apartamento era relativamente pequeno com cento e dezesseis metros, não era nem a metade da minha cobertura mas já era o suficiente para eles saírem daquele inferno de casa.

Italianos Vol 1 - Atraída por um criminoso (Degustação​)Where stories live. Discover now