MOTOQUEIRO MISTERIOSO

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Carlos Eduardo Santini, ou simplesmente Kadu, voltava para a sua sala para assistir a segunda
aula do curso de Publicidade e Propaganda. Era aluno do turno da noite, na UNITAU, em Taubaté. Ao
passar pela cantina viu um rosto familiar, uma garota da sua turma. Até aí tudo bem, se não fosse pelo
fato da garota estar branca feito um copo de leite, chorando baixinho e tremendo da cabeça aos pés. O
nome dela era Anelize Maia.
Kadu não tinha a menor intimidade com a garota, mas não teve coragem de deixá-la ali sozinha,
naquele estado. Talvez precisasse de alguma ajuda. Aproximou-se dela a uma distância que não a assus-
tasse ainda mais e perguntou:
— Está tudo bem com você? — sua voz quase não saiu direito.
Ela tremia tanto que mal conseguia tomar o copo de água sem derrubar o líquido na mesa de
plástico. Ela não o escutou. Ou fingiu que não escutou.
— Aconteceu alguma coisa? — insistiu ele. Agora um pouco mais alto e contente .
Ela naturalmente levantou os olhos na direção dele. Seus lábios tremiam demais. Ela parecia em
estado de choque.
— O que você quer? — disse ela, com voz de choro.
— Eu só queria saber se você precisa de alguma coisa.
— Preciso que você me belisque para eu saber que não estou sonhando — sua expressão era
tão séria quanto a de um professor em dia de exame matinal.
— O quê?
Ela estendeu o braço e acenou com a cabeça.
— Vamos, me belisque! — ordenou.

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