| 4.7 | - Desculpas.

891 124 3
                                    

"Queres que vá contigo?" - ele pergunta dando-me um beijo rápido nos lábios.

"Não. É algo que me sinto na obrigação de fazer sozinha." - ele assente, sorrindo. - "Depois eu ligo-te, okay?"

"Sim, de qualquer das maneiras nós vamos estar juntos amanhã no jantar." - arregalo os olhos não sabendo do que ele estava a falar.

"Que jantar?" - pergunto.

"O Ashton não te disse?" - ele pergunta arqueando as sobrancelhas.

"Nada!" - respondo ainda confusa.

"Ele vai fazer um jantar amanhã para apresentar a namorada dele. Mas não te preocupes, ele ainda deve falar contigo." - assinto e despeço-me dele saindo do seu carro. Suspiro um monte de vezes a tentar arranjar coragem para encarar a minha mãe. Assim que a arranjo, entro e pouso as chaves de casa na mesinha do centro encontrando a minha mãe, esta que vem logo ter comigo e me abraça.

"Desculpa, desculpa! Eu sempre te quis contar isto, não te quis esconder mas eu tinha medo de que isto fosse acontecer! Desculpa, eu nunca quis que me odiasses." - ela chorava no meu ombro o que fez com que as lágrimas me viessem aos olhos e começassem a descer pela cara sem caminho destinado.

"Desculpa, eu..." - deixei o orgulho de lado e disse o que estava certo. - "Eu fui egoísta... Quer dizer, tu sempre me apoias-te, afinal foste tu que me crias-te e deste amor. Foste tu. E não outra pessoa, e fico tão contente por ter ficado contigo. Foi contigo que eu aprendi a minha primeira palavra... Foste tu." - acabei e esta olhou para mim e pude finalmente ver a sua cara. Os seus olhos estavam tão vermelhos que tive certezas na hora que ela esteve, praticamente, a noite toda a chorar.

E eu arrependo-me tanto das minhas merdas de atitudes.

"Eu também tive culpa em não te ter contado mais cedo... Mas eu sempre te vi como uma parte de mim. Mas anda, senta-te. Eu quero-te contar tudo direitinho." - assenti e segui-a até aos sofás onde nos sentámos e ela começou a falar. - "Nos teus primeiros meses, tu vieste parar aqui a casa. Não sei como, mas vieste. Vi-te à frente da minha porta e eras tu quem eu queria para minha filha. De qualquer das maneiras, não seria capaz de deixar uma criança com uns 2 meses, morrer. Acolhi-te e, sem me aperceber do tempo, foste crescendo cada vez mais rápido e a oportunidade de te contar tudo foi escapando porque, por um lado não te queria contar pois eras muito pequena e não ias perceber quase nada, e por outro quando já eras mais crescidinha tinha medo que me deixasses... Eu amo-te como se fosses sangue do meu sangue." - não tentei segurar as lágrimas. Elas iam escorrendo de maneira livre.

"Eu também te amo como se fosses minha mãe de verd... Quer dizer, foste tu que me deste amor, por tanto és tu a minha mãe." - ela sorriu e depois deu-me um abraço. E enquanto isso, senti algo contra o meu braço e semicerrei os olhos em estado de choque. - "O BÉBÉ DEU UM PONTAPÉ!"

"Oh céus, foi o primeiro!" - ri e segurei a sua barriga. As suas mãos voaram para a minha cara e estas limparam as minha lágrimas fazendo-me sorrir. Baixei-me e começei a brincar com o bebé. - "Não me vais deixar, certo?"

"Nunca, mãe." - disse reforçando a palavra e esta sorriu. - "Provavelmente queres saber como é que eu soube." - ela assentiu. - "Quando me mandas-te às compras, um rapaz veio falar comigo, e era estranhamente parecido comigo, começou-me a fazer várias perguntas e depois disse-me que era meu irmão... E deixou-me o seu número." - ela abriu a boca.

"Então tens um irmão... Eu nunca soube disso." - assenti.

"Em fim..." - respondo, mordendo o lábio nervosamente. É estranho ter passado tanto tempo e só agora saber que tenho um irmão.

"Estás a pensar falar com ele?" - ela pergunta de novo enquanto fazia pequenas carícias na sua barriga.

"Não faço a mínima ideia... Tenho de pensar, mas é óbvio que o quero conhecer... Ele faz parte de mim." - ela assentiu sorrindo e dizendo que estava orgulhosa da pessoa que me tornei. Nesse momento recebi uma chamada, olhei para o ecrã e visualizei o nome do meu primo. - "Vou descansar um pouco. Até já." - esta deixou-me um beijo na testa e eu atendi a chamada caminhando até ao meu quarto.

"Estou?"

"Hey, Ky. Como estás? Já soube o que aconteceu..." - ele diz e pude notar uma certa pena no seu tom de voz.

"Já resolvi as coisas com a minha mãe, creio que esteja tudo a entrar nos eixos..." - deitei-me na cama e olhei para o teto branco e sem vida do meu quarto.


"Tu continuas a ser a minha priminha pequenina." - rio e acabo por fechar os olhos apenas concentrando-me na sua voz. - "Então... Eu queria-te falar de uma coisa..."

"Quem é ela, Ash?" - perguntei rindo.

"Certo, o Luke já te contou." - deu uma gargalhada. - "Chama-se Kristy. Acreditas-te que ela é exatamente como tu? Até os mesmos gostos musicais!" - ri.

"Com certeza que vou gostar dela!" - falei e ouvi a sua típica risada.

"Amanhã vêm todos conhecê-la, às 9 pm, é para estares aqui, entendido?" - ele perguntou de forma brincalhona.

"Okay, então... Até amanhã?" - meio que perguntei.

"Até amanhã, Karolyne." - desliguei a chamada e fui até aos contactos vendo o nome Ethan.

O meu irmão.

Decidi deixar para outra altura e, aí sim, falar com ele e começar uma relação do início. Independentemente do que aconteceu eu quero ter uma presença masculina na minha vida, familiar.

E estou determinada a construí-la.

• • • • •

Eu gostei taaaannto de escrever este capítulo! E eu espero mesmo que vos tenha agradado!

Desculpem se não conseguir publicar de semana a semana, mas é que este período estou carregada de testes e um tipo de exame em maio, anyway. Só vos queria avisar.

With all love,
Sophie xx

Karolyne » | lrh |Where stories live. Discover now