Capítulo 20

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Boa Noitee!!! Ainda tô no prazo! Vou postar correndo aqui, porque faltam exatos dez minutos para que o prazo acabe, mas ainda é quinta! Acabei de terminar o capítulo, e já estou ansiosa para saber o que vocês acharam. Então não se acanhem!!

Um ótimo feriadão para vocês, não se esqueçam que esse feriado não se resume a bacalhau em família e troca de ovos da pascoa. Lembrem-se do verdadeiro significado, e do que ele representa nas nossas vidas. Um grandíssimo beijo, cheio de carinho e gratidão. 

Até domingo!!!


Noah

10 anos antes

Eu nunca gostava quando chegava a hora de ir para casa. Meu último ano do colégio não era muito bom, mas definitivamente era muito melhor do que o que me esperava em casa.
Já passava das 10 horas da noite, e a rua da minha casa não era muito clara. Ao longe, dava para ver a turminha que o Elias estava começando a andar fumando maconha, olhei atentamente, mas não enxerguei seus cabelos pretos espetados. Ele não estava lá,  para o meu alívio.
Ao pisar os pés na calçada de casa, eu não ouvi nada. Apenas silêncio. E aquilo não era um bom sinal. Meu coração começou a palpitar instantaneamente e meus olhos como um imã fitaram o céu estrelado de verão. Eu não buscava as estrelas e sim o que podia ter por trás delas, o que poderia tê-las criado. Buscava quem tinha tanto poder,  suficiente para me ajudar com o que quer que eu viesse a enfrentar o quer que eu viesse a encontrar lá dentro. 

Seria tão fácil fugir, ir embora, simplesmente. Já tenho dezoito anos, já sou dono do meu próprio nariz, um adulto perante a lei. Era só girar os calcanhares e nunca mais voltar a olhar no paspalho de barba branca, tão fácil... Mas eu não posso. Não posso deixar meus irmãos e minha mãe nas mãos dele. Sem o seu saco de pancadas preferido, vai sobrar para eles toda a sua força e raiva. 

Peguei a chave no meu bolso, e inseri na fechadura, girando-a com todo o meu pensamento positivo na ativa. Mas obviamente esse papo de "pensamento positivo", não passa de uma besteira. 

O que eu vi quando entrei na sala foi o pior pesadelo que alguém pode ter. Minha irmã, Noemi, estava caída desmaiada no chão. Seu rosto avermelhado começava a inchar. Meu irmão, Elias, estava do outro lado, com as costas encostadas na parede e os braços abraçando seus joelhos, ele chorava baixinho, pois sabe que se fizesse qualquer barulho, a surra seria muito pior. 

Mas o que prendeu mesmo a minha atenção, foi a minha mãe. Ela estava próximo da Noemi, o rosto inchado de socos e lagrimas, suas mãos tremiam descontroladamente, e ela não parava de chorar. Não de dor, não de vergonha por seu marido empacá-la, não de culpa por não ser forte o suficiente para largá-lo e privar os filhos de mais e mais surras, e sofrimento. E sim de medo, pela arma calibre 22mm apontada para a sua boca. 

Por um instante eu não sabia como reagir, ele estava olhando fixamente para mim, seus olhos vermelhos e vidrados indicavam que ele havia fumado mais do que um maço de cigarro. E droga, com a quantidade de bebida que ele ingeriu (Sei isso pelo cheiro insuportável de cachaça barata que pairava sobre a sala) era uma péssima combinação. 

Minha pulsação aumentou instantaneamente, conseguia ouvir os batimentos do meu coração, e por um instante, era tudo que eu conseguia ouvir. Tudo que eu pensava, era: Nós vamos todos morrer. 

Fechei a porta devagar, para que ninguém visse o que se passava naquela sala. Olhei para ele com toda a cautela do mundo, e devagar, eu comecei a me aproximar. 

Agora & SempreWhere stories live. Discover now