Convite fatal

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Havia cerca de oito pessoas presas em posição de cruz. Amarradas em sequência sobre uma parede branca. Nos seus pulsos, estava infiltrada uma espécie de tubos com bolsas coletoras. Todos os humanos se mostravam pálidos e enfraquecidos. Seus gritos eram baixos, mas devido à sua audição ampliada para a vampira aquilo soava mais alto do que uma caixa de som. Ao redor deles, alguns funcionários os rondavam medindo e numerando tudo que era coletado.

Anahí se abaixou, sentando no chão, chocada com tudo aquilo. Ela pensou que Edward talvez não soubesse, mas a memória da vampira foi invadida pela vez que andara pela floresta e ele lhe ofereceu uma daquelas bolsas. "Então é dai que eles enchem aqueles cálices" pensou respondendo uma das suas dúvidas de quando estava no salão. Ela se levantou e decidiu ir atrás de Aysla em busca de explicações mais claras.

Andando, batendo os pés, ela se aproximou do salão ignorando o sorriso de todos que estavam por lá indo diretamente até sua mãe que lhe recebia com um sorriso triunfante, mas que logo começou a morrer ao ver o semblante nada feliz da filha. Anahí segurou o braço dela, pedindo que a acompanhasse, e a mulher assim o fez. As duas seguiram para a área reservada perto de um gigante corredor. Aysla a chamou para entrarem numa espécie de sala, com vários retratos deles, inclusive de um bebê que estava no meio do casal. Todas as coisas que havia ali a relembravam da biblioteca de sua mãe Nora e aquilo tirou a atenção da vampira por alguns segundos. Mas ela se recompôs e manteve o foco para o interrogatório.

Anahí: O que significa as coisas que eu vi nos fundos da casa?

Aysla: Do que esta falando?... Ah, Refere-se às pessoas? – disse imaginando o que ela podia ter visto.

Anahí: Aquelas pessoas estão de forma desumana! Presas como animais, somente para saciar vocês!

Aysla: Me diga uma outra maneira de conseguirmos nos manter vivos Anahí? Por mais que queira se afastar de nós, você é igual. Não podemos esquecer quem no fundo somos... Vampiros. Vivemos por sangue humano.

Anahí: Isso não é necessário. Tem que existir outra maneira.

Aysla: Qual sugere. Sangue animal? Eu bebi uma vez e quase morri por causa disso.

Quando elas discutiam, Edward apareceu olhando-as confuso. Parecia tentar entender o que estava acontecendo ali. Mas antes que ele se manifestasse a vampira o questionou também.

Anahí: Você sabia o que fazem com os humanos aqui?

Aysla: Ele não só sabe como também hipnotiza alguns e os trás até aqui.

Edward: Anahí, eu posso explicar...

Anahí: Não é necessário. – ela se virou sentando no sofá vermelho que estava próximo de uma porta. Pensando por um segundo em todo o acontecido – Eu sei que nascemos assim, e para isso. Só me assustei com a maneira que fazem para conseguir sangue.

Aysla: Não matamos aquelas pessoas. Apenas tiramos uma quantidade de sangue e depois as libertamos.

Edward: Porque sempre espera coisas ruins em nós? Somos sua família, sua espécie Annie. Deve confiar na sua mãe e... Em mim.

Ela levantou a vista, olhando os semblantes daqueles que devia considerar "sua família".

Anahí: Mudem o método. Não as prendam naquela posição. – ela sabia que no fundo era igual a eles. Já havia matado por não conseguir conter sua sede. "Era seu destino aceitar".

Aysla: Prometo que vou mudar os métodos – ela se calou virando de frente a parede — Sabe aquela criança bem ali – perguntou apontando para o mesmo quadro que tinha chamado sua atenção – Aquela bebê é você há alguns dias antes de sumir das minhas mãos.

Edward: E aquele menino retraído do lado, sou eu – falou sorrindo.

Aquilo fez ela soltar um sorriso de canto. Ele era um garotinho de uns três anos. Seu semblante assustado e retraído descrevia bem Edward.

Aysla: Porque não fica conosco de uma vez? Pode ir ver sua outra família sempre que quiser, mas não me abandone outra vez.

Anahí: Ainda é muito cedo... Preciso de tempo para pensar a respeito.

Aysla: Que tal apenas um mês? Só de teste. Edward me disse que já você está de férias da sua...

Edward: Universidade – disse completando a frase.

Aysla: O que me diz? – o sorriso que sua mãe estampava no rosto a fazia sentir com um fio de compaixão 'Porque não?' Além do mais, ela queria ficar longe de todos por um tempo.

Balançando a cabeça enquanto se ergueu ela respondeu.

Anahí: aceito o teste.

Supernatural Love (Em Revisão)Where stories live. Discover now