CAPÍTULO 38

1K 50 7
                                    

Está uma linda manhã de segunda, estou arrumada pra escola, com a auto-estima lá em cima!

- Fani. - fala o meu paia aparecendo na porta me tirando dos meus devaneios.

- Oi.

- Vem tomar café.

- Já vou.

- Ok. - ele fala saindo.

Estou muito mais relaxada em relação ao meu pai, ele me deixou namorar e ainda por cima não ficou pegando no pé do Daniel, uma surpresa a todos da casa. Mas agora estou com dívidas em relação a isso, será que ele me deixou namorar com o Daniel só pelo seu pai que agora é seu sócio? Ou ele viu que estava exagerando mesmo?

- Fani, você vai se atrasar.

Saio da frente do espelho, pego minha mochila e vou pra cozinha, olho por toda a cozinha e não vejo ninguém...

- Pai?

- Aqui. Na sala de jantar.

Ando pra porta da sala de jantar e lá estão eles, com a mesa maravilhosa, cheia de frutas, variados pães, nutella, suco natural, cereais diferenciados, lite e café.

- O que vocês estão comemorando?

- Nada, só achei que nós poderíamos dar um "up" no nosso café. - fala minha mãe sorrindo.

- "Up"?

- Não é assim que vocês jovens falam?

- Eu não. - falo rindo.

Foi um café agradável, rumos muito comemos muito mas tudo que é bom dura pouco ainda mais quando é comida! Amo comer! Por isso que a minha avó sempre dizia, "você não engorda de ruim".
Termino o café, pego minha mochila e vou pra escola. Por acaso encontro o Daniel na esquina da casa dele.

- Oi. - digo com um sorriso tímido estampado em meu rosto lembrando de ontem.

- Oi. - ele fala me dando um selinho, olho pra todos os lado e não vejo ninguém, não estou acostumada com tudo isso.

- Tudo bem, aconteceu alguma coisa ontem?

- Não, nada demais, só o de sempre uns gritinhos e pronto, já estou acostumado.

- Então ta bom. Vamos?

- Sim. - começamos a caminhar.

Chegamos na escola e o portão já está aberto, entramos e vamos direto pra sala, o Daniel vai pro seu lugar que é no fundão e eu vou pro meu de sempre. Me sento e relaxo. Olho pra porta e vejo o Gustavo, ele encara o Daniel e me olha impassível, mas pra minha surpresa ele se encaminha em minha direção, se senta onde era o lugar do Daniel, que ao lado do meu.

Minha respiração se acelera, não sei se consigo ficar aqui ao lado dele! Como ele pôde fazer aquilo comigo? Como ele pôde fazer aquilo com o Daniel, os depois pareciam se acertar.

Olho pra porta coma esperança de um supervisor vir e falar que não tem aula pra mim sair daqui correndo e não olhar pra trás, parece que os aço tecimentos que já tinham sido esquecidos voltaram a tona na minha cabeça.

Vejo a Manu entrando e metralhando o Gustavo com os olhos, até eu fiquei com medo dela! Parecia que ela ia voar no pescoço dele ali mesmo. Me tranquilizou quando ela se senta atrás de mim.

- Oi. - ela fala me olhando.

- Oi. - respondo.

- O que ele está fazendo aqui?

- Não sei... ele é louco.

- Com certeza.

- Bom dia turma. - fala o professor de Geografia entrando na sala, como sempre está com o seu mapa mundi, seu notebook a tiracolo e sua bolsa de uma alça só pendurada em seu pescoço.

- Hoje eu queria fazer uma coisa diferente, queria fazer um trabalho em dupla. Vai funcionar assim vou sortear quatro nomes que já estão todos aqui nesse saquinho que serão os grupos pra começar apresentar daqui duas semanas. Então la vai.

O sorteio começa e eu começo a pedir a Deus pra mim pegar o grupo do Daniel mas como sou azarada não ficarei com ele. Não sendo o Gustavo está ótimo. Presto mais atenção quando escuto meu nome.

- Estephania, Ana Flávia, Meteus e Gustavo. - quando ele fala esse último nome foi como se ele tivesse me dado um soco no rosto, e agora o que eu vou fazer? Assim que o sorteio acaba eu chamo o professor na minha mesa:

- Rafael, eu posso trocar de grupo?
- Teve um que ficou só com três pessoas.

- Infelizmente não, se você trocar todos vão querer trocar também.

- Tudo bem. - falo em entristecendo.

Olho pra trás e fito o Daniel, ele olha pra mim e gesticula com a boca: " Não foi dessa vez". Apenas afirmo com a cabeça concordando.

- Fani, você tem que bater nele se não essa raiva não vai passar.

- Também acho. - falo rindo.

- Não estou brincando. - ela fala com os lábios apertados.

- Me lembre de nunca brigar com você.

- Sim.

- Grupo 3 petróleo. - escuto o professor falar, vejo o Daniel contando vitória, ele deve conhecer bem esse assunto, como vou fazer pra conversar com ele?

- Podem fazer os grupo pra definirem como vai ser a apresentação.

Me levanto e nós quatro fazemos um grupinho juntando nossas mesas. Com o que faz com que eu fique de frente pro Gustavo.

- Gente eu sou perito nesse assunto então. - sua voz vai se distanciando, quanto mais ele fala mais meu cérebro se desliga da realidade, e no final da explicação dele já não estou escutando nada.

- Fani? Terra chamando Fani. - escuto sua voz e trazendo de volta pra realidade. Apenas o encaro.

- Está de acordo?. - afirmo com a cabeça não entendendo nada. - Então eu trago todo o material necessário pra apresentação e vocês os temas que eu pedi. Fani: petróleo local. Ana: Petróleo de fora do países e Mateus: pra que é usado o petróleo e eu vou pesquisar o petróleo em si. Depois so devemos pensar na montagem do cartaz. Ok?

- Sim. - os outro dois do grupo responde.

- E você Fani? - ele pergunta olhando fundo nos meus olhos.

- Sim. - falo curta e grossa, sou o mais seca possível.

- Então ok.

- Galera arrumem a sala, já está no final da nossa aula. É lembrando que amanhã temos mais uma aula e será livre pra vocês decidirem, e se quiser fazer o cartaz. Ou preparar um slide. Está a critério de vocês.

Volto pro meu lugar correndo, não consigo mais olhar pro Gustavo do mesmo modo que eu olhava antes, acho que nunca mais vou voltar a olhar do jeito que eu olhava pra ele como meu melhor amigo.

O resto da aula passa muito rápido e eu não aguento mais ficar no mesmo lugar que o Gustavo, vou correndo pra casa, nem consegui me despedir do Daniel direito falando que eu tinha que vir embora logo, nós só damos um selinho e eu vim direto pra casa.

ERA UMA VEZ MINHA PRIMEIRA VEZWhere stories live. Discover now