Capítulo XV

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Boa leitura fofas e fofos
Espero que gostem :)
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"Querido Amigo Confidencial,

Como você está? Eu não estou muito bem... Ultimamente coisas estranhas tem acontecido com frequência, mas eu não aco nenhuma solução para isso. Eu espero sinceramente que você esteje bem.

Agora essa semana não irá ter aulas, ou seja, irei passar praticamente todos os dias aqui dentro. Eu pretendo visitar a minha família no cemitério, pensar um pouco. Ouvir o farfalhar das folhas, senti a brisa morna e aquele cheiro de sândalo. Eu sinto falta disso. Espero também poder ver a minha avó. Eu ainda não entendo porque ela não me tira daqui se ela pode cuidar de mim com o dinheiro dos meus pais. Eu queria tanto poder sair daqui.

Bom, acho que é só isso que eu irei falar (escrever) no momento. Saiba que eu não o esquecerei. Nunca. Até mais querido amigo confidencial. Beijos.

De sua melhor amiga: Mallory Hunter"

Guardei o meu diário no lugar de sempre e observei as crianças que brincavam no pátio. Elas até parecem que estão felizes, mas por dentro sentem uma dor enorme, pensei e a observei por um momento. Peguei um livro meio empoeirado em cima da mesa. Tentei tirar um pouco do pó com a mão e sentei na minha cama com o livro em mãos.

Suspirei e abri o livro, dentro dele havia um bilhete, o pequeno pedaço da folha já estava em um tom amarelado, e a tinta já estava gasta, mas com um pouco esforço eu consegui ler encontrando um aviso: "Não se deixem levar pelos os sentimentos, porque vocês não conseguem conhecer uma pessoa por completo."

Observei atentamente aquela frase sem entender o real motivo por ela ter parado em um livro de época. Coloquei o bilhete aonde ele estava antes e comecei a folhear o livro. A maioria das páginas não havia como ler, as traças já havia devorado praticamente todas as folhas. Outras as frases estavam claras demais para eu conseguir ler. Já aquelas que tinha como ler, era apenas dizeres, ensinamentos, regras, algumas até sobre desilusões amorosas.

Depois de tanto folhear o livro em estado crítico, eu o coloquei onde ele já estava. Observei o pátio outra vez, mas agora já não tinha tanto movimento como antes. Olhei para o lado e tentei entender o que significava aquelas frases.

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Encarei o meu reflexo no espelho, o meu cabelo estava preso em um coque dando-me um ar mais autoritário, o que na verdade eu não sou. Suspirei e lembrei da minha mãe, hoje seria o aniversário dela. Senti uma lágrima descer pelo o meu rosto, seguida por outras.

Eu havia já há muito tempo tentar parar de chorar, mas quanto mais eu tentava as coisas só pioravam. Como sempre, pensei e escutei batidas fortes na porta. Esfreguei o meu rosto com a palma da minha mão para tentar esconder o meu choro.

Suspirei e caminhei em direção à porta, com passos um pouco apressados. Abri a porta encontrando ali a diretora Amy que me dirigiu um sorriso de orelha a orelha. Observei-a com um olhar desconfiado, mas logo desviei o meu olhar para o chão.

- Como você está querida? - ela perguntou e passou a mão no meu cabelo.

- Estou bem - murmurei.

- Foi bom ver você agora, mas eu tenho que fazer outras coisas no momento - ela disse e deu um breve suspiro - Até mais querida - ela disse e começou a caminhar em direção à sua sala.

- Até - disse, mas não sei se ela escutou.

Encarei agora o corredor vazio, dando ao corredor um ar mais tenebroso. Senti o meu corpo gelar, saí do meu quarto e fechei a porta logo depois. Contei até dez mentalmente e praticamente corri até a saída do orfanato.

Senti o ar preencher os meus pulmões quando eu finalmente sai do orfanato. Ainda bem que eu já estou arrumanda, pensei e entrei em um táxi. Escutei alguém chamar o meu nome, mas quando eu olhei para trás não havia ninguém.

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Depois de passar a tarde toda no cemitério, eu já estava exausta. Mas eu não queria ir embora. Eu queria continuar ali, lembrar-me de todos os bons momentos, comemorar o aniversário da minha mãe. Eu queria poder abraça-la, lhe encher de beijos, chorar com ela, lhe dizer quanto eu a amo. Mas isso tudo foi tirado de mim. Há única coisa que eu posso fazer é chorar. Não chorar por ela estar fazendo aniversário, e por ser a melhor mãe que alguém possa ter. Chorar pelo o fato que ela se foi e a única coisa que sobrou foi a solidão.

Estar sozinha em um mundo que não me pertenceu, saber que eu não posso fazer nada para trazer a minha família de volta. Está tudo acabado, e agora eu estou aqui chorando mais uma vez. Sentindo uma dor que poucos sentem. O vazio. Uma dor que ninguém quer sentir. Uma dor que poucos compreendem.

Mesmo que eu chore, a dor não se apaga. Só aumenta. Por que eu? Tento conter o choro em uma tentativa falha, as lágrimas continuam descendo descontroladamente, os soluços saem abafados. Sinto alguém me abraçar, olho para cima e encontro a minha avó Alicia, ela me abraça forte e não diz nada, me deixando chorar em seus braços.

Fecho os olhos e deixo as lágrimas descerem. Percebo que o meu choro já abafou um pouco. Limpo o meu rosto com a palma da minha mão. Suspiro e encaro o chão do cemitério. A minha avó me ajuda a levantar e passa a mão no meu cabelo. Olho mais uma vez para as lápides da minha família e sinto o choro se formar mais uma vez. Olho para a minha avó que sorri para mim de uma forma reconfortante.

Abraço-a mais uma vez, eu não estou sozinha, penso e um pequeno sorriso se forma no meu rosto. Permanecemos assim por um tempo, abraçadas e em silêncio.

- Como você sabia que eu estava aqui? - perguntei enquanto eu me soltava dos seus braços.

- Eu esperava chegar aqui e lhe encontrar - ela disse e deu de ombros - Já está ficando tarde querida - ela disse.

- Será que eu posso dormir na sua casa? - perguntei esperando que ela concordasse.

- Hoje não - ela disse e olhou para as suas mãos - Vai - ela disse ainda olhando para as mãos.

- Está bem - falei e lhe dei um beijo - Feliz aniversário mamãe - murmurei e sai de lá.

Caminhei com passos lentos por todo o caminho até entrar em um táxi. Deixei a minha mente vagar pelos os meus pensamentos até quando eu cheguei outra vez no orfanato, desci do táxi e fiquei observando o orfanato - estava sombrio como sempre -, suspirei e entrei.

Ainda havia algumas crianças correndo, adolescentes conversando. Enquanto eu provavelmente assustaria a primeira pessoa que aparecesse na minha frente, mas eu não estava me importando com isso. Entrei no meu quarto e sentei na minha cama, a única coisa que eu quero é a minha família de volta.

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Não esqueçam de deixar a sua estrelinha ☆-☆
Desculpem pelos os erros, eu ainda tenho que revisar
Fofos e fofas desculpem por não ter publicado na quinta, é que eu estava passando mal :/ Mas agora eu estou bem, apesar de hoje cedo, depois que eu acordei eu passei mal de novo. Estava parecendo um fantasma -.-
Espero que vocês estejam gostando :)
Então é isso fofas e fofos até terça ♡-♡

Com carinho,
Bruh *-*


Desperta-me | Livro 1 - Completo Where stories live. Discover now