Neil estacionou a viatura em frente à casa das Dougherty e olhou os meninos no banco de trás. Matthew, o mais velho, com sete anos, estava sentado com a cabeça encostada no vidro da janela. Seu irmãozinho Sean, de cinco anos, estava com a cabeça deitada no colo do irmão com um dedinho na boca.
Ele lamentou que dentro em breve, eles teriam muita dor para suportar. As noticias não eram boas. O carro de Susan Collins havia sido encontrado, infelizmente sem a condutora. Seus pertences estavam todos no carro, o que descartava a hipótese de roubo. O que teria acontecido à mulher então?
O delegado saiu do carro, deixando as crianças adormecidas. Ele apenas iria pedir para que alguém o auxiliasse a pegá-los. Ele tocou a campainha e aguardou. A criada Mildred abriu a porta para ele.
- Senhor O' Hanlon. Vou avisar às senhoras que o senhor está aqui.
- Primeiro, Mildred, você pode me ajudar com os meninos.
Mildred olhou-o surpreendida, mas ele já descia as escadinhas em direção ao carro. Ela viu as crianças e exclamou:
- São os filhos de Susan Collins! O que eles fazem aqui?
- É uma longa história, Mildred. – ele abriu a porta de trás do carro e pegou o pequenino Sean e passou-o para Mildred. Ela fitou o rostinho da criança. Neil pegou Matthew e nem se preocupou em fechar a porta da viatura.
Eles entraram na casa, e colocaram os meninos nos sofás da sala. Mildred endireitou-se e avisou.
- Vou chamar as senhoras, delegado.
- Obrigado, Mildred.
A criada despareceu no interior da casa, deixando Neil andando de um lado para o outro agitado.
Ângela não tardou a aparecer, seguida de Elinor e Margaret.
- Neil, o que aconteceu? O que os filhos da Susan estão fazendo aqui? - A moça perguntou.
- Por favor, Neil. Sente-se e nos conte o que aconteceu. – pediu Margaret.
- Bem, hoje cedo eu fui acordado por um telefonema. Era o delegado do noturno falando que Mary Connors havia comunicado o desaparecimento de Susan Collins. Ela havia deixado os meninos com ela e viajado para Lifford atrás de pistas sobre Daniel. Não telefonou nem deu notícias.
- Foi ele! – exclamou Ângela – Ela o encontrou e o obrigou a voltar. Ele sumiu com ela.
Elinor repreendeu a filha.
- Ângela, não tire conclusões precipitadas. Vamos ouvir o que o Neil tem a dizer.
- Não, Ângela. Não foi o Daniel, por que ele também sumiu e antes da chegada de Susan e o detetive que ela contratara onde ele estava morando. A proprietária do imóvel deixara as coisas dele empacotadas, por que havia um mês que ele sumira.
- Mas então o que aconteceu a ela?
- Houve casos de desaparecimentos assim em toda a região. Lifford, Conroy e arredores. Não há explicação, porque os pertences das pessoas eram encontrados ou no lugar dos desaparecimentos ou nas proximidades.
- E os meninos? – perguntou Margaret.
- Sem parentes, eles terão que ir para um abrigo. Mas... Antes disso, eu preciso saber se eles não podem ficar um tempo aqui, já que Ângela é madrinha do Matthew.
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O Anjo e o Demônio
RomanceESTA HISTÓRIA ESTÁ REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL. Ângela Dougherty sabia que era diferente. Sua família era diferente. Uma família formada só por mulheres. As outras pessoas tinham uma espécie de temor por elas. Diziam que elas eram bruxas...